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A máquina que imprime motores de foguete em 24 horas: como a Relativity Space revolucionou a indústria espacial

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 21/05/2025 às 13:45
A máquina que imprime motores de foguete em 24 horas
Foto: IA
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Imagine construir um motor de foguete funcional em apenas um dia. Parece ficção científica, mas é realidade graças à Relativity Space, uma startup norte-americana que está mudando os rumos da indústria espacial com uma tecnologia que promete acelerar a conquista do espaço como nunca antes.

Fundada em 2015 por Tim Ellis e Jordan Noone — ex-funcionários da Blue Origin e da SpaceX —, a Relativity Space nasceu com a proposta ambiciosa de revolucionar o modo como foguetes são projetados, fabricados e lançados. Enquanto a maioria das empresas do setor aeroespacial ainda depende de processos industriais tradicionais e linhas de montagem complexas, a Relativity apostou desde o início em manufatura aditiva — o nome técnico para impressão 3D em escala industrial. Revelada a máquina que imprime motores de foguete em 24 horas! E não se trata de peças pequenas: a empresa ficou famosa por fabricar, com suas próprias impressoras, o maior objeto impresso em 3D já lançado ao espaço, o foguete Terran 1 – graças a primeira impressora de motores do mundo.

A máquina que imprime motores de foguete em 24 horas

No centro dessa revolução está a Stargate, a maior impressora 3D de metal do mundo, criada pela própria Relativity Space. Ela é capaz de fabricar motores de foguete completos em apenas 24 horas, algo que antes levava semanas ou até meses com processos convencionais.

Essa máquina que imprime motores de foguete em 24 horas é alimentada com liga metálica especial (geralmente Inconel), derretida por feixes de laser ou arco elétrico, que são orientados por sistemas de inteligência artificial. O resultado: Motores otimizados, leves, robustos e altamente eficientes, criados em um ritmo nunca antes visto.

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A Stargate também permite a produção de estruturas inteiras de fuselagem, tanques de combustível e suportes internos — tudo impresso camada por camada, com altíssima precisão.

Terran 1: o foguete impresso em 3D que provou o impossível – máquina que imprime motores de foguete em 24 horas

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Em março de 2023, a Relativity Space lançou o Terran 1, seu primeiro foguete orbital, feito com mais de 85% de componentes impressos em 3D. Embora o lançamento não tenha alcançado a órbita por completo, ele foi considerado um marco histórico: pela primeira vez, um foguete quase inteiramente impresso em 3D foi lançado ao espaço com sucesso parcial.

Esse feito não apenas demonstrou a viabilidade da impressora de motores e da tecnologia Stargate, mas também posicionou a Relativity como um dos nomes mais promissores da nova corrida espacial comercial.

O Terran 1 tinha dois estágios e era movido por nove motores Aeon 1, também fabricados por impressão 3D. O desempenho superou expectativas, com todos os sistemas funcionando corretamente até a separação de estágios.

Próximo passo: o Terran R e os foguetes reutilizáveis

Com o aprendizado do Terran 1, a Relativity Space está agora focada no desenvolvimento do Terran R, um foguete reutilizável de médio a grande porte, capaz de transportar até 20 mil kg de carga para órbita baixa da Terra (LEO). O projeto visa concorrer diretamente com o Falcon 9, da SpaceX.

O Terran R será impresso quase inteiramente em 3D, usando a mais recente versão da Stargate. O foguete contará com motores Aeon R, movidos a metano líquido e oxigênio líquido (LOX), em linha com a tendência global de combustíveis mais limpos para exploração espacial.

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A reutilização dos veículos, somada à velocidade de produção proporcionada pela impressora de motores, promete reduzir drasticamente os custos de lançamento e acelerar a entrega de satélites, módulos e cargas comerciais para clientes governamentais e privados.

Como a impressora de motores em 24 horas muda o jogo?

manufatura aditiva utilizada pela Relativity Space elimina centenas de processos intermediários da cadeia de produção tradicional. Com isso, os motores e componentes:

  • Levam menos de um dia para serem impressos
  • Possuem menos pontos de falha mecânica
  • Têm geometrias mais otimizadas e leves
  • Podem ser modificados rapidamente com ajustes no software

Além disso, a produção local e digital reduz a dependência de grandes fábricas e permite que os foguetes sejam fabricados sob demanda, inclusive em ambientes remotos — como bases lunares ou estações espaciais no futuro.

Essa abordagem reduz em até 100 vezes o número de peças necessárias em um foguete convencional, simplificando tanto o design quanto a manutenção.

A visão da Relativity Space: imprimir no espaço

O objetivo de longo prazo da Relativity vai além de fabricar foguetes na Terra. A empresa aposta na ideia de que, um dia, suas impressoras Stargate poderão produzir infraestrutura diretamente no espaço, na Lua ou em Marte.

Segundo Tim Ellis, CEO da empresa:

“A impressão 3D não é apenas uma inovação para acelerar a produção na Terra — ela é essencial para estabelecer presença humana em outros planetas. Não podemos depender de transporte interplanetário para tudo. Precisamos fabricar onde estamos.”

Essa visão audaciosa conecta a máquina que imprime motores de foguete em 24 horas com um futuro onde colonizar Marte e construir estações orbitais não dependerá mais de carregamentos vindos da Terra, mas sim de produção local em microgravidade.

Concorrência e reconhecimento internacional

Desde o lançamento do Terran 1, a Relativity Space ganhou notoriedade no setor aeroespacial. Recebeu investimentos superiores a US$ 1,3 bilhão de fundos como BlackRock, Fidelity e Baillie Gifford, além de contratos com a NASA e empresas de satélites privadas.

Entre os concorrentes mais próximos estão:

  • SpaceX (com o Falcon 9 e Starship, embora com métodos convencionais)
  • Rocket Lab (uso parcial de impressão 3D nos motores Rutherford)
  • Blue Origin (com foco em voos suborbitais e motores impressos em parte)
  • Axiom Space e Sierra Space, que estudam impressoras em órbita

Mesmo entre gigantes, a Relativity se destaca pela eficiência da sua tecnologia de impressão 3D de ponta e pelo modelo de negócios escalável e sustentável.

Foguetes impressos: ficção que virou realidade

A ideia de usar impressão 3D para construir naves e componentes espaciais apareceu em obras de ficção científica, como Star Trek, há décadas. Hoje, é realidade graças à Relativity Space e sua máquina que imprime motores em 24 horas.

A empresa foi além do conceito e aplicou a tecnologia em escala real, provando que é possível:

  • Reduzir tempo de produção
  • Cortar custos logísticos
  • Aumentar a segurança operacional
  • Produzir sob demanda
  • Expandir o acesso ao espaço

Isso significa que, no futuro próximo, missões espaciais poderão ser planejadas com muito mais agilidade, inclusive por países ou startups que antes não tinham acesso à tecnologia aeroespacial de ponta.

Apesar do sucesso, a Relativity Space enfrenta alguns desafios:

  • Garantir a confiabilidade em lançamentos orbitais completos
  • Aumentar a capacidade de reutilização do Terran R
  • Competir com o custo por kg lançado do Falcon 9 da SpaceX
  • Expandir sua capacidade industrial para atender à demanda global

A empresa segue investindo em testes de motor, simulações térmicas, e melhorias na versão mais recente da Stargate, que já está na quarta geração.

A máquina que imprime motores de foguete em 24 horas é só o começo

A Relativity Space está moldando o futuro da indústria espacial com sua máquina que imprime motores em 24 horas e foguetes feitos quase inteiramente por manufatura aditiva.

Se antes era necessário um exército de engenheiros e meses de trabalho para construir um motor, agora basta um arquivo digital, uma impressora Stargate e 24 horas de processamento automatizado.

Essa inovação representa um novo paradigma na exploração espacial, com impacto direto em setores como:

  • Defesa e segurança
  • Telecomunicações via satélite
  • Turismo espacial
  • Mineração espacial
  • Colonização extraplanetária

A pergunta já não é mais se foguetes podem ser impressos. É: quanto tempo vai demorar até que sejam montados e lançados automaticamente de uma base lunar?

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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