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A moto da Yamaha que saiu do Brasil em 2016, acelerava forte com 91 cv, motor de 600 cilindradas, mas fazia só 17 km/l — a FZ6 Fazer

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 21/08/2025 às 06:52
A moto da Yamaha que saiu do Brasil em 2016, acelerava forte com 91 cv, motor de 600 cilindradas, mas fazia só 17 km/l — a FZ6 Fazer
Foto: A moto da Yamaha que saiu do Brasil em 2016, acelerava forte com 91 cv, motor de 600 cilindradas, mas fazia só 17 km/l — a FZ6 Fazer
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A moto da Yamaha que saiu do Brasil em 2016 deixou saudades: 91 cv, motor de 600 cc, consumo de 17 km/l — a FZ6 Fazer virou relíquia das ruas.

Poucas motos no Brasil conseguem carregar uma aura tão emblemática quanto a Yamaha FZ6 Fazer. Produzida entre 2004 e 2016, a naked de média cilindrada conquistou respeito por sua pegada esportiva, motor derivado da superesportiva R6 e desempenho que colocava muitos modelos maiores no bolso. Com 91 cv e um quatro cilindros de 600 cm³, era a porta de entrada para o mundo das grandes, mas ao mesmo tempo carregava um ponto fraco que acabou marcando seu destino: o consumo elevado, que mal chegava a 17 km/l em condições reais. Uma equação que tornou a moto um ícone, mas também um desafio para o bolso do motociclista brasileiro.

A esportiva disfarçada de naked

A FZ6 Fazer nasceu com uma missão clara: trazer a emoção de uma esportiva, mas em um pacote mais confortável e usável no dia a dia.

Com seu motor de quatro cilindros em linha de 600 cm³, capaz de entregar 91 cv a 12.000 rpm, a moto tinha DNA da Yamaha R6, uma das mais desejadas superesportivas do planeta.

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O câmbio de seis marchas casava perfeitamente com o motor, permitindo esticadas que faziam a Fazer gritar alto, arrancando suspiros dos apaixonados por quatro cilindros. A velocidade máxima ultrapassava facilmente os 220 km/h, colocando a FZ6 em um patamar muito acima de qualquer concorrente nacional.

O preço do desempenho: consumo e manutenção

Se no desempenho a FZ6 Fazer brilhava, no consumo ela deixava a desejar. Nos testes e na prática dos donos, a média ficava entre 15 e 17 km/l — bem abaixo de modelos de menor cilindrada. Com um tanque de 19,4 litros, sua autonomia raramente passava dos 300 km.

Além disso, a manutenção de um quatro cilindros naturalmente exigia mais do que a simplicidade de uma 250 cc ou 300 cc. Peças, revisões e seguro não eram baratos, o que afastava parte do público que sonhava com a moto mas não conseguia bancar os custos de uso.

Apesar disso, a Yamaha FZ6 Fazer conquistou seu espaço. Entre jovens, era vista como a primeira moto grande para quem queria sair do universo das 250 e 300 cc. Já para veteranos, era a máquina de fim de semana perfeita: confortável para pequenas viagens, mas explosiva quando o punho torcia sem dó.

Seu design também ajudava: linhas agressivas, tanque musculoso e o farol duplo, que lembrava muito as esportivas da Yamaha. A moto tinha presença nas ruas e chamava atenção em qualquer semáforo.

O fim de produção no Brasil em 2016

Em 2016, a Yamaha encerrou a produção da FZ6 Fazer no Brasil. O motivo oficial estava ligado às mudanças no mercado e às normas de emissões que exigiam adaptações caras para manter o modelo competitivo.

Além disso, o público começava a migrar para outras categorias, como as big trails e as nakeds maiores, deixando as médias em segundo plano.

O fim da FZ6 marcou também o fechamento de um ciclo: foi a última naked de quatro cilindros média produzida em larga escala no país.

A transformação em relíquia

Com o passar dos anos, a FZ6 Fazer se tornou uma relíquia para colecionadores e apaixonados pelo som inconfundível de um quatro cilindros. No mercado de usadas, modelos bem cuidados seguem valorizados, justamente porque não há substituta direta.

Enquanto a Yamaha apostou em motos mais acessíveis e econômicas, muitos pilotos ainda sonham em encontrar uma FZ6 em bom estado, para reviver a experiência de acelerar forte, ouvir o grito metálico dos 91 cv e sentir aquela vibração única que só um quatro cilindros entrega.

O legado da FZ6 Fazer

A Yamaha FZ6 Fazer deixou de ser fabricada em 2016, mas sua marca na história das duas rodas no Brasil continua viva. Foi a moto que popularizou o acesso a um motor de quatro cilindros sem exigir cifras astronômicas. Ao mesmo tempo, deixou a lição de que desempenho tem seu preço — seja no consumo de 17 km/l, seja na manutenção mais cara.

Ainda hoje, quem cruza com uma FZ6 pelas estradas brasileiras sabe que está diante de uma peça de história: uma moto que uniu potência, estilo e emoção, e que mesmo após o fim de sua produção, segue acelerando forte na memória dos apaixonados por motocicletas.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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