A histórica privatização da Eletrobras em 2022 transformou a estatal em uma corporação de capital pulverizado, resultado de um longo e complexo processo marcado por visões opostas sobre o futuro do setor elétrico no Brasil.
Em junho de 2022, o Brasil testemunhou um dos maiores eventos de seu mercado de capitais: a privatização da Eletrobras. Por meio de uma oferta de ações que movimentou R$ 33,7 bilhões, a União diluiu sua participação e deixou de ser a acionista controladora da maior empresa de energia da América Latina, que passou a ser uma corporação com capital pulverizado.
O processo foi defendido pelo governo da época como uma medida essencial para garantir a capacidade de investimento e a modernização da companhia, mas enfrentou forte oposição de setores que alertavam para os riscos à soberania energética e o aumento nas tarifas. A transação, concluída em 2022, continuou a gerar debates e uma disputa judicial com o novo governo, que foi encerrada com um acordo em 2025, definindo a nova configuração da empresa.
O caminho para a privatização da Eletrobras: a crise e a nova lei
A decisão de privatizar a Eletrobras foi o culminar de uma crise profunda que a empresa enfrentou a partir de 2014. Uma combinação de fatores, como os impactos da Operação Lava Jato, uma política de preços de combustíveis que gerou prejuízos e um alto endividamento, deixou a estatal com sua capacidade de investimento severamente limitada.
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Nesse cenário, o governo defendeu que a única saída para “destravar” o potencial da empresa seria a privatização. O instrumento legal para isso foi a Lei nº 14.182/2021. Ela autorizou um modelo de capitalização, no qual seriam emitidas novas ações sem a participação da União, o que, na prática, reduziria o controle do governo para menos de 50%.
A megaoperação da privatização da Eletrobras: como a venda aconteceu em junho de 2022
A operação que efetivou a privatização da Eletrobras foi uma das maiores da história da bolsa brasileira. Em 9 de junho de 2022, a empresa lançou uma oferta global de ações, com o preço de cada papel fixado em R$ 42,00.
A oferta total movimentou cerca de R$ 33,7 bilhões. A maior parte desse valor (R$ 30,76 bilhões) foi injetada diretamente no caixa da empresa, com o objetivo de financiar novos investimentos. Um fato notável foi a forte adesão de pequenos investidores e trabalhadores, que aplicaram R$ 6 bilhões de seus saldos do FGTS para comprar ações da companhia.
As controvérsias da privatização da Eletrobras: os argumentos pró e contra
A privatização da Eletrobras dividiu opiniões e foi cercada de polêmicas. Os defensores da medida argumentavam que, como empresa privada, a Eletrobras teria mais agilidade e capacidade de investimento, o que era essencial para a segurança do setor elétrico nacional.
Os críticos, por outro lado, levantaram diversas preocupações. O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou o processo por 7 a 1, mas o voto contrário, do ministro Vital do Rêgo, apontava uma subavaliação dos ativos da empresa. Sindicatos e movimentos sociais alertavam que a venda do controle de um ativo estratégico representava uma perda de soberania e levaria a um aumento inevitável nas contas de luz.
Além disso, a lei da privatização incluiu a obrigação de contratar 8.000 MW de novas usinas termelétricas a gás, uma medida criticada por especialistas pelo alto custo, estimado em R$ 52 bilhões a mais na conta de luz dos brasileiros.
A nova Eletrobras e a disputa com o governo Lula
Após a privatização da Eletrobras, a companhia iniciou uma reestruturação sob o comando do CEO Wilson Ferreira Jr., com foco em eficiência e corte de custos, registrando um lucro de R$ 4,4 bilhões em 2023.
No entanto, a mudança de governo no Brasil levou a um novo conflito. Em maio de 2023, o governo do presidente Lula ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo era anular a cláusula da lei que limitava o poder de voto da União a apenas 10%, mesmo o governo ainda sendo o maior acionista, com 42% das ações.
O acordo de 2025: o fim da disputa e o futuro da empresa
A batalha judicial gerou grande incerteza no mercado, mas foi resolvida com um acordo no final de fevereiro de 2025. A negociação, que pôs fim à ação no STF, foi uma troca de concessões que definiu a nova estrutura de poder na empresa.
Pelo acordo, o governo aceitou manter o limite de 10% no poder de voto. Em contrapartida, ganhou mais representação na governança, com o direito de indicar três dos dez membros do Conselho de Administração. Para a Eletrobras, a maior vitória foi se livrar da obrigação de investir na conclusão da problemática usina nuclear de Angra 3, um passivo de alto risco que agora volta a ser responsabilidade do governo.
Privatização mata um país! É só lembrar os acidentes ambientais e humanos da Vale. Os desgoverno de direita desde FHC aceleraram a privatização e entregaram as estatais para estrangeiros.
A pior atitude do governo anterior foi privatizar a Eletrobras. Um setor estratégico.
Privatizar irá sucatas mais a empresa. Vejam exemplos que o zema quer privatizar a Cemig e Copasa em Minas. As tarifas irão aumentar e não terão qualidades. Quando faltam energia e ou água nos fds, as companhias se mobilizam para tomar ações rápidas, e se privatizar só teremos retornos dis serviços só ” Deus sabe”. Olham os serviços privatizados no RJ. Sem Quaidades e sem respeito com o meio ambiente.
Quero ver o inteligente me desafiar.!!!
Aguardo.
Se o zema privatizar irá vender ou dar para os amigos. Isso que o zema faz. Vejam na Cemig e Copasa quanto de amigos que esse governo colocou nas companhias. Muito mais que os governos anteriores colocaram.