Das origens na Alemanha Nazista ao sucesso do Fusca, Dieselgate e a aposta nos elétricos ID. Conheça a história completa da Volkswagen.
Volkswagen. Uma marca global, sinônimo de engenharia alemã. Sua história é complexa. Começou na Alemanha Nazista com o “Carro do Povo”. Criou ícones como Fusca e Kombi. Enfrentou crises como o Dieselgate. Hoje, a Volkswagen aposta tudo na eletrificação. Conheça a trajetória completa desta gigante Volkswagen.
A controversa gênese da Volkswagen no Terceiro Reich
As origens da Volkswagen estão ligadas à Alemanha Nazista. Hitler idealizou um “carro do povo” acessível. Ferdinand Porsche foi contratado para projetar o futuro Fusca (Type 60). A organização nazista DAF, via programa KdF, gerenciou o projeto. Foi criado um sistema de poupança para os cidadãos comprarem o carro.
A fábrica de Wolfsburg foi fundada em 1938 (“Cidade do Carro KdF”). Contudo, a produção civil foi mínima antes da guerra. A fábrica da Volkswagen foi convertida para produção militar (Kübelwagen, Schwimmwagen). Utilizou extensivamente trabalho forçado (prisioneiros de guerra, de campos de concentração).
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O renascimento pós-guerra e os ícones Fusca e Kombi
Após a Segunda Guerra, a fábrica da Volkswagen estava em ruínas. O Exército Britânico assumiu o controle. O Major Ivan Hirst foi crucial para retomar a produção (dezembro de 1945). Outras montadoras rejeitaram assumir a fábrica. O Volkswagen Type 1 (Fusca/Beetle) tornou-se símbolo da reconstrução alemã. Era simples, robusto e barato.
Conquistou a Europa e, após campanhas de publicidade inovadoras (“Think Small”), os EUA. Virou ícone cultural nos anos 60 (contracultura, filmes). Bateu recorde de produção do Ford Modelo T em 1972. Mais de 21,5 milhões foram feitos globalmente. A Kombi (Type 2), lançada em 1950, também virou ícone cultural (liberdade, aventura). Foi produzida no Brasil até 2013. Fusca e Kombi definiram a imagem da Volkswagen por décadas.
Volkswagen do Brasil: Liderança, Gol e a inovação Total Flex
A Volkswagen do Brasil foi fundada em 1953. Iniciou montando Fusca e Kombi em São Paulo. A fábrica Anchieta (São Bernardo do Campo) foi inaugurada em 1959. O Fusca foi líder de vendas no Brasil por 24 anos. A Kombi também foi um sucesso longevo (56 anos de produção). A Volkswagen do Brasil desenvolveu modelos próprios, como Karmann Ghia TC, SP1/SP2 e a popular Brasília (>1 milhão de unidades).
A família Gol (Gol, Voyage, Parati, Saveiro), lançada em 1980, dominou o mercado por 27 anos (Gol foi líder). O Gol GTi (1988) foi pioneiro com injeção eletrônica. A Volkswagen do Brasil também produziu o Santana/Quantum por longo período. Em 2003, lançou o Gol Total Flex, primeiro carro flex do Brasil, uma inovação crucial. A Volkswagen do Brasil se consolidou como líder e centro de P&D no Brasil.
O conglomerado: Crescimento via aquisições (Audi, Porsche, etc.)
A Volkswagen cresceu comprando outras marcas. A aquisição da Audi/NSU (1964-1969) trouxe tecnologia essencial (tração dianteira, motor refrigerado a água). Nos anos 80/90, comprou a SEAT (Espanha). Em 1998, entrou no mercado de luxo e supercarros, adquirindo Bentley, Bugatti e Lamborghini (via Audi). Fortaleceu a divisão de caminhões com a Scania (Suécia).
A integração da Porsche AG (fabricante de carros) foi complexa (2009-2012), resultando na Porsche SE (holding das famílias) controlando o Grupo Volkswagen. Essas aquisições criaram um gigante multimarca com enorme portfólio e sinergias, fortalecendo a Volkswagen.
Dieselgate: O escândalo que abalou a Volkswagen e acelerou a eletrificação
Em setembro de 2015, estourou o escândalo Dieselgate. A Volkswagen admitiu usar software ilegal (“defeat device”) em 11 milhões de carros a diesel no mundo. O software manipulava testes de emissão de NOx (óxidos de nitrogênio). As emissões reais eram até 40 vezes maiores que o permitido nos EUA. A fraude foi descoberta por testes independentes e investigações da EPA/CARB.
As consequências foram devastadoras: custos superiores a €32 bilhões (multas, acordos, recompras); processos criminais (VW se declarou culpada nos EUA); demissão/processo de executivos (CEO Winterkorn renunciou); dano massivo à reputação e confiança. A crise enterrou a estratégia “Clean Diesel” e forçou a Volkswagen a acelerar radicalmente sua aposta em veículos elétricos (EVs).
Rumo ao futuro elétrico
Atualmente, a Volkswagen foca na eletrificação. Desenvolveu a plataforma modular MEB para EVs. Lançou a família ID. (ID.3, ID.4, ID.5, ID.7, ID. Buzz). Os primeiros elétricos (ID.4, ID. Buzz) chegaram ao Brasil. Planeja EVs mais acessíveis (ID. 2all <€25k em 2026; ID. EVERY1 <€20k em 2027). Desenvolve a futura plataforma SSP.
Continua sendo um gigante global (~118 fábricas). O Brasil segue estratégico, com R$ 16 bilhões de investimento até 2028 para novos modelos flex, híbridos e elétricos (picape Udara, SUV Tera). Lançou serviço de assinatura (Sign & Drive). A Volkswagen navega na transição, equilibrando seu legado com o futuro elétrico e os desafios éticos.