Conheça a história da descoberta de nióbio em Araxá, Minas Gerais, as vastas reservas que colocam o Brasil no topo da produção global e o papel central da CBMM nesta liderança estratégica.
O nióbio, um metal de transição com propriedades físicas e químicas extraordinárias, é um elemento crucial para inúmeras aplicações industriais de alta tecnologia. No coração de Minas Gerais, em Araxá, a descoberta de nióbio no século XX revelou uma riqueza mineral que assegura ao Brasil a liderança mundial absoluta em sua produção.
Este artigo explora a fascinante trajetória do nióbio brasileiro, desde a sua descoberta de nióbio em Araxá. Detalharemos o contexto geológico único da região, a magnitude das reservas nacionais, o protagonismo da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e o impacto econômico e estratégico deste metal para o país e o mundo.
Araxá: o epicentro da riqueza brasileira em nióbio
A história da exploração do nióbio em Araxá, Minas Gerais, começou em meados do século XX. A jazida, hoje a maior do mundo em operação, foi oficialmente inaugurada em 1955, mesmo ano de fundação da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), empresa que detém os direitos de sua exploração.
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O contexto geológico de Araxá é privilegiado: a reserva está inserida no Complexo Alcalino-Carbonatítico do Barreiro, e o principal minério de nióbio é o pirocloro, encontrado em teores consideravelmente altos, entre 2,3% a 2,5% de óxido de nióbio (Nb2O5). Uma grande vantagem da descoberta de nióbio é a forma de extração. A mineração é realizada a céu aberto, e o minério laterítico é friável (desagrega-se facilmente), eliminando a necessidade de explosivos para o desmonte. Isso resulta em custos de produção significativamente menores em comparação com outras ocorrências globais.
Brasil: o gigante mundial em reservas e produção de nióbio
A liderança brasileira no mercado de nióbio é incontestável, sustentada por suas vastas reservas. O país detém aproximadamente 98% dos depósitos de nióbio em operação no mundo e, em 2023, foi responsável por cerca de 95,9% da produção mundial de concentrado de nióbio. Dentro do Brasil, o estado de Minas Gerais, impulsionado pela jazida de Araxá, concentra 75% das reservas nacionais.
A longevidade dessas reservas é outro fator impressionante. Estima-se que, considerando o nível de consumo atual, as reservas de nióbio em Araxá sejam suficientes para suprir a demanda mundial por um período de 100 a 200 anos, consolidando a dominância brasileira de forma duradoura.
CBMM: a força motriz da indústria com a descoberta de nióbio
A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), fundada em 1955, é a peça central na cadeia produtiva do nióbio de Araxá. Ela é responsável pela exploração, processamento e comercialização do metal. Líder mundial absoluta, a CBMM possui controle predominantemente nacional, mas desde 2011 conta com a participação de um consórcio asiático (formado por grandes siderúrgicas), uma parceria estratégica que visa fortalecer e expandir o mercado consumidor global de nióbio.
A empresa realiza todas as etapas produtivas em suas instalações em Araxá, desde a extração do pirocloro até a elaboração de produtos de alto valor agregado, como o ferronióbio (seu principal produto) e ligas especiais de nióbio metálico e óxidos. Uma política fundamental da CBMM é não comercializar minério bruto, focando em produtos industrializados. A empresa investe continuamente em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) para criar novas aplicações para o nióbio, com destaque recente para o setor de baterias.
O valor estratégico do nióbio: impacto econômico e aplicações chave
O nióbio tem um impacto econômico e estratégico substancial para o Brasil. As exportações de produtos de nióbio geraram um superávit de USD 2,2 bilhões na balança comercial brasileira em 2023, posicionando o metal como o terceiro item mais importante na pauta de exportação mineral do país. A indústria do nióbio também é uma importante fonte de geração de empregos diretos e indiretos, promovendo o desenvolvimento regional em Minas Gerais.
As aplicações do nióbio são vastas e cruciais para diversos setores. Cerca de 90% do consumo é na siderurgia, para a produção de aços de alta resistência e baixa liga (HSLA), utilizados na indústria automotiva, oleodutos, gasodutos e grandes estruturas. O nióbio também é essencial em superligas para turbinas de aviões, em supercondutores para equipamentos de ressonância magnética, em lentes ópticas, componentes eletrônicos e, cada vez mais, em baterias de íons de lítio, onde permite recargas ultrarrápidas e maior vida útil. Essa diversidade de uso confere ao nióbio o status de mineral estratégico para o Brasil e para as principais potências globais.
Mercado global, sustentabilidade e o futuro do nióbio de Araxá
A demanda global por nióbio tem crescido, impulsionada pela indústria siderúrgica e por novas tecnologias, especialmente aquelas ligadas à transição energética e à eletrificação. A CBMM, principal fornecedora mundial, enfrenta a concorrência não tanto de outros produtores de nióbio, mas de outros metais (como vanádio e titânio) e materiais alternativos, o que exige uma estratégia constante de inovação e desenvolvimento de mercado para os produtos de nióbio.
A sustentabilidade é um pilar importante para a CBMM. A empresa adota práticas como a construção de barragens de rejeitos pelo método a jusante (considerado mais seguro) e a gestão da escória com conteúdo radioativo (naturalmente presente no minério) conforme as normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Além disso, realiza investimentos sociais em Araxá e possui certificações como a ISO 37001 (gestão antissuborno). As perspectivas futuras para o nióbio brasileiro envolvem a contínua verticalização da produção, ou seja, a fabricação de produtos de ainda maior valor agregado no país, e um foco crescente em inovação para manter a liderança e atender às demandas de um mercado global em transformação.
Essa matéria só comete uma injustiça ou omissão. O Cetec-MG, enquanto órgao estadual (depois doado para a Fiemg, pelo governo Anastasia), foi o responsável pelo desenvolvimento da técnica necessária para extrair o Nióbio da rocha mineral explorada pela CBMM.
Acabou a cidade de Araxá. Quero ver quem ou o que vai pagar a destruição que deixam para trás. Estão destruindo nosso estado pora causa da ganância de empresas qie nem brasileiras são, pois, entregam tudo de graça pra multinacionais e o estado mesmo, numa divida tao infundada. Pergunto: pra onde vai o dinheiro da mineração e de todas essas extrações de ouro, niobio, enfim, todas as riquezas **** retiradas do solo, não só de Minas, mas de todo o pais? Depois, deixam migalhas pra população, como esta ocorrendo ate hj em Mariana, Brumadinho e outras xidades devastadas pela Vale e comparsas. Ate quando vamos ficar calados vendo destruir o estado, enfim, o pais inteiro???
De que adianta se o governo entrega tudo pra outros países em troca de royalties miseráveis após algum acordo absurdo que beneficia meia dúzia de pessoas. Antes colônia, agora administrados por más pessoas que vendem tudo para seus próprios interesses.