Analisamos a versão de entrada 4×2 da picape média. Veja o lado bom e ruim, preço, consumo e se ela vale a pena para o seu uso.
A Ford Ranger Black se posiciona como a porta de entrada para a linha que ocupa o segundo lugar entre as picapes médias mais vendidas do Brasil. Com um preço competitivo, ela foca em um consumidor específico, abrindo mão de um item tradicional na categoria: a tração 4×4. Mas onde ela acerta e onde erra? Analisamos seus pontos fortes e fracos para definir se a compra vale a pena.
Ranger Black: O preço acessível e o público-alvo específico
O principal atrativo da Ford Ranger Black é seu custo. Com o preço de R$ 238.900, ela se torna mais barata que as versões de entrada de suas principais concorrentes. A Toyota Hilux, líder de mercado, tem sua versão inicial por R$ 289.000, enquanto a Chevrolet S10 parte de R$ 277.000. Apenas a Fiat Titano oferece uma opção mais em conta, por R$ 234.000, porém mais simples.
O posicionamento de preço se justifica pela tração 4×2. O público desta picape é aquele que precisa da robusteza de um chassi, de uma grande altura do solo e, principalmente, de uma caçamba com alta capacidade de carga. É o consumidor que não enfrenta trilhas off-road severas e para quem a tração integral não é uma necessidade, tornando-se um custo desnecessário.
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Os acertos: O lado bom da picape de entrada
Mesmo sendo uma versão de entrada, a Ranger Black é bem completa. Um dos seus acertos é o conjunto óptico, com farol alto e baixo em LED, além de DRL também em LED. Ela vem com rodas de aro 18 polegadas com pneus de uso misto (ATR), estribos laterais, sensor de estacionamento traseiro e câmera de ré.
A caçamba é um ponto forte. São 1.250 litros de capacidade volumétrica e a possibilidade de carregar 1.031 kg. A tampa possui uma mola que auxilia na subida, deixando-a mais leve. Internamente, a picape agrada com um painel de instrumentos digital de 8 polegadas, central multimídia de 10 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, e carregador de celular por indução. A manutenção da saída de ar-condicionado para o banco traseiro também é um ponto positivo. Além disso, a Ford oferece 5 anos de garantia, mesmo na versão mais barata.
Os erros: O lado ruim e os pontos de atenção
O principal ponto de atenção da Ford Ranger Black está sob o capô. Seu motor 2.0 turbo diesel, chamado de Panther, é o menos potente da categoria. Ele entrega 170 cavalos de potência e 41,3 kgf.m de torque, números inferiores aos de todas as concorrentes diretas, como S10 (207 cv) e Hilux (204 cv). Isso resulta em um desempenho apenas adequado, com um 0 a 100 km/h em 12 segundos.
Outro ponto é a ausência total de sistemas de assistência ao motorista (ADAS). Itens como frenagem automática de emergência, piloto automático adaptativo e alerta de ponto cego não estão disponíveis. O freio traseiro é a tambor, enquanto as versões V6 já utilizam discos. A chave é do tipo canivete, sem sistema presencial, o que é compreensível para uma versão de entrada.
Motor, consumo e a surpreendente dirigibilidade
Apesar de ser o motor mais fraco, o 2.0 Panther tem uma grande virtude: o consumo. Segundo o Inmetro, a picape faz 10,2 km/l na cidade e 12,1 km/l na estrada. Com um tanque de 80 litros, a autonomia é excelente. O câmbio é automático de seis marchas e a tração, como mencionado, é apenas traseira.
Onde a Ranger Black mais surpreende é ao rodar. Ela é considerada a picape com o maior conforto da categoria, talvez com a concorrência apenas da Amarok. A suspensão com feixe de molas na traseira é muito bem acertada e não fica “pulando”, mesmo sem carga na caçamba. A direção elétrica é leve, o que a torna agradável para o uso diário na cidade, apesar de seus 5,35 metros de comprimento.