A Vibra Energia se mantém como a maior distribuidora de combustíveis do Brasil, mas um novo cenário de competição acirrada, com o avanço de players regionais, marcou o setor em 2024.
A disputa pelo pódio no mercado de distribuição de combustíveis passou por uma grande reconfiguração em 2024. A Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) reafirmou sua posição como a maior distribuidora de combustíveis do Brasil, mas viu sua participação de mercado diminuir, assim como a de suas principais concorrentes, Ipiranga e Raízen.
De acordo com matéria publicada com base em dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), essa retração das gigantes abriu um espaço sem precedentes para o crescimento de distribuidoras regionais. O cenário revela uma mudança de estratégia das líderes, que agora focam mais em lucro do que em volume, e uma nova e intensa batalha pela preferência do consumidor nas bombas.
O cenário de 2024: um mercado em transformação
O mercado brasileiro de combustíveis líquidos movimentou impressionantes 133,1 bilhões de litros em 2024. O ano foi marcado por uma forte migração dos consumidores da gasolina para o etanol hidratado, cujas vendas saltaram 33,4%, impulsionadas por preços mais competitivos na bomba.
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Nesse contexto, as três maiores distribuidoras, que juntas dominavam quase 56% do mercado em 2023, viram sua fatia combinada cair para 52% em 2024. Essa perda de quase 4 pontos percentuais foi absorvida por um conjunto de concorrentes menores e mais ágeis.
Vibra Energia: a consolidação da liderança com foco no lucro
A Vibra Energia encerrou 2024 com 21,81% de participação de mercado, mantendo com folga o posto de maior distribuidora de combustíveis do Brasil. Embora tenha registrado a maior queda em pontos percentuais entre as líderes, a empresa demonstrou que a estratégia foi deliberada.
A companhia adotou um foco rigoroso na rentabilidade, abrindo mão de vendas com margens baixas. A prova do sucesso dessa estratégia veio nos resultados financeiros: a Vibra alcançou um lucro líquido de R$ 6,4 bilhões em 2024, um crescimento de 33,6% em relação ao ano anterior.
Ipiranga e Raízen: as concorrentes em caminhos opostos
A disputa pela vice-liderança também mudou. A Ipiranga, do grupo Ultrapar, mostrou-se mais resiliente. Com uma queda menor em sua participação, ela encerrou o ano com 15,26% do mercado e ultrapassou sua principal rival, assumindo a segunda posição.
Já a Raízen, licenciada da marca Shell, enfrentou o cenário mais adverso. A empresa viu sua fatia de mercado cair para 14,98%, caindo para o terceiro lugar. Segundo relatórios financeiros da companhia, a Raízen registrou um prejuízo líquido de R$ 4,1 bilhões em seu ano-safra 2024/25, o que a levou a iniciar um profundo processo de reestruturação.
A ascensão das distribuidoras regionais
O recuo estratégico das gigantes abriu uma avenida de crescimento para as distribuidoras regionais, conhecidas como “bandeiras brancas”. Empresas como a baiana Larco Petróleo e a Petrobahia se destacaram, registrando um crescimento expressivo e conquistando posições de destaque nos rankings de venda de diesel e gasolina.
Essa nova dinâmica tornou a disputa pela quarta posição no mercado nacional extremamente acirrada, mostrando que o setor está mais competitivo e menos concentrado.
O que esperar para 2025?
Para 2025, analistas de mercado, como os do banco Citi, preveem um cenário de maior estabilização, com uma possível recuperação de mercado por parte das grandes distribuidoras.
Um fator crucial para a saúde do setor será o combate a práticas irregulares, como a sonegação de impostos e a adulteração de combustíveis. Um ambiente de negócios mais justo tende a beneficiar as empresas formais e, no fim das contas, o próprio consumidor, com a garantia de produtos de melhor qualidade e um mercado mais transparente.