Fazenda brasileira de R$ 15 bilhões: o gigante de 90 mil hectares supera empresas da bolsa e entra para a história como a mais cara do Brasil
Você consegue imaginar uma fazenda brasileira quase do tamanho do Rio de Janeiro urbano, valendo mais do que empresas inteiras da Bolsa? Pois é exatamente isso que está acontecendo no coração do agro nacional. Localizada em Sinop (MT), uma propriedade rural de 90 mil hectares foi colocada à venda por incríveis R$ 15 bilhões, consolidando-se como a fazenda mais cara do Brasil. Mas o que há por trás desse número astronômico? E por que tanta gente está de olho nas terras brasileiras?
Terras no Brasil: valorização impressionante e olho dos investidores
O mercado de terras no Brasil tem mostrado uma valorização de tirar o fôlego. Nos últimos cinco anos, o preço médio das terras agrícolas disparou mais de 110%, segundo levantamento da Globo Rural. E esse crescimento não acontece por acaso. A alta global das commodities, a busca incessante por áreas produtivas e o apetite dos grandes fundos por ativos reais colocaram o Brasil no topo da lista para quem quer lucrar com o agronegócio.
Só em 2024, as negociações de terras movimentaram cifras bilionárias. Mas, curiosamente, os especialistas apontam que houve mais especulação do que vendas concretas. “Houve muita oferta de terra, muita especulação, no entanto, um menor volume de negócios realizados em comparação a 2023”, afirmou Geórgia Oliveira, CEO da Chaozão, plataforma que monitora o setor e organizou o levantamento em parceria com diversas imobiliárias. Segundo ela, a maioria das transações fechadas envolveu imóveis de menor porte, com valores médios de até R$ 30 milhões.
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O gigante de Sinop: 90 mil hectares de potencial produtivo
A propriedade que lidera o ranking nacional tem uma área total de 90 mil hectares, equivalente o tamanho do Rio de Janeiro urbano e de dupla aptidão, ou seja, pode ser usada tanto para lavouras quanto para criação de gado. Isso explica em parte o preço de R$ 167 mil por hectare. Mas o que realmente pesa é a localização: Sinop é uma das cidades que mais crescem no Mato Grosso, estado que lidera a produção nacional de grãos e carne bovina.
A região se destaca não só pela produtividade, mas pela infraestrutura já estabelecida e pela facilidade de escoamento da produção, fatores que fazem toda a diferença na hora de avaliar uma propriedade rural. Segundo a Conab, o Mato Grosso deverá colher mais de 100 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25, mantendo a dianteira no ranking nacional.
São Paulo lidera no valor por hectare
Apesar de Sinop abocanhar o título de fazenda mais cara do Brasil em valor absoluto, quem lidera no quesito hectare mais caro é uma fazenda localizada em Franca (SP). Avaliada em R$ 2,75 bilhões, a propriedade tem “apenas” 5.040 hectares, mas com um valor de R$ 545 mil por hectare. Isso mostra como fatores como proximidade de centros urbanos, disponibilidade de água e logística podem pesar mais do que a extensão territorial.
Esse tipo de avaliação evidencia um comportamento curioso no mercado de terras: enquanto os grandes produtores buscam áreas extensas em regiões como o Centro-Oeste, investidores institucionais ou de alto poder aquisitivo muitas vezes preferem imóveis menores, porém extremamente bem localizados e com alta rentabilidade por metro quadrado.
Ranking das fazendas mais caras do país
O levantamento da Chaozão revelou que o Mato Grosso concentra metade das dez fazendas mais caras do país em 2024. A lista se completa com propriedades no Mato Grosso do Sul (2), Tocantins (1), Pará (1) e São Paulo (1). Essa distribuição mostra o peso do Centro-Oeste como polo estratégico do mercado agrícola brasileiro – especialmente no cultivo de soja, milho e na pecuária de corte.
Outro destaque do ano foi a valorização das terras pertencentes à SLC Agrícola, uma das maiores companhias do setor. Segundo dados financeiros da própria empresa, suas terras ultrapassaram R$ 11,6 bilhões em valor patrimonial em 2024, um reflexo direto da confiança que o mercado deposita no potencial de crescimento do agro brasileiro.
Desafios do mercado e perspectivas futuras
Mesmo com números tão impressionantes, o setor vive uma fase de transição. A valorização acelerada nos últimos anos começou a dar sinais de arrefecimento, ao menos no ritmo. O próprio mercado passou a mostrar maior cautela, com investidores mais atentos ao cenário econômico e às instabilidades políticas.
A declaração da CEO da Chaozão ajuda a entender esse momento: “Os negócios acima de R$ 30 milhões foram menores. Muita gente colocou terra à venda, mas o investidor está mais seletivo, esperando o momento certo para entrar”.
Apesar dos ajustes e da diminuição no volume de grandes transações, o mercado de terras no Brasil segue firme como um dos mais dinâmicos do planeta. E os dados não mentem: o país continua sendo uma das melhores apostas para quem busca retorno seguro no longo prazo.
O agro não para e a terra segue sendo ouro
Se existe uma certeza em meio às incertezas do mercado global, é que o agro brasileiro ainda tem muito para crescer. Propriedades como a fazenda bilionária em Sinop são apenas a ponta do iceberg de um setor que movimenta bilhões, alimenta o mundo e continua atraindo investidores do mundo inteiro.
E você, o que pensa sobre esse mercado que não para de crescer? Acha que vale a pena investir em terras no Brasil? Já pensou em comprar uma fazenda ou acredita que esse é um jogo apenas para gigantes? 👉 Deixe seu comentário abaixo e compartilhe essa matéria com quem se interessa pelo universo do agro!