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A descoberta de bauxita que revelou um tesouro mineral de 1,6 bilhão de toneladas e tornou o Brasil um ator estratégico no mercado global de alumínio

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 31/05/2025 às 10:59
Atualizado em 03/06/2025 às 11:36
Explore a história da descoberta de bauxita em Porto Trombetas, Pará. Conheça as vastas reservas de mais de 1 bilhão de toneladas e a operação da MRN.
Explore a história da descoberta de bauxita em Porto Trombetas, Pará. Conheça as vastas reservas de mais de 1 bilhão de toneladas e a operação da MRN.
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Conheça a saga da descoberta de bauxita em Porto Trombetas, as gigantescas reservas de mais de um bilhão de toneladas e o papel crucial da Mineração Rio do Norte (MRN) na exploração.

A descoberta de bauxita na região, ocorrida na década de 1960, transformou a dinâmica econômica do oeste do Pará e posicionou o Brasil como um ator relevante no mercado global de alumínio. Este artigo detalha essa jornada, as operações da MRN e seu impacto multifacetado.

As vastas reservas de bauxita de Porto Trombetas, no coração da Amazônia paraense, representam um marco na indústria mineral brasileira. Com estimativas que ultrapassam um bilhão de toneladas, essa riqueza é explorada pela Mineração Rio do Norte (MRN), uma empresa que se consolidou como a maior produtora de bauxita do Brasil.

A jornada da descoberta de bauxita na Amazônia paraense

Na década de 1960, a indústria de alumínio brasileira buscava novas fontes de matéria-prima. A Aluminas, subsidiária da canadense Alcan, iniciou prospecções na Amazônia sob a sugestão do geólogo Johan Arnold Staargaard. Em 3 de agosto de 1963, foi comunicada a descoberta de bauxita de boa qualidade em quantidades substanciais no Rio Trombetas.

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A exploração inicial enfrentou desafios logísticos e técnicos, superados com o uso de fotografias aéreas e a abertura manual de poços. A confirmação definitiva das reservas comerciais ocorreu em 1967, nos platôs do Saracá, sob a liderança do geólogo Igor Mousasticoshvily. Essa descoberta de bauxita foi resultado de visão estratégica e esforço exploratório direcionado.

Porto Trombetas, um patrimônio de mais de um bilhão de toneladas de bauxita

A descoberta da bauxita que revelou um tesouro mineral de 1,6 bilhão de toneladas e tornou o Brasil um ator estratégico no mercado global de alumínio.

As reservas de bauxita em Porto Trombetas, operadas pela MRN, são de magnitude expressiva, estimadas em 1,635 bilhão de toneladas, representando 84,2% do total do Pará. Este volume confirma a afirmação de “mais de um bilhão de toneladas”.

A bauxita extraída é predominantemente de grau metalúrgico, com teor médio de Al₂O₃ (óxido de alumínio) em torno de 50% e SiO₂ (dióxido de silício) reativo de aproximadamente 4%. O principal mineral de alumínio é a gibbsita, o que oferece vantagens no processo de refino Bayer. A qualidade geral da bauxita de Porto Trombetas é considerada boa, sustentando a competitividade da MRN.

Operando a gigante da bauxita brasileira

A Mineração Rio do Norte S.A. (MRN) foi organizada para operar o projeto inicialmente proposto pela Alcan. Após percalços e negociações com a então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), a MRN iniciou sua produção comercial em 1979. Sua estrutura acionária histórica inclui grandes players como Vale (40%), BHP-Billiton (14,8%), Rio Tinto Alcan (12%), CBA (10%) e Alcoa (13%).

A MRN emprega o método de lavra a céu aberto por tiras, totalmente mecanizada e sem o uso de explosivos. Em 2024, a produção atingiu 12,8 milhões de toneladas. O beneficiamento consiste principalmente na lavagem do minério.

A logística é complexa, utilizando transporte ferroviário interno até o Porto Trombetas, de onde a bauxita segue por via fluvial para o mercado doméstico (Alunorte) e para exportação (América do Norte, Europa, Ásia).

O impacto da exploração da bauxita, economia e socioambientalismo em foco

A MRN tem um impacto econômico profundo no oeste do Pará. Em 2024, as compras locais ultrapassaram R$ 700 milhões, e a empresa gerava 6.700 empregos (diretos e terceirizados), com 85% dos diretos sendo paraenses. A arrecadação de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) foi de R$ 56,8 milhões em 2024, além de outros R$ 240,4 milhões em impostos e taxas.

Na gestão ambiental, a MRN possui certificação ISO 14001 e investe pesadamente no manejo de rejeitos e na recuperação de áreas degradadas. Um exemplo notável é a restauração do Lago Batata, que sofreu com o lançamento de rejeitos no início do projeto.

O Projeto Pé-de-Pincha, focado na conservação de quelônios, conta com o apoio da MRN há mais de duas décadas. A empresa também desenvolve programas sociais e de engajamento com comunidades quilombolas e ribeirinhas, investindo R$ 42,2 milhões em 2024.

O futuro da bauxita de Porto Trombetas pós-descoberta de bauxita

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O futuro da MRN depende crucialmente do “Projeto Novas Minas” (PNM), que visa estender a vida útil da mina por mais 15 a 20 anos, explorando cinco novos platôs. A Licença Prévia foi obtida em outubro de 2024, e o investimento previsto é de R$ 5 bilhões.

A MRN opera em um mercado global de bauxita com perspectivas de crescimento, impulsionado pela demanda por alumínio. Manter a competitividade, a qualidade e a sustentabilidade será vital. A empresa responde por aproximadamente 38,8% da produção brasileira de bauxita, e seu desempenho afeta diretamente a posição do Brasil no cenário mundial. A gestão de desafios como o licenciamento do PNM e a exposição cambial de sua dívida será determinante para seu sucesso contínuo.

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Joseilton
Joseilton
05/06/2025 07:49

🇧🇷🦸‍♂️ESSES FILHO DA **** ESTÃO ACABANDO COM TUDO, BARRAGEM DE REJEITOS COM RISCOS DE ROMPIMENTO
ESTÃO LÁ COM POSSIBILIDADE DE ACABAR COM TUDO

Fabrício Bacelar
Fabrício Bacelar
03/06/2025 21:11

SENHORES, SÓ PARA COMPLETAR A REPORTAGEM, INFORMO QUE PORTO TROMBETAS FICA NO MUNICIO DE ORIXIMINÁ , ESTADO DO PARÁ.
BILHÕES JÁ FORAM PAGOS DE IMPOSTOS PARA O MUNICÍPIO, A MAIOR PARTE FOI ROUBADO POR SEUS GESTORES.

Povo
Povo
03/06/2025 16:46

Eu li que o governo arrecadou 54 milhões e em seguida mais de 200 milhões só em 2024, isso me fez pensar do porquê da necessidade de roubar dos aposentados e pensionistas e cidadãos doentes que já deram sua parte de contribuição ao longo da vida mais de 200 bilhões de reais ? Se esse imposto só desse material rendeu isso, mais o Impostrometo, mais os impostos das outras mineradoras, imagine quanto de dinheiro entra na mão do governo seja ele qual for, e, ainda assim, temos milhares de famílias morando nas ruas do nosso país. A verdade começo a crer, é que ações sociais vindas do governo são na verdade, troco de bala perto do que o mesmo arrecada mesmo com essas empresas com vários nomes com sede em outros países. Nosso país precisa de uma reforma em todo o governo e a forma de distribuição do que arrecada( não falo em dar esmolas, falo de fazer esse país ser o que ele deveria à muito tempo, uma POTÊNCIA MUNDIAL COM UMA POPULAÇÃO MUITO BEM ESTRUTURADA NO ENSINO, NA PROFISSÃO E NA DIGNIDADE). Eles devem rir horrores da cara do próprio povo . Triste fim do Brasil.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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