Enquanto busca reduzir sua dependência da China no setor de baterias, a Europa aposta em um motor elétrico inovador feito com elementos de terras raras reciclados. A iniciativa promete mais sustentabilidade e competitividade para a indústria europeia de mobilidade elétrica.
A Europa busca reduzir sua dependência da China e aposta em um motor elétrico com elementos de terras raras reciclados.
A iniciativa, liderada pela fabricante ZF e 19 parceiros europeus, visa garantir maior autonomia no setor automotivo e diminuir o impacto ambiental da produção de motores.
O desafio da dependência chinesa
Atualmente, a China domina a produção de baterias e o fornecimento de terras raras, essenciais para veículos elétricos.
-
Honda lança moto que faz mais de 60 km por litro com 400 km de autonomia por tanque; conheça a MSX Grom
-
Dicas para evitar acidentes de carro em cruzamentos congestionados
-
Novo SUV brasileiro é mais potente que Toyota Corolla Cross, mais barato que um mini SUV, faz 705 km com um único tanque e promete fazer inveja ao Hyundai Kona e Kia Niro
-
Toyota Yaris Cross: novo mini SUV mais barato do Brasil, chega ao mercado em outubro fazendo 32 km/l, com nota máxima em segurança no ASEAN NCAP e surpreende consumidores
Empresas chinesas como BYD e CATL respondem por mais de 70% da produção global de baterias. Além disso, entre 70% e 80% das terras raras também vêm do país asiático.
Esses elementos são cruciais para a fabricação de motores elétricos, pois possibilitam a criação de ímãs permanentes altamente eficientes.
A dependência excessiva representa um risco econômico e estratégico. Por isso, a Europa busca alternativas para garantir o suprimento desses materiais sem comprometer sua produção de veículos elétricos.
Uma das soluções encontradas foi a reciclagem de terras raras a partir de ímãs já produzidos.
O projeto europeu de reciclagem para novo motor elétrico
A ZF e seus parceiros desenvolveram um método inovador para reutilizar terras raras sem precisar remover os ímãs do rotor.
Esse processo resolve um problema técnico importante: ao tentar separar os ímãs, eles costumam quebrar e gerar poeira magnetizada, tornando a reciclagem difícil e perigosa.
A nova técnica permite extrair um pó não magnético e reutilizável. Com isso, as terras raras podem ser convertidas em ímãs totalmente novos, reduzindo a necessidade de extração mineral e os impactos ambientais do processo tradicional.
Economia de energia e eficiência
Outro ponto positivo do projeto é a redução drástica do consumo energético na produção de novos motores elétricos.
O processo de reciclagem desenvolvido exige somente 12% da energia necessária para fabricar ímãs a partir de terras raras recém-extraídas.
Isso representa um avanço significativo em termos de sustentabilidade e eficiência industrial.
O motor HPMS e suas vantagens
O motor desenvolvido pela ZF, chamado HPMS, surge como uma alternativa viável ao PMSM, modelo amplamente utilizado no setor automotivo.
Ambos apresentam desempenho e dimensões semelhantes, permitindo a substituição sem comprometer a eficiência dos veículos elétricos.
Além disso, os motores HPMS não utilizam escovas, reduzindo a necessidade de manutenção.
Enquanto alguns motores elétricos dispensam terras raras ao substituir ímãs por bobinas eletromagnéticas, essa alternativa não atinge o mesmo nível de eficiência dos modelos com ímãs permanentes.
Um futuro mais sustentável
A iniciativa europeia representa um passo importante para a independência tecnológica e energética do continente.
Ao investir em reciclagem e inovação, a Europa busca reduzir sua vulnerabilidade em relação à China e garantir um futuro mais sustentável para a indústria automotiva.