Uma análise baseada em dados do poder naval na região mostra como a Marinha do Brasil se destaca pela tonelagem da frota e por ativos estratégicos, como o NAM Atlântico e o futuro submarino nuclear.
De acordo com o índice Global Firepower (GFP) de 2024, que classifica as forças armadas em todo o mundo, o Brasil ocupa uma posição de destaque no cenário global. No domínio naval, essa força se traduz na posição de maior marinha da América Latina. Embora a simples contagem de embarcações possa gerar classificações diferentes, uma análise aprofundada da tonelagem da frota, da capacidade de projeção de poder e da posse de ativos estratégicos confirma a liderança brasileira na região em 2025.
A superioridade da Marinha do Brasil é sustentada por uma combinação de fatores que nenhuma outra nação sul-americana possui atualmente. Isso inclui o maior navio de guerra do continente, um robusto programa de desenvolvimento de submarinos convencionais e nucleares, e o maior e mais capacitado corpo de fuzileiros navais, garantindo ao país uma capacidade de defesa e influência sem paralelo em suas águas e além.
O gigante dos mares, o NAM Atlântico e sua capacidade de projeção
A pedra angular da capacidade de projeção de poder da Marinha do Brasil é o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”. Com 21.500 toneladas e 203,4 metros de comprimento, ele é, sem margem para dúvida, o maior navio de guerra em operação na América Latina.
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Originalmente o HMS Ocean da Marinha Real Britânica, o navio foi comissionado na frota brasileira em 29 de junho de 2018. Sua capacidade é substancial: pode transportar até 18 helicópteros, 40 veículos militares e um grupamento de até 830 fuzileiros navais. Essa versatilidade foi demonstrada de forma proeminente em maio de 2024, durante a Operação “Taquari 2”, quando o navio foi enviado em missão de ajuda humanitária ao Rio Grande do Sul, transportando 154 toneladas de donativos e duas estações móveis de tratamento de água.
O submarino Álvaro Alberto e o programa PROSUB
O projeto de defesa mais ambicioso da região é o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) do Brasil. Lançado em 2008 em parceria com a França, o programa não apenas moderniza a força de submarinos convencionais, mas também visa dar ao país a capacidade de propulsão nuclear.
O programa já entregou os submarinos da classe Riachuelo, como o S-41 Humaitá, que entrou em serviço em 12 de janeiro de 2024, e o S-42 Tonelero, lançado ao mar em 27 de março de 2024. O ápice do PROSUB, no entanto, é a construção do primeiro submarino de propulsão nuclear do Brasil, o SN-BR “Álvaro Alberto”. Com início da construção do casco previsto para 2025, este submarino dará ao Brasil uma autonomia e capacidade de dissuasão estratégica sem paralelos no continente.
O poder do Corpo de Fuzileiros Navais
A Marinha do Brasil também conta com o maior e mais bem equipado corpo de fuzileiros navais da América Latina. Com um efetivo de aproximadamente 16.000 militares, o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) é uma força de elite de pronto emprego, com doutrina e treinamento focados em operações anfíbias de larga escala.
Diferente de outros corpos de fuzileiros da região, que podem ter um foco maior em segurança de costa ou guerra fluvial, o CFN brasileiro é uma força expedicionária. Sua capacidade de ser transportada pelo NAM Atlântico e realizar desembarques em território hostil confere ao Brasil uma ferramenta poderosa de projeção de força em terra, completando a tríade do poder naval brasileiro.
Como o Brasil se compara às outras potências navais da região?
A liderança da maior marinha da América Latina não é absoluta em todos os domínios. A Armada do Chile, por exemplo, possui uma frota de oito fragatas que, navio a navio, é considerada mais moderna e homogênea que a brasileira. As marinhas da Colômbia e do Peru também embarcaram em ambiciosos programas de construção naval em parceria com estaleiros europeus e sul-coreanos, o que promete elevar suas capacidades nas próximas décadas.
Em contrapartida, o declínio da Armada Argentina, que historicamente foi um contrapeso ao Brasil no Atlântico Sul, criou um vácuo de poder na região. Esse cenário, combinado com o subinvestimento crônico enfrentado pelos argentinos, cimentou a hegemonia naval brasileira em sua principal área de interesse estratégico.
Liderança em 2025, o veredito sobre a maior marinha da América Latina
Em 2025, a Marinha do Brasil se consolida como a força naval mais poderosa da América Latina. Essa posição não se baseia apenas em números, mas na posse de capacidades estratégicas que seus vizinhos não têm.
A combinação de um navio-aeródromo de grande porte, um programa de submarinos que caminha para a propulsão nuclear e o maior corpo de fuzileiros navais expedicionários da região confere ao Brasil uma capacidade única de influenciar eventos, projetar força e defender seus interesses na vasta área da “Amazônia Azul”. Embora a competição em modernidade de frota seja acirrada, a escala e a ambição estratégica mantêm o Brasil na vanguarda do poder naval sul-americano.