Com a manutenção da bandeira vermelha em setembro, cresce a busca por geração de energia solar, que já movimenta bilhões em investimentos e garante economia para consumidores e empresas.
A permanência da bandeira vermelha patamar 2, anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para setembro, mantém a conta de luz no patamar mais alto do sistema tarifário. Famílias, comércios e indústrias continuam sentindo os efeitos desse acréscimo, que se tornou um dos principais motores de busca por alternativas mais baratas.
Diante desse cenário, a energia solar fotovoltaica ganhou protagonismo como solução capaz de aliviar o orçamento e, ao mesmo tempo, fortalecer a competitividade de setores produtivos, conforme apontado pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) e noticiado pela Gazeta de Toledo nesta segunda-feira, 08 de setembro.
Energia solar avança mesmo com custos elevados causados pela bandeira vermelha
Segundo a ABSOLAR, desde julho — quando a bandeira vermelha entrou em vigor — milhares de brasileiros optaram por investir em geração própria. Entre julho e meados de agosto, foram conectadas 115 mil novas unidades consumidoras.
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Essas adesões se traduziram em mais de 64 mil sistemas solares em operação e resultaram na criação de aproximadamente 19 mil empregos verdes, que unem renda, inovação e sustentabilidade.
Um estudo realizado pela consultoria Volt Robotics reforça o impacto coletivo da expansão solar. De acordo com o levantamento, a geração distribuída pode gerar R$ 84,9 bilhões de economia líquida na conta de luz dos brasileiros até 2031.
Esse resultado não beneficia apenas quem instalou painéis fotovoltaicos. A redução de custos também alcança consumidores que ainda não possuem sistemas próprios, já que a descentralização do fornecimento contribui para equilibrar toda a rede elétrica.
Potência instalada e investimentos crescentes
Hoje, o Brasil já conta com 42 gigawatts (GW) de capacidade instalada em geração solar distribuída, segundo dados da ABSOLAR. O setor acumula desde 2012 mais de R$ 191 bilhões em investimentos, além de ter criado 1,2 milhão de empregos verdes em diferentes regiões do país.
O avanço confirma o alto potencial da fonte solar no território brasileiro, impulsionado tanto pela disponibilidade natural quanto pelo apoio da sociedade. Pesquisas mostram que nove em cada dez brasileiros desejam produzir sua própria energia renovável.
Sustentabilidade, autonomia e segurança energética
Para Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, o próximo passo envolve integrar tecnologias de armazenamento. “Embora o crescimento da energia solar demonstre um protagonismo robusto da fonte na matriz elétrica brasileira, a combinação com baterias trará ainda mais economia, segurança e autonomia aos consumidores, ajudando assim no processo de transição energética no País”, afirmou.
Além da questão financeira, a fonte solar também se destaca pela sustentabilidade. Como lembra Rodrigo Sauaia, CEO da entidade, a proximidade da geração com o consumo traz benefícios adicionais: “Ao aproximar a geração de eletricidade dos locais de consumo, a tecnologia reduz o uso da infraestrutura de transmissão, alivia a pressão sobre os recursos hídricos e ajuda a diminuir as perdas em longas distâncias, o que contribui para a confiabilidade e a segurança em momentos críticos”.