Lançada como a moto mais barata do Brasil, a popzinha virou um ícone de robustez e economia, mas será que ela ainda vale a pena em 2025?
A Honda clássica 2006 Pop 100 é um verdadeiro fenômeno no mercado brasileiro de motocicletas. Lançada no final daquele ano como a moto mais acessível do país, ela foi projetada com um único objetivo: ser um veículo de transporte ultra-básico, confiável e extremamente econômico. Quase duas décadas depois, sua reputação de “inquebrável” a mantém como uma das opções mais procuradas no mercado de usadas.
Com um preço de mercado que hoje gira em torno de R$ 3.500 a R$ 4.500, a “Popzinha” continua a ser a porta de entrada para a motorização de muitos brasileiros. Mas será que sua famosa economia de combustível é real? E quais são os pontos de atenção para quem pensa em comprar este ícone em 2025?
Como a “Popzinha” nasceu para ser barata e confiável
No meio dos anos 2000, a Honda, embora líder absoluta de mercado, viu seu domínio ameaçado pela chegada de motocicletas de baixo custo, principalmente de origem chinesa. A Pop 100, lançada oficialmente como modelo 2007, foi a resposta estratégica e contundente da marca. O objetivo era criar um produto com a chancela de qualidade Honda, mas com um preço tão agressivo que seria imbatível.
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A filosofia por trás do projeto foi a da simplicidade radical. Tudo o que não era estritamente essencial foi removido. Em comparação com sua irmã maior, a Biz, a Pop 100 perdeu as carenagens plásticas, o câmbio semiautomático e o útil porta-objetos sob o banco. O resultado foi um veículo com “pouca coisa para quebrar”, mecânica simples e, o mais importante, um preço de lançamento de R$ 3.990 que a tornou a moto mais barata do Brasil.
O motor inquebrável e a mecânica feita para não dar dor de cabeça
O coração da Honda clássica 2006 é o seu motor monocilíndrico de 97,1cc, refrigerado a ar e alimentado por carburador. É um projeto herdado da linhagem da C 100 Dream e Biz, conhecido por sua extrema robustez. Com uma potência modesta, em torno de 6,5 cv, o motor foi feito para durar, não para correr.
A mecânica espartana é um de seus maiores trunfos. Com partida exclusivamente a pedal, freios a tambor nas duas rodas e um painel que contém apenas o velocímetro, a Pop 100 é um veículo de manutenção simples e de custo irrisório. Quando um problema acontece, geralmente é algo fácil e barato de resolver, um fator que consolidou sua fama de “guerreira” para o trabalho do dia a dia.
O mito dos 60 km/l, qual o consumo real da Pop 100?
Uma das maiores lendas em torno da Pop 100 é seu suposto consumo de 60 km/l. Embora esse número seja tecnicamente possível em condições de teste ideais, ele não reflete a realidade do uso cotidiano. A análise de testes da época e de inúmeros relatos de proprietários mostra que a faixa de consumo realista fica entre 40 e 50 km/l.
A economia lendária da “Popzinha” só aparece em uma pilotagem consciente, em ambiente urbano e sem forçar o motor. Em velocidades mais altas, acima de 70 km/h, o consumo aumenta drasticamente, podendo cair para a casa dos 30 a 35 km/l. Portanto, embora seja extremamente econômica, a marca de 60 km/l é mais um mito de marketing do que uma média real.
Vale a pena comprar uma Honda clássica 2006 em 2025?
Com um preço de mercado atual entre R$ 3.500 e R$ 4.500, a Pop 100 de primeira geração ainda é uma compra inteligente, mas apenas para um perfil de usuário bem definido. Ela é a escolha ideal para quem busca o menor custo operacional possível para deslocamentos curtos na cidade e não se importa com a falta de conforto e itens de segurança modernos.
Seus pontos fracos são claros: os freios a tambor são apenas suficientes, o banco é desconfortável para longos trajetos e a ausência de um marcador de combustível exige que o piloto controle a autonomia pelo hodômetro.
No entanto, sua mecânica confiável, a facilidade de encontrar peças e o baixíssimo risco de roubo fazem da Honda clássica 2006 um verdadeiro “tanque de guerra” para o trabalho, um veículo que continua a entregar exatamente o que prometeu: transporte barato, simples e confiável.