1. Início
  2. / Mineração
  3. / A mina africana que produz milhões de diamantes e mantém o título de ‘mais rica do mundo’ há 40 anos
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

A mina africana que produz milhões de diamantes e mantém o título de ‘mais rica do mundo’ há 40 anos

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 02/07/2025 às 15:49
A mina africana que produz milhões de diamantes e mantém o título de ‘mais rica do mundo’ há 40 anos
Imagem gerada por IA
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Descubra como Jwaneng, a mina de diamantes mais rica do mundo, produz 11 a 13 milhões de quilates por ano e sustenta a economia de Botsuana.

A mina de diamantes mais rica do mundo não está em uma região isolada da Rússia ou do Canadá, mas em Botsuana, no sul da África. Descoberta em 1973 e operada desde 1982, a Mina de Jwaneng mantém o título de mina mais valiosa do planeta, combinando alta qualidade dos diamantes extraídos com uma produção consistente de 11 a 13 milhões de quilates por ano. Conhecida como o “Príncipe das Minas”, Jwaneng é considerada um exemplo de eficiência e gestão no setor de mineração global, além de ser um pilar econômico essencial para Botsuana.

O que torna Jwaneng a mina de diamantes mais rica do mundo

A Mina de Jwaneng está localizada a cerca de 160 km de Gaborone, capital de Botsuana, e é operada pela Debswana, uma joint venture entre o governo de Botsuana e a gigante De Beers, cada um com 50% de participação. Essa parceria público-privada foi fundamental para que o país africano se tornasse referência em extração de diamantes de forma estruturada, mantendo receita interna e reinvestimento no desenvolvimento do país.

YouTube Video

Jwaneng é considerada a mais rica do mundo em termos de valor porque os diamantes extraídos possuem qualidade superior, com pureza e tamanho que aumentam o valor de cada quilate vendido. A produção anual de 11 a 13 milhões de quilates contribui diretamente para a manutenção da liderança de Botsuana como um dos maiores exportadores de diamantes do planeta.

Pai e filho sorrindo ao fundo de arte promocional da Shopee para o Dia dos Pais, com produtos e caixas flutuantes em cenário laranja vibrante.
Celebre o Dia dos Pais com ofertas incríveis na Shopee!
Ícone de link VEJA AS OFERTAS!

Descoberta, estrutura e capacidade de produção

A história da mina de diamantes mais rica do mundo começou em 1973, quando depósitos de kimberlito foram encontrados em Botsuana. A operação começou oficialmente em 1982, após infraestrutura de acesso e uma planta de processamento serem concluídas. Atualmente, Jwaneng é uma mina a céu aberto que explora três pipes de kimberlito, com dimensões de cerca de 2,4 km de comprimento, 1,8 km de largura e mais de 600 metros de profundidade.

Com o passar dos anos, a mina passou por diversas expansões, incluindo o projeto Cut 8, que ampliou o acesso a novas camadas de depósitos. Hoje, Jwaneng processa mais de 11 milhões de toneladas de minério anualmente para manter sua produção elevada e sua posição no mercado internacional de diamantes.

O “Príncipe das Minas” e o impacto econômico em Botsuana

O apelido “Príncipe das Minas” se deve ao alto valor comercial dos diamantes extraídos em Jwaneng e ao papel que a mina desempenha na economia do país. Estima-se que a mina gere aproximadamente US$ 1,25 bilhão em receita anual, representando cerca de 60% a 70% do faturamento da Debswana e garantindo que os lucros retornem ao governo de Botsuana em forma de royalties, impostos e participação nos lucros.

Para Botsuana, os diamantes representam cerca de 75% de suas exportações totais, sendo Jwaneng o motor principal desse fluxo de receita. A mina não apenas gera empregos diretos, com cerca de 2.100 trabalhadores, mas também impulsiona programas sociais e de infraestrutura na região, incluindo o financiamento de hospitais, escolas e centros comunitários.

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

Ao longo de quatro décadas de operação, a Mina de Jwaneng desenvolveu políticas para reduzir seu impacto ambiental. A Debswana mantém certificações ISO 14001 para gestão ambiental desde 2000, realizando monitoramentos constantes de resíduos, uso de água e impacto na fauna local.

Existem ainda projetos de reabilitação de áreas já exploradas, visando a recuperação ambiental e o uso sustentável do território ao longo do tempo, garantindo que a mina de diamantes mais rica do mundo atenda aos padrões internacionais de responsabilidade socioambiental.

Preparação para o futuro: mineração subterrânea

Para prolongar a vida útil da mina e manter sua relevância no mercado, a Debswana anunciou o início de um projeto de transição para mineração subterrânea em Jwaneng. O investimento previsto é de US$ 6 bilhões, com planos de iniciar as operações subterrâneas em 2028 e expandir a produção até 2054.

Com essa transição, a mina de diamantes mais rica do mundo deve acessar novas reservas em profundidades que não seriam viáveis pela operação a céu aberto, mantendo a produção em patamares elevados e assegurando o fluxo de receita para Botsuana mesmo em meio à crescente competição com diamantes sintéticos no mercado internacional.

O mercado global e a pressão dos diamantes sintéticos

Apesar de sua força, Jwaneng e o setor de diamantes naturais enfrentam o desafio do crescimento dos diamantes sintéticos, que já começam a impactar a demanda e os preços em alguns segmentos. O governo de Botsuana acompanha de perto essa tendência, discutindo estratégias para manter a competitividade do país no mercado global.

Enquanto isso, a mina de diamantes mais rica do mundo segue firme em sua missão de fornecer gemas de alta qualidade ao mercado internacional, garantindo empregos, arrecadação e desenvolvimento para Botsuana.

Um pilar que sustenta a economia de Botsuana

Jwaneng não é apenas um projeto de mineração; ela representa o modelo de sucesso de um país que soube transformar seus recursos naturais em desenvolvimento econômico e social. A mina de diamantes mais rica do mundo permanece, após mais de 40 anos, como um exemplo de eficiência operacional, gestão integrada com políticas públicas e utilização estratégica de recursos.

A mina mostra que, mesmo em um mercado em transformação, projetos estruturados e bem geridos podem atravessar décadas mantendo relevância, competitividade e impacto positivo para a população local.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x