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A maior onda já registrada não foi no oceano, mas em um lago no Alasca, e atingiu a altura de um prédio de 170 andares após um deslizamento de terra

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 12/10/2025 às 18:08
A maior onda já registrada ocorreu na Baía de Lituya, no Alasca, após um deslizamento de terra que gerou um megatsunami de 524 metros.
A maior onda já registrada ocorreu na Baía de Lituya, no Alasca, após um deslizamento de terra que gerou um megatsunami de 524 metros.
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Em 1958, um deslizamento de 90 milhões de toneladas de rocha na Baía de Lituya, no Alasca, provocou a maior onda já registrada, um megatsunami que alcançou 524 metros de altura, o equivalente a um arranha-céu de 170 andares, e redesenhou completamente a paisagem local

A maior onda já registrada na história não surgiu no oceano, mas em um fiorde isolado do Alasca. Em 9 de julho de 1958, um terremoto de magnitude 7,8 na falha de Fairweather provocou o colapso de 90 milhões de toneladas de rocha e gelo na Baía de Lituya. O impacto gerou uma parede d’água tão colossal que subiu 524 metros acima do nível da baía, arrancando florestas inteiras e deixando cicatrizes visíveis até hoje.

Apesar da violência do fenômeno, cinco pessoas morreram, um número pequeno diante da magnitude do evento, classificado pelos cientistas como um megatsunami, um tipo de onda causada não por movimentações tectônicas no fundo do mar, mas por impactos ou deslizamentos súbitos de massa.

A origem da onda que desafiou a lógica

A maior onda já registrada não foi no oceano, mas em um lago no Alasca, e atingiu a altura de um prédio de 170 andares após um deslizamento de terra

A Baía de Lituya é um fiorde estreito, profundo e cercado por montanhas íngremes, características que amplificaram o impacto do deslizamento.

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Quando as rochas despencaram de uma altura de 600 metros sobre a enseada conhecida como Gilbert Inlet, a massa deslocou um volume gigantesco de água.

O resultado foi uma onda de energia concentrada que varreu as margens da baía com força destrutiva sem precedentes.

A força do impacto foi tão intensa que varreu completamente a vegetação, o solo e as árvores de uma área de 10 quilômetros quadrados.

Imagens aéreas tiradas logo após o evento mostravam as encostas desprovidas de árvores até o topo, marcando claramente a altura atingida pela onda.

Os sobreviventes e o caos na baía

Naquele momento, havia três barcos de pesca ancorados na Baía de Lituya.

Dois deles foram destruídos, mas um conseguiu escapar, e o relato de seu comandante se tornou um testemunho crucial do fenômeno.

O pescador Howard G. Ulrich, que estava com seu filho de sete anos, descreveu o momento em que o barco foi levantado como se estivesse sendo “engolido por uma parede de água”.

Ele conseguiu manobrar o navio em direção à onda, evitando ser esmagado.

A embarcação surfou a crista da onda e pousou do outro lado da baía, milagrosamente intacta.

Outro casal, Bill e Vivian Swanson, também sobreviveu, sendo arrastado por quilômetros até conseguir escapar do barco naufragado.

Os demais pescadores e campistas na região não tiveram a mesma sorte, foram arrastados pelos troncos e destroços lançados pela força do megatsunami.

O impacto geológico e as cicatrizes deixadas

A maior onda já registrada não foi no oceano, mas em um lago no Alasca, e atingiu a altura de um prédio de 170 andares após um deslizamento de terra

O evento remodelou completamente a geografia local.

A parede de 524 metros de altura arrancou árvores, terra e rochas das encostas, criando um contorno claro na vegetação que permanece visível até hoje.

Estudos posteriores mostraram que a topografia da Baía de Lituya foi um dos principais fatores para a amplificação do evento.

Seu formato em funil e suas paredes íngremes forçaram a energia da onda para cima, aumentando o alcance vertical do impacto.

Geólogos estimam que a energia liberada pelo deslizamento foi equivalente à de uma explosão nuclear de 10 a 12 megatons, tornando o megatsunami um dos fenômenos naturais mais poderosos já registrados em um ambiente não oceânico.

Comparações que ajudam a entender a magnitude

Para entender o tamanho da maior onda já registrada, basta compará-la a algumas das maiores estruturas do mundo.

A parede d’água de Lituya Bay atingiu 524 metros, ultrapassando:

  • O Empire State Building, em Nova York (443 metros com a antena)
  • A Willis Tower, em Chicago (442 metros)
  • E se aproximando da altura do Burj Khalifa, em Dubai (828 metros)

Em termos de energia e alcance, nenhum outro tsunami conhecido se aproximou desse recorde.

O tsunami do Oceano Índico em 2004, que matou mais de 230 mil pessoas, teve ondas de cerca de 30 metros; já o tsunami de Fukushima em 2011, no Japão, chegou a 40 metros em alguns pontos.

A diferença é que o evento no Alasca foi localizado, mas muito mais intenso.

O legado científico e os alertas para o futuro

O megatsunami da Baía de Lituya se tornou um marco na pesquisa sobre tsunamis causados por deslizamentos.

A partir dele, geólogos desenvolveram novos modelos de simulação para prever comportamentos semelhantes em fiordes e regiões glaciais.

Estudos recentes indicam que o aquecimento global pode aumentar o risco de eventos parecidos, já que o derretimento de geleiras e o enfraquecimento das encostas montanhosas ampliam as chances de deslizamentos em massa.

O Alasca, a Groenlândia e o Himalaia são hoje áreas de monitoramento constante.

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Bruno Teles

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