Nova pesquisa revela avanço de fraturas na Geleira Thwaites, que pode elevar o nível do mar global em até 3,3 metros
A Geleira Thwaites, localizada na Antártida Ocidental, está dando sinais cada vez mais preocupantes de instabilidade. Também conhecida como “Geleira do Juízo Final”, ela possui 128 quilômetros de extensão e pode elevar o nível dos oceanos em até 3,3 metros caso entre em colapso total. Isso transformaria completamente o cenário das cidades costeiras em todo o planeta.
Pesquisas recentes, divulgadas no Journal of Geophysical Research Earth Surface, analisam em detalhes a propagação de fraturas que ameaçam desestabilizar ainda mais a plataforma de gelo.
Esse avanço no conhecimento pode ajudar cientistas a prever com mais exatidão quando o colapso poderá ocorrer.
-
Estes são os 5 celulares da Xiaomi que valem cada centavo e oferecem ótimo custo-benefício — dos modelos mais baratos aos top de linha
-
iPhones em alta: três celulares da Apple para você comprar barato em 2025 e seguem recebendo atualizações do iOS
-
Árvores solares prometem gerar energia limpa sem desmatar e podem substituir grandes usinas de painéis planos
-
Seu Gmail pode estar em risco? Vazamento atinge 2,5 bilhões de contas e dá origem a onda de golpes por telefone
Perda acelerada de gelo e riscos globais
A Geleira Thwaites está em uma posição delicada na borda da Antártida. Segundo os pesquisadores, ela perde cerca de 136 bilhões de toneladas de gelo por ano.
Essa perda constante, somada ao risco de colapso da plataforma de gelo que serve de barreira natural, pode acelerar o fluxo da geleira para o mar.
O mais importante é que esse derretimento rápido tem potencial para causar uma elevação significativa no nível do mar.
Cidades em áreas baixas seriam as primeiras atingidas. Isso transforma Thwaites em um dos pontos centrais do debate sobre mudanças climáticas.
Compreender as fraturas é essencial
O estudo coordenado por pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia aponta que fraturas são elementos mais complexos do que os modelos climáticos tradicionais costumavam mostrar.
Shujie Wang, professor assistente e coautor do estudo, destacou a dificuldade em obter observações de campo e os limites dos métodos anteriores.
Para superar essas limitações, a equipe utilizou dados do satélite ICESat-2 da NASA. Com essas informações, os pesquisadores criaram perfis de elevação detalhados e cortes visuais das fraturas na Plataforma de Gelo Thwaites.
Isso tornou possível acompanhar a formação das rachaduras e entender como elas se espalham com o tempo.
Nova técnica fornece alertas antecipados
Uma das contribuições mais relevantes do estudo é o novo método de monitoramento, que permite detectar com mais precisão os sinais iniciais de colapso.
As fraturas atuam como indicadores visuais do que está por vir. Ao rastreá-las, os cientistas podem prever com mais antecedência quando a plataforma pode começar a se romper.
Richard Alley, também coautor da pesquisa, usou uma comparação direta para resumir a gravidade da situação: “Vimos plataformas de gelo se romperem, mas nunca vimos nenhuma crescer novamente”. Isso mostra que as transformações observadas até agora são irreversíveis.
Instabilidade que se retroalimenta
A pesquisa revela ainda que o colapso pode seguir um ciclo contínuo. À medida que fraturas se espalham, a geleira começa a se mover mais rapidamente em direção ao oceano.
Esse movimento, por sua vez, gera novas rachaduras, criando uma reação em cadeia difícil de conter.
A parte leste da plataforma é especialmente vulnerável, segundo os pesquisadores. Já o lado oeste parece mais estável, pelo menos por enquanto.
Os motivos dessa diferença ainda não estão totalmente claros. Hipóteses levantadas pelos cientistas incluem o impacto de temperaturas oceânicas mais altas e alterações nas correntes marítimas.
Um alerta sobre consequências catastróficas
Shujie Wang reforça que o cenário é preocupante. Se a Geleira Thwaites atingir um ponto de instabilidade extrema, o impacto no nível do mar pode ser dramático.
Isso reduziria significativamente o tempo de resposta das comunidades costeiras ao redor do mundo.
A velocidade do derretimento poderia aumentar rapidamente, dificultando qualquer tipo de adaptação. As palavras de Wang funcionam como um aviso direto sobre a urgência do problema.
Geleira do Juízo final: impacto global pode ser sem precedentes
O colapso total da Geleira Thwaites pode gerar consequências muito mais amplas do que as observadas em outros episódios.
Um exemplo citado por cientistas é a Plataforma de Gelo Larsen B, que se desintegrou em apenas cinco semanas no ano de 2002.
Mas a Geleira Thwaites é muito maior. Sua desintegração teria efeitos mais devastadores e poderia inclusive afetar outras regiões da Antártida, desestabilizando mais plataformas de gelo.
A preocupação dos pesquisadores é que isso dê início a uma série de colapsos que elevem o nível do mar em escala global.
Pesquisa oferece ferramenta valiosa para o futuro
Apesar dos riscos, os cientistas acreditam que a nova metodologia de análise pode ajudar. Zhengrui Huang, doutorando envolvido no estudo, afirmou que os dados obtidos serão fundamentais para quem pesquisa a dinâmica das plataformas de gelo.
Com informações mais detalhadas, os modelos se tornam mais precisos. Isso melhora a capacidade de prever eventos críticos e pode orientar medidas de mitigação.
O estudo marca um passo importante no monitoramento de uma das maiores ameaças atuais ligadas ao aquecimento global.
Com informações de Daily Galaxy.