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A corrida contra o tempo para construir o trem intercidades e revolucionar São Paulo!

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 30/01/2025 às 11:15
A corrida contra o tempo para construir o trem intercidades e revolucionar São Paulo!
O Trem Intercidades vai passar por Campinas, Jundiaí, Americana, Sorocaba, São José dos Campos e Santos, conectando essas cidades à capital paulista. O trajeto será dividido em quatro eixos estratégicos para melhorar o transporte no estado de São Paulo.

Com um investimento bilionário de R$ 14,2 bilhões, o trem intercidades promete transformar a mobilidade em São Paulo, conectando Campinas à capital em apenas 1 hora! Mas será que desta vez ele finalmente sairá do papel? Veja todos os detalhes desta megaobra e seus desafios!

O trem intercidades é uma das maiores apostas para transformar o transporte ferroviário no Brasil. Seu principal objetivo é reduzir drasticamente o tempo de viagem entre São Paulo e Campinas, que atualmente pode levar mais de duas horas de carro devido ao trânsito intenso. Com uma velocidade mínima de 140 km/h, o trem pode encurtar esse trajeto para apenas uma hora.

A implementação do projeto promete não apenas modernizar a infraestrutura de transporte do estado, mas também impulsionar a economia, reduzir congestionamentos e oferecer uma alternativa rápida e segura para milhares de passageiros diários.

O projeto do trem intercidades

O Trem Intercidades será moderno, com trens que atingem até 140 km/h e oferecem viagens rápidas e confortáveis. Ele terá vagões espaçosos, estações modernas e tecnologia de ponta para garantir eficiência e segurança.
O Trem Intercidades será moderno, com trens que atingem até 140 km/h e oferecem viagens rápidas e confortáveis. Ele terá vagões espaçosos, estações modernas e tecnologia de ponta para garantir eficiência e segurança.

O projeto é dividido em quatro eixos principais, cada um deles projetado para conectar São Paulo a importantes cidades do estado:

Eixo Norte: Conectará São Paulo a Americana, passando por Jundiaí e Campinas. Com 136 km de extensão, este é considerado o trecho mais estratégico devido à sua relevância econômica e industrial.

Eixo Sul: Focado na ligação entre São Paulo e Santos, atravessando cerca de 50 km. Esse trecho facilitará o acesso ao Porto de Santos, impactando tanto o turismo quanto o transporte de cargas.

Eixo Oeste: Planejado para ligar São Paulo a Sorocaba, com aproximadamente 100 km de extensão. Será uma opção para aliviar o tráfego rodoviário.

Eixo Leste: Conectará São Paulo a São José dos Campos, atravessando 100 km. Essa região tem grande importância tecnológica e industrial, beneficiando o deslocamento de profissionais.

A história do projeto e os obstáculos até aqui

O conceito do trem intercidades foi apresentado em 2013 com a ideia de conectar a capital ao interior e à Baixada Santista. O projeto foi amplamente discutido ao longo dos anos, sendo promessa de diversos governos, incluindo Geraldo Alckmin e João Dória. No entanto, dificuldades como a falta de investidores, custos elevados e entraves burocráticos impediram o avanço do empreendimento.

Em 2019, o governo de João Dória tentou reformular o modelo do projeto para atrair investidores estrangeiros, mas avanços significativos só ocorreram após 2021. Agora, sob a gestão de Tarcísio de Freitas, o plano finalmente tem um cronograma definido.

Quando as obras do trem intercidades vão começar?

O governador Tarcísio de Freitas anunciou que as obras do trecho entre São Paulo e Campinas começam em 2026, com previsão de conclusão em 2031. A expectativa é que o projeto gere mais de 10 mil empregos diretos e indiretos e beneficie 11 cidades ao longo do percurso.

O financiamento das obras foi garantido por meio de recursos do BNDES e da Assembleia Legislativa, somando mais de R$ 14,2 bilhões. No entanto, o projeto enfrenta desafios judiciais, como a recente suspensão da assinatura da concessão por questionamentos sobre a transparência do processo licitatório.

Como serão as obras e quais tecnologias serão utilizadas?

A construção do Trem Intercidades utilizará tecnologias modernas para garantir segurança e eficiência. Entre os métodos previstos, destacam-se:

Escaneamento 3D e modelagem BIM: Esses processos auxiliam no planejamento e reduzem erros durante a construção.

Técnica Box Jacking: Permite a instalação de grandes seções de concreto sob vias movimentadas sem interrupção do trânsito.

Túneis e viadutos: Atravessar a Serra do Mar é um grande desafio, exigindo soluções como túneis de alta precisão para evitar deslizamentos.

No trecho prioritário entre São Paulo e Campinas, serão revitalizadas linhas ferroviárias existentes e construídos novos trilhos para permitir maiores velocidades. Também está prevista a construção de estações modernas e passagens de nível para evitar interferências com o tráfego rodoviário.

O trem intercidades será um trem-bala?

Apesar da alta velocidade prevista de 140 km/h, o trem intercidades não é um trem-bala. Durante o governo João Dória, chegou-se a cogitar velocidades de até 170 km/h em alguns trechos, mas não há previsão para um trem de altíssima velocidade no Brasil.

O projeto pretende atender cerca de 60 mil passageiros por dia, com passagens previstas a R$ 64 e capacidade para até 840 passageiros por viagem. Com isso, o Trem Intercidades promete revolucionar a mobilidade entre as regiões metropolitanas de São Paulo.

O trem intercidades finalmente vai sair do papel?

A população paulista já viu promessas semelhantes no passado que nunca se concretizaram. No entanto, o projeto atual parece mais estruturado, com investimentos garantidos e um cronograma bem definido.

Se as obras realmente começarem em 2026 e forem concluídas até 2031, São Paulo dará um grande passo para modernizar sua malha ferroviária e reduzir a dependência do transporte rodoviário.

A implantação do trem intercidades pode servir como modelo para futuras iniciativas ferroviárias no Brasil, um país que historicamente privilegiou rodovias em detrimento das ferrovias. Agora, resta saber se essa promessa finalmente se tornará realidade ou se será mais um capítulo na longa lista de projetos adiados.

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Rafaela Fabris

Fala sobre inovação, energia renováveis, petróleo e gás. Com mais de 1.200 artigos publicados no CPG, atualiza diariamente sobre oportunidades no mercado de trabalho brasileiro.

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