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A explicação por trás do agradável cheiro de carro novo — e de ondem vem

Publicado em 26/03/2025 às 07:16
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Créditos da imagem: Unsplash
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O famoso “cheiro de carro novo” é causado por compostos liberados por materiais usados ​​no acabamento interno dos veículos. Saiba de onde vem esse aroma e se ele faz mal à saúde

O cheiro de carro novo é uma das sensações mais marcantes ao adquirir um veículo. Não é exatamente um cheiro fresco, mas transmite a ideia de algo intocado. Representa um recomeço, uma conquista. Sem cheiro de ninguém mais, uma lousa em branco. Um investimento fortalecedor, às vezes com prestações longas pela frente.

A origem do cheiro de carro novo: compostos químicos

Apesar de parecer algo único e especial, esse cheiro de carro novo tão característico é, na verdade, o resultado de uma combinação química bem menos romântica. Ele vem de uma mistura de 50 a 60 compostos orgânicos voláteis, conhecidos como VOCs.

Esses compostos são liberados no ar e causam, inclusive, a formação daquela película oleosa que se vê no para-brisa novo.

Esses VOCs não são exatamente perigosos nas concentrações normais de um carro novo, mas também não são inofensivos. Não têm valor terapêutico e nem são aromaterapias, embora provoquem uma resposta olfativa marcante.

A boa notícia é que eles se dissipam com o tempo. Em média, há uma redução de 20% por semana na emissão desses compostos. Por isso o cheiro de carro novo dura pouco. Ele desaparece rápido — o suficiente para que o nome “cheiro de carro novo” faça sentido, e não “cheiro de carro antigo”.

A indústria tenta eliminar o cheiro

Os fabricantes de automóveis, apesar de considerarem a fama do cheiro, estão tentando eliminá-lo. Isso não acontece por desprezo ao aroma, mas por conta de compostos químicos próprios que o causam.

A indústria busca alternativas com menos VOCs, como o uso de espuma à base de soja nos assentos, que emitem menos gases e praticamente não têm cheiro.

Com essa mudança, o cheiro de carro novo pode acabar restrito às memórias — ou aos frascos de fragrâncias artificiais. Sim, há perfumes que tentam imitar o cheiro original. Mas, nesse caso, os fabricantes não estão engarrafando os VOCs verdadeiros, e sim reproduzindo o aroma de forma segura. Ainda bem.

Os cinco compostos mais comuns no cheiro de carro

Mesmo que o cheiro de carro novo venha de muitos compostos, cinco VOCs são mais comuns. São eles que formam a maioria do aroma que sentimos ao entrar em um carro recém-saído da concessionária.

Tolueno: Um solvente líquido extraído do petróleo. Ele é usado em tintas e colas, que estão presentes em diversas partes do veículo. Também aparece no escapamento, pois é um agente da gasolina. O tolueno é conhecido por seu uso em removedores de esmalte.

Etilbenzeno: Um gás inflamável e incolor. Ele também vem do petróleo e do alcatrão de hulha. É usado na produção de tinta e estireno. Quando entra em contato com o ar, se decompõe em outros elementos em três até dias.

Estireno: Um composto sintético. Está presente em diversos materiais usados ​​em carros: borracha, revestimentos, carpetes. Apesar de existir em pequenas quantidades em frutas e vegetais, sua versão no carro é feita em laboratório. Ele se decompõe rapidamente — entre um e dois dias após a liberação.

Xileno: Tem um cheiro doce, mas é altamente inflamável. Também extraído do alcatrão e do petróleo, é utilizado nas indústrias de couro e borracha. Como está entre os 30 produtos químicos mais produzidos nos Estados Unidos, sua presença no interior dos veículos é bem comum.

Trimetilbenzeno: Tem um “odor forte e peculiar”, segundo a Toxipedia.org. Serve como solvente, diluente e aditivo para combustível. Tem a vantagem de se decompor com a luz solar, então deixar o carro estacionado ao sol por alguns dias pode ajudar a eliminar o cheiro de carro mais rápido.

A melhor solução continua sendo o ar fresco

Para quem não quer esperar ou não gosta do cheiro, a dica mais simples ainda é a melhor: abrir as janelas. Deixar o ar circular ajuda a dispersar os compostos mais rapidamente e acelerar a renovação do ambiente interno.

A tendência é que o cheiro de carro novo se torne cada vez mais raro, à medida que a indústria busque materiais mais seguros e com menos emissão de VOCs.

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Romário Pereira de Carvalho

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