Líderes se reúnem para fortalecer comércio e criar rotas alternativas à pressão dos EUA, informa NDTV World
Em um movimento direto para se proteger da guerra tarifária imposta pelos Estados Unidos, México e Canadá iniciam uma nova fase de cooperação estratégica. A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, recebe nesta quinta-feira o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, na Cidade do México. O encontro, reportado pela NDTV World, visa lidar com a forte pressão de Donald Trump para renegociar o acordo comercial USMCA.
Trump, que considera o pacto trilateral desfavorável aos EUA, tem criticado duramente seus vizinhos por questões de imigração e tráfico de drogas. Essa ofensiva protecionista forçou uma aproximação tática entre os dois países, que agora buscam fortalecer seu comércio bilateral de US$ 32 bilhões como uma apólice de seguro contra a instabilidade gerada por Washington.
A sombra de Trump e a pressão sobre o USMCA
O Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), que substituiu o NAFTA em 2020, está no centro da disputa. Com uma revisão formal programada para o próximo ano, Donald Trump tem aumentado o tom, ameaçando desfazer o que considera um “acordo triplo desfavorável” ao seu país. Segundo a NDTV World, essa pressão é o principal catalisador do encontro entre Sheinbaum e Carney.
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A “guerra tarifária” já é uma realidade para o Canadá. Trump impôs taxas de 35% sobre alguns produtos canadenses, prejudicando setores vitais. Em retaliação, o Canadá aplicou tarifas sobre bilhões de dólares em importações dos EUA, embora Carney tenha isentado produtos cobertos pelo USMCA, num gesto visto pela NDTV World como uma tentativa de facilitar um acordo e reduzir as tensões.
Impacto bilateral: siderurgia e empregos em risco
As consequências das tarifas dos EUA são sentidas duramente ao norte. A NDTV World relata que os setores automotivo, siderúrgico e de alumínio do Canadá estão sendo “gravemente prejudicados”, levando a uma perda significativa de empregos. A economia canadense, historicamente dependente do vizinho do sul, busca agora diversificar seus parceiros comerciais de forma urgente.
O México, por sua vez, tem conseguido evitar a ameaça de uma tarifa de importação de 30% dos EUA. No entanto, seus setores automotivo, siderúrgico e de alumínio também foram atingidos por taxas mais altas, assim como os de outros países. Embora os Estados Unidos sejam há muito tempo o principal destino das exportações de ambos, a instabilidade atual força uma reavaliação estratégica.
O plano B: a rota comercial México-Canadá
A visita de Carney, segundo declarações de Claudia Sheinbaum reportadas pela NDTV World, busca “fortalecer o relacionamento México-Canadá”. A pauta da reunião é pragmática: aumentar o comércio usando portos canadenses e mexicanos, criando uma rota logística que evite a necessidade de cruzar os Estados Unidos por estradas ou ferrovias. Esta é uma mudança logística significativa para proteger as cadeias de suprimentos de ambos.
Além da logística, os líderes discutirão um programa de vistos especiais para trabalhadores mexicanos e cooperação em áreas como energia renovável e inovação. Conforme declaração de Carney à NDTV World antes da viagem, o foco é “elevar nossas parcerias” e “construir cadeias de suprimentos mais fortes” diante de um “cenário global em mudança”, visando maior prosperidade e certeza para canadenses e mexicanos.
O desafio de um comércio independente
Embora o comércio bilateral entre México e Canadá tenha totalizado menos de US$ 32 bilhões no ano passado, um valor mais de 20 vezes menor do que o comércio de cada um com os Estados Unidos, segundo dados da NDTV World – essa aliança se tornou estratégica. A pressão de Trump está forçando os vizinhos a construir uma ponte econômica mais robusta entre si, independente da política de Washington.