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A maior câmera do mundo com 3,2 gigapixels que varrerá todo o céu do hemisfério sul a cada três noites e promete revelar 20 bilhões de galáxias até 2035

Escrito por Jefferson Augusto
Publicado em 23/06/2025 às 15:22
Observatório Vera C. Rubin à noite com feixe de luz da maior câmera do mundo direcionado ao centro da galáxia
Observatório Vera C. Rubin em operação com a maior câmera do mundo sob o céu estrelado do hemisfério sul
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Com resolução inédita e instalada no supertelescópio Vera C. Rubin, a tecnologia revolucionária da maior câmera do mundo já iniciou testes no Chile e será capaz de captar explosões estelares, buracos negros e movimentos de asteroides em tempo real

O Observatório Vera C. Rubin, localizado no topo do Cerro Pachón, no Chile, iniciou em junho de 2025 os primeiros testes com a maior câmera do mundo, equipada com 3,2 gigapixels, prometendo mapear 20 bilhões de galáxias ao longo da próxima década por meio de um rastreamento completo do céu do hemisfério sul a cada três noites.

Projetada com o objetivo de capturar imagens em altíssima definição do universo visível, a câmera do Observatório Rubin é o principal instrumento do projeto Legacy Survey of Space and Time (LSST), uma iniciativa científica de dez anos apoiada pela Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NSF) e pelo Departamento de Energia (DOE).

A câmera, que mede 1,6 metros de largura e pesa cerca de 2.800 kg, conta com 189 sensores CCD organizados em uma matriz de 64 centímetros de diâmetro. Juntas, essas unidades capturam imagens de 3.200 megapixels em exposições de apenas 15 segundos, sendo capaz de registrar tanto objetos extremamente distantes quanto corpos celestes em movimento, como asteroides e cometas.

Além do tamanho e da resolução, o diferencial do equipamento é sua capacidade de atualizar continuamente um gigantesco mapa digital do universo. Isso será feito com o auxílio do telescópio de 8,4 metros instalado no mesmo observatório, que direcionará a câmera para diferentes setores do céu a cada poucos segundos.

Catálogo astronômico sem precedentes

Durante a operação plena, prevista para iniciar no fim de 2025, a maior câmera do mundo permitirá que cientistas identifiquem e acompanhem fenômenos como supernovas, galáxias distantes, buracos negros e alterações na luz de estrelas. Estima-se que o sistema processe mais de 10 milhões de alertas por noite sobre objetos que mudam de brilho ou posição.

O telescópio que abriga a câmera usa um sistema óptico inovador, com três espelhos e três lentes corretoras, além de filtros automatizados que capturam seis bandas espectrais diferentes, do ultravioleta ao infravermelho próximo. Toda a operação será conduzida por algoritmos de inteligência artificial e centros de supercomputação nos Estados Unidos e França.

O LSST tem como metas principais mapear a estrutura da Via Láctea, identificar objetos próximos à Terra e ajudar na busca por respostas sobre a natureza da matéria escura e da energia escura, componentes ainda pouco compreendidos do cosmos.

Infraestrutura e impacto global

Para viabilizar o transporte dos dados gerados pela maior câmera do mundo, foi construída uma rede de fibras ópticas de alta velocidade conectando o observatório no Chile a centros de processamento nos Estados Unidos. Estima-se que o volume de dados ultrapasse 20 terabytes por noite, com alertas emitidos em menos de um minuto após cada captura.

Conforme divulgado pelo site oficial do Observatório Rubin e pela NSF, os primeiros testes realizados com a câmera e o telescópio ocorreram entre abril e junho de 2025, com imagens iniciais já reveladas de regiões como as nebulosas Trífida e Lagoa, e do Aglomerado de Virgem, onde há milhares de galáxias.

Esses registros foram recebidos com entusiasmo por comunidades científicas em mais de 28 países que participam do projeto. A expectativa é de que o LSST revolucione a astronomia ao gerar o maior catálogo já feito de corpos celestes, com mais de 37 bilhões de objetos ao final da década.

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Jefferson Augusto

Profissional com experiência militar no Exército, Inteligência Setorial e Gestão do Conhecimento no Sebrae-RJ e no Mercado Financeiro por meio de um escritório da XP Investimentos. Trago um olhar único sobre a indústria energética, conectando inovação, defesa e geopolítica. Transformo cenários complexos em conteúdo relevante sobre o futuro do setor de petróleo, gás e energia. Envie uma sugestão de pauta para: jasgolfxp@gmail.com

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