Entre os pastos férteis de Uganda e as planícies do Texas, raças de gado com chifres monumentais ganham destaque na pecuária mundial; na África, a raça Ankole representa cultura e economia, enquanto nos EUA o Texas Longhorn preserva a herança do Velho Oeste.
Com mais de 7 milhões de cabeças em pastos da África Oriental, a criação de gado de chifres grandes da raça Ankole tem ganhado destaque no cenário do agronegócio. Criados em fazendas abertas de Uganda, Ruanda e Quênia, esses bois com chifres monumentais são símbolo de tradição e fonte de renda para milhares de produtores.
Pecuária africana aposta no gado de chifres grandes
Em Uganda, a rotina nas fazendas é marcada pelo manejo simples e eficiente. O gado de chifres grandes é liberado todas as manhãs para pastar em áreas com até cinco quilômetros de raio, aproveitando a abundância de recursos naturais. Os animais se alimentam livremente e retornam ao curral no fim do dia.
Os currais são abertos, sem cobertura, já que não há presença de predadores. A técnica local para controlar parasitas e reduzir o estresse do rebanho é queimar palha a cada três dias, enchendo o ambiente de fumaça. Isso cria um microclima mais confortável para os animais, evitando infestações e mantendo a saúde do rebanho.
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A pecuária africana com gado de chifres grandes não depende de grandes estruturas. Com sistemas de captação de água da chuva e canais improvisados, os criadores garantem a hidratação dos animais com baixo custo.
Chifres colossais, economia gigante
A raça Ankole se destaca não apenas pelos chifres enormes, mas também pelo impacto econômico. Mais de 2,7 milhões de bois Ankole são abatidos anualmente em regiões como o oeste de Uganda, onde se concentra a maior parte da criação. Esses animais são levados a mercados locais e vendidos a frigoríficos para processamento de carne.
Embora menos numerosos que os tradicionais zebus — que somam mais de 300 milhões no continente —, os bois Ankole têm ganhado espaço no mercado de carne bovina por sua aparência marcante e rusticidade. Cada macho pode pesar até 500 quilos, enquanto as fêmeas atingem cerca de 360 kg.
A fazenda de gado de chifres grandes na África é, ao mesmo tempo, um modelo de sustentabilidade e tradição. Os produtores valorizam o gado não apenas como ativo econômico, mas como patrimônio cultural de suas comunidades.
Texas Longhorn: o gado de chifres grandes símbolo do Velho Oeste
Nos Estados Unidos, o destaque vai para o Texas Longhorn, raça descendente de gado espanhol e conhecida por seus chifres abertos e resistentes. Com cerca de 273 mil cabeças, a raça é mantida principalmente no Texas, onde representa a identidade histórica da pecuária americana.
A pecuária de gado de chifres grandes nos EUA combina tradição com estratégia de mercado. Em Hill County, no centro do Texas, uma fazenda abriga mais de 400 exemplares. Entre 100 e 130 bois são vendidos por ano para abate, exposições e eventos culturais.
A carne do Texas Longhorn é valorizada por seu sabor e teor de gordura controlado. Os criadores também mantêm os animais por motivos simbólicos, reforçando o vínculo entre a atividade agropecuária e a história do país.
Ameaças no campo: os papagaios que causam prejuízo na pecuária australiana
Enquanto africanos e americanos cultivam o gado de chifres grandes, os australianos enfrentam um desafio diferente no agronegócio: a invasão de papagaios em fazendas de gado e grãos. Espécies como o Galah Cockatoo se reúnem em bandos de centenas, atacando plantações e criando transtornos para os produtores rurais.
Estima-se que esses pássaros causem prejuízos de mais de 173 milhões de dólares por ano à agricultura australiana. Além das perdas nas lavouras, eles também afetam a pecuária ao consumir sementes e ocupar instalações destinadas ao gado.
Medidas de controle como espantadores, armadilhas e manejo populacional são adotadas para proteger as fazendas de produção rural.
E você, o que acha que falta ao Brasil para valorizar mais raças rústicas como o gado de chifres grandes e fortalecer ainda mais nossa pecuária no cenário global?