A Coreia do Sul passou por um crescimento acelerado nas últimas décadas, tornando-se uma das economias mais avançadas do mundo. Com isso, suas cidades cresceram rapidamente, resultando em problemas como superlotação e congestionamento. Para solucionar esse problema, o governo sul-coreano criou Sejong, a construção de uma cidade planejada que deveria funcionar como a nova capital administrativa do país.
No entanto, apesar dos investimentos maciços em construção, infraestrutura e incentivos para atrair moradores, a cidade ainda não conseguiu atingir sua meta populacional. Muitos funcionários do governo preferem viajar diariamente de Seul a Sejong em vez de se mudar para lá.
A necessidade de uma nova capital
Seul, a capital da Coreia do Sul, tem quase 10 milhões de habitantes e enfrenta desafios urbanos há anos. Para aliviar a pressão sobre a cidade, as autoridades propuseram em 2002 a realocação da capital administrativa para um novo local.
Assim, surgiu Sejong, oficialmente fundada em 2007, reunindo regiões de Chungcheong do Sul e Chungcheong do Norte para formar um novo assentamento. Em 2012, órgãos governamentais começaram a ser transferidos para lá, com a expectativa de que a cidade atraísse rapidamente novos moradores.
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Investimentos e infraestrutura da cidade
Para transformar Sejong em uma cidade atrativa, o governo sul-coreano fez grandes investimentos em construção e desenvolvimento urbano. Entre as iniciativas, destacam-se:
- A transferência de diversos órgãos governamentais para Sejong.
- A criação de moradias voltadas para jovens e servidores públicos.
- A implementação de distritos comerciais próximos aos prédios ministeriais.
- A tentativa de atrair empresas e novos negócios para impulsionar a economia local.
Apesar desses esforços, a cidade ainda tem dificuldades para atrair moradores em larga escala.
Os desafios enfrentados na construção de Sejong
Um dos principais obstáculos para o crescimento populacional de Sejong é a sua infraestrutura de transporte público, considerada limitada em comparação com outras cidades sul-coreanas. Entre os principais problemas estão:
- Falta de metrô: A cidade não conta com um sistema próprio, tornando a locomoção menos eficiente. Apenas para 2029 está prevista a inauguração de uma extensão da Linha 1 do Daejeon Metro, conectando Banseok a Sejong.
- Poucas estações de trem: A estação ferroviária mais próxima está localizada em Osong, o que dificulta o acesso para quem deseja viajar entre cidades.
- Sistema de ônibus ineficiente: O transporte por ônibus não atende bem a demanda dos moradores, levando muitos a optarem por veículos particulares.
Segundo um relatório da OCDE de 2017, a construção da cidade enfrenta dificuldades para implementar um sistema eficiente de transporte público, já que a baixa densidade populacional torna economicamente inviável a operação de uma rede mais robusta.
Outro grande desafio enfrentado por Sejong é o fato de que muitos funcionários do governo ainda preferem viver em Seul. A cidade fica a apenas 112,65 km de distância, e a boa conectividade entre elas permite que os trabalhadores façam o trajeto diário de trem ou ônibus.
Isso significa que, mesmo com incentivos, muitos servidores não consideram vantajoso se mudar definitivamente para Sejong, o que impacta diretamente a taxa de crescimento populacional da cidade.