A maior mina de ouro do Brasil em profundidade já ultrapassa 1.600 metros, fica em Sabará (MG), é operada pela AngloGold Ashanti e ganhou um pacote de R$ 1,1 bilhão para expansão e modernização.
A maior mina de ouro do Brasil em profundidade é a Mina Cuiabá, em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O complexo subterrâneo ultrapassa 1.600 metros abaixo da superfície e integra uma malha de túneis que soma centenas de quilômetros uma operação contínua que consolidou o ativo como referência na mineração de ouro no país.
Com o novo ciclo de investimentos de R$ 1,1 bilhão, a AngloGold Ashanti acelera a expansão da lavra, moderniza sistemas críticos e reforça práticas ambientais que sustentam a longevidade do ativo.
O objetivo é assegurar horizonte de produção por décadas, com ganho de eficiência, segurança e previsibilidade operacional.
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Onde fica e por que a profundidade importa
Instalada no Quadrilátero Ferrífero, a Mina Cuiabá opera em um cenário geológico de alta complexidade, onde profundidade e pressão de rocha exigem soluções técnicas robustas.
Trabalhar a mais de 1,6 km implica lidar com temperaturas mais altas, ventilação intensiva e logística de pessoas, equipamentos e minério em trajetos verticais e horizontais longos.
Essa profundidade permite acessar corpos de minério mais “maduros”, mantendo a continuidade da lavra com planejamento de longo prazo.
Quanto mais fundo, maior a necessidade de precisão geológica, perfuração direcionada e controle estrito de estabilidade fatores que elevam o custo unitário, mas também a barreira técnica de entrada e a resiliência do projeto.
O que muda com os R$ 1,1 bilhão
O pacote de investimentos prioriza três frentes: (1) acesso a novos níveis, (2) modernização de infraestrutura subterrânea e (3) projetos ambientais e de segurança operacional.
Abrir e equipar novos níveis de lavra amplia o “pipeline” de frentes, dilui o risco geológico e reduz gargalos de produção.
Na infraestrutura, os recursos fortalecem sistemas de ventilação, energia, comunicação e transporte essenciais para manter produtividade em grande profundidade.
Em paralelo, tecnologias de monitoramento e padrões de manutenção elevam a confiabilidade dos ativos críticos, reduzindo paradas não programadas e estabilizando a curva de produção.
Engenharia para operar a 1.600 m
A operação subterrânea combina sistemas de elevação para minério e pessoal, malha de galerias para perfuração e desmonte, e circuitos de carregamento e transporte até a superfície. Em Cuiabá, destacam-se iniciativas como veículos 100% elétricos no subsolo, que reduzem calor, emissão local e custo de ventilação.
Outro pilar é a automação e conectividade. Com rede de comunicação no subsolo, a mina opera com telemetria e controle em tempo real, permitindo resposta rápida a desvios, rastreamento de equipes e planejamento dinâmico das frentes de lavra.
Mais dados, menos incerteza e decisões mais rápidas para manter a produção estável.
Sustentabilidade e gestão de rejeitos
Pelo porte e profundidade, gestão ambiental é central. O complexo adotou empilhamento de rejeitos a seco, tecnologia que dispensa alteamentos tradicionais de barragens, reduzindo riscos e ampliando o controle sobre o material fino após o beneficiamento do minério.
É uma virada de chave para operações que buscam longevidade com menor pegada de risco.
Somam-se protocolos de reuso de água, monitoramento instrumental e planos de contingência integrados ao licenciamento.
Na prática, a governança ambiental deixa de ser apêndice e passa a ditar o desenho da mina, influenciando rotas, sequências e volumes processados.
Impacto econômico e cadeia de suprimentos
A maior mina de ouro do Brasil em profundidade dinamiza uma extensa cadeia local: serviços de perfuração, manutenção pesada, ventilação, elétrica, geotecnia, transporte, alimentação e treinamento técnico.
Empregos diretos e indiretos se multiplicam, com efeito renda que se espalha por Sabará e municípios vizinhos.
No macro, investimentos desse porte ancoram tributos, compras e contratos por vários ciclos, atraem fornecedores especializados e elevam o nível tecnológico da cadeia brasileira de mineração subterrânea. O resultado é um ecossistema mais sofisticado e competitivo.
Horizonte de produção e disciplina de capital
A combinação entre novos níveis de lavra, infraestrutura modernizada e gestão ambiental de ponta sustenta uma tese clara: prolongar a vida útil da mina com previsibilidade.
Em ativos subterrâneos, longevidade depende de disciplina de capital, geologia consistente e capacidade de executar o plano sem surpresas.
Nesse contexto, a maior mina de ouro do Brasil em profundidade se posiciona para entregar ouro por décadas, suavizando a volatilidade típica do setor por meio de planejamento e engenharia. Menos ruído operacional, mais constância é isso que cria valor no longo prazo.
Riscos e mitigação: o que sustenta a operação
Toda mina profunda enfrenta riscos geotécnicos, térmicos e operacionais. A resposta está em ventilação eficiente, malha densa de instrumentação, inspeções de frente, treinamento contínuo e rotas redundantes de acesso e evacuação.
A segurança é o indicador líder: ela antecipa problemas e evita que eventos se propaguem.
Do ponto de vista de mercado, a estratégia é proteger margens com eficiência energética, automação e economia de escala subterrânea.
Assim, a operação atravessa ciclos de preço do ouro sem paradas abruptas, preservando caixa e sustentando o plano de longo prazo.
A maior mina de ouro do Brasil em profundidade mostra como engenharia, tecnologia e disciplina ambiental podem prolongar a vida de um ativo estratégico entregando ouro por décadas e elevando o padrão da mineração subterrânea no país.
Investimento certo, na hora certa, transforma profundidade em vantagem competitiva.
Para você, qual é o ponto mais determinante para a longevidade de uma mina profunda: geologia, tecnologia (automação/ventilação) ou gestão ambiental de rejeitos? Conte nos comentários como esses fatores pesam no dia a dia da operação.