Com 71 patentes e 10.000 protótipos, a embalagem Okapa quer transformar a hidratação de luxo em realidade.
Uma nova garrafa de água chegou ao mercado custando US$ 300 (cerca de R$ 1.600). Ela promete ser a mais bem projetada até hoje. O produto é resultado de 10 anos de trabalho, 71 patentes e 10.000 protótipos. O objetivo é transformar a hidratação de luxo em realidade no competitivo mercado de 2025.
O que justifica o preço desta garrafa de água de luxo?
Hardy Steinmann é o criador da garrafa de água Okapa. A empresa de design Ideo ajudou a dar vida ao projeto. Steinmann passou a última década em uma busca para criar a garrafa de água de luxo perfeita. A Okapa passou por testes rigorosos, incluindo um teste de queda direto no concreto.
Após o impacto, a garrafa quicou, mas permaneceu inteira. A sofisticada estrutura de alumínio anodizado sofreu alguns amassados. No entanto, o vidro borossilicato alemão personalizado no interior ficou intacto. Os componentes de grau médico do design também não sofreram danos.
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A visão de Hardy Steinmann: a garrafa de água como símbolo de status
A embalagem da Okapa proclama que é um “feito técnico de engenharia além da razão”. Steinmann, um criativo suíço de 69 anos, nunca quis lançar uma garrafa comum. Ele tem experiência em marcas de luxo, como a relojoaria Hublot e o Swatch Group EUA.
Há cerca de 20 anos, ele teve uma epifania sobre garrafas de água. “Eu disse: ‘Isso vai ser um símbolo de status‘”, conta. “Eu disse: ‘Você vai ter isso com você, como um relógio, óculos de sol…'”. Ele estava certo. O mercado de garrafa de água reutilizável atingiu US$ 9,7 bilhões em 2024.
Steinmann diz que, ao contrário de carros ou relógios, faltam ofertas de alta qualidade neste mercado. Ele acreditava que as garrafas existentes eram propensas a odores e bactérias, feitas com componentes baratos e frequentemente vazavam.
Um design focado em higiene e materiais de ponta
Em 2015, Steinmann decidiu criar sua própria garrafa. A inspiração veio de um pequeno frasco de perfume japonês, feito de vidro e revestido de alumínio. O projeto Okapa (nomeado em homenagem a um local onde Steinmann trabalhou) evitou materiais comuns.
Microplásticos são uma preocupação atual. Segundo o empresário, garrafas de aço também podem ter problemas, desenvolvendo porosidade onde bactérias podem crescer. Por isso, a Okapa optou por vidro de borosilicato de grau médico. Este material destaca-se pela falta de porosidade e alta absorção de choque.
O design é complexo. A garrafa de vidro interna é suspensa entre dois amortecedores de silicone. Ela flutua sem tocar em nada, uma solução comparada a um mecanismo de relógio de luxo. A estrutura externa é de alumínio leve. A garrafa é modular, com oito peças recicláveis. Elas podem ser desmontadas rapidamente para limpeza, como peças de Lego.
Engenharia de precisão e o desafio da temperatura
A Okapa reforça seu foco na higiene. A tampa é feita de Grilamid TR90 de grau alimentício. O botão, a trava e outros mecanismos usam aço inoxidável Nitronic 60, resistente à corrosão e usado na área médica. A dobradiça possui um pino interno de titânio. Ela abre com um toque e permanece para trás, sem bater no nariz do usuário.
O bocal foi projetado para ser agradável e abre com um clique para facilitar a limpeza. A unidade inteira cabe em porta-copos de carro e permite operação com uma só mão.
Contudo, a garrafa de água não tem o mesmo isolamento térmico de concorrentes. Steinmann rebate a crítica. “Você pode realmente tomar café fervente [em um Okapa], mas, para ser justo, você precisa bebê-lo em duas a três horas.”
O desafio da Okapa: conquistar o competitivo mercado de garrafas
O mercado atual é dominado por marcas como Stanley e Owala. A Okapa teve um lançamento discreto. Steinmann afirma que foi uma decisão estratégica. “Eu queria lançá-la também como o segredo mais bem guardado“, diz. “Acredito que [com um preço de] US$ 295, você não pode bater na cabeça das pessoas. Você as deixa ‘de molho’. Há um processo educacional.”
A empresa agora focará em mídias sociais e influenciadores. O objetivo é fomentar um “culto de seguidores” em torno da marca. Thomas Overthun, da Ideo, acredita que será uma construção lenta. O tempo dirá se a tenacidade de Steinmann transformará a Okapa em um verdadeiro item de luxo.