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A cidade que vive dentro de um único prédio no Alasca: 272 pessoas dividem 14 andares com escola, hospital, igreja, correios, delegacia e até supermercado no mesmo lugar

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 29/09/2025 às 08:29
A cidade que vive dentro de um único prédio no Alasca: 272 pessoas dividem 14 andares com escola, hospital, igreja, correios, delegacia e até supermercado no mesmo lugar
Foto: A cidade que vive dentro de um único prédio no Alasca: 272 pessoas dividem 14 andares com escola, hospital, igreja, correios, delegacia e até supermercado no mesmo lugar
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Whittier, no Alasca, é a cidade sob um teto: 272 habitantes vivem em um prédio de 14 andares que abriga escola, hospital, igreja, correios, delegacia e até mercado, formando uma cidade inteira dentro de um edifício.

No coração gelado do Alasca existe uma cidade que desafia tudo o que conhecemos sobre urbanismo. Whittier, a pouco mais de 100 quilômetros de Anchorage, não é apenas uma cidade pequena: ela é única no mundo por concentrar praticamente toda a sua população em um único prédio de 14 andares, conhecido como Begich Towers. Ali vivem cerca de 272 pessoas, que dividem o mesmo espaço não apenas como vizinhos, mas como parte de uma experiência social sem igual. Dentro do edifício estão serviços que, em outras cidades, estariam espalhados por quilômetros: uma escola, um hospital básico, correios, delegacia de polícia, igreja, supermercado, lavanderia e até escritórios públicos.

Essa configuração transformou Whittier em um dos lugares mais curiosos do planeta — a famosa “cidade sob um teto”.

As origens militares do Begich Towers

O prédio que hoje abriga quase toda a população de Whittier não foi construído para ser um condomínio. O Begich Towers surgiu na década de 1950, em plena Guerra Fria, como parte de uma estrutura militar conhecida como Camp Sullivan.

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A localização estratégica de Whittier, com porto de águas profundas e acesso ferroviário, tornava a cidade um ponto vital para a defesa da região. O edifício foi projetado para abrigar militares e suas famílias, funcionando como uma base autossuficiente em caso de conflitos.

Com o fim da necessidade militar, o prédio foi abandonado pelo Exército e mais tarde convertido em condomínio residencial, tornando-se o centro vital da comunidade local. Desde então, Whittier se reinventou como uma cidade que vive quase inteiramente dentro de quatro paredes.

Estrutura e serviços dentro do prédio

O Begich Towers não é apenas um bloco de apartamentos. Dentro dele funcionam praticamente todos os serviços essenciais:

  • Escola: conectada ao prédio por um túnel aquecido, onde crianças vão às aulas sem enfrentar a neve e o frio intenso.
  • Delegacia de polícia: com escritório instalado dentro do edifício.
  • Correios e prefeitura: também localizados nos andares do prédio, simplificando a vida administrativa da cidade.
  • Mercado e conveniências: pequenos comércios que vendem de alimentos a utensílios básicos.
  • Clínica médica: equipada para primeiros atendimentos; casos mais graves são levados para Anchorage.
  • Igreja: que serve como ponto de encontro comunitário, reforçando o senso de pertencimento dos moradores.

Essa autossuficiência garante que os moradores passem semanas sem precisar sair do edifício — especialmente durante o rigoroso inverno do Alasca.

Viver em Whittier: vantagens e desvantagens

A vida em Whittier pode parecer sufocante para quem está acostumado a cidades grandes, mas para seus habitantes ela traz praticidade. Em um lugar onde a neve pode isolar estradas por dias, ter tudo dentro de casa é mais do que conforto: é sobrevivência.

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Entre as vantagens estão:

  • Segurança: todo mundo conhece todo mundo.
  • Praticidade: serviços básicos a poucos metros do apartamento.
  • Comunidade unida: a convivência diária fortalece laços sociais.

Mas existem também desafios:

  • Isolamento: a cidade só é acessível por barco, avião ou por um túnel ferroviário de 4 km que abre em horários alternados para carros e trens.
  • Limitações médicas: não há hospital completo, o que obriga transferências em emergências graves.
  • Poucas opções de lazer: a vida social se resume a atividades internas ou ligadas à natureza ao redor.

Como é o cotidiano dos moradores

Para os moradores, a rotina em Whittier é muito diferente do que estamos acostumados. As crianças saem de casa sem colocar casacos pesados para enfrentar a neve: atravessam túneis internos e já chegam à escola. Os adultos trabalham muitas vezes dentro do próprio prédio ou em atividades ligadas ao porto.

No mercado, o caixa conhece cada cliente pelo nome. Na igreja, quase todos os moradores se encontram no domingo. No elevador, não há estranhos — apenas vizinhos que também são colegas de trabalho, professores ou policiais.

A proximidade cria uma sensação de comunidade intensa, mas também pode gerar conflitos. Para muitos, no entanto, a solidariedade fala mais alto.

O que torna Whittier tão fascinante

Whittier é frequentemente comparada a um laboratório social: uma experiência real de como seria viver em um espaço urbano totalmente compacto e vertical.

Essa peculiaridade já rendeu documentários, matérias em grandes veículos de comunicação e milhões de visualizações em vídeos no YouTube. Turistas curiosos viajam até o Alasca apenas para ver de perto a “cidade em um prédio”.

Além do aspecto inusitado, Whittier também levanta reflexões sobre o futuro das cidades em um mundo cada vez mais populoso e urbanizado. Será que o modelo de cidades verticais e autossuficientes pode ser uma solução para o futuro?

Comparações pelo mundo

Whittier não é o único exemplo de urbanismo compacto, mas certamente é o mais extremo. Cidades como Hong Kong e Singapura já concentram milhões de pessoas em prédios altos, mas com infraestrutura espalhada em bairros inteiros.

Em Whittier, a escala é radical: uma cidade inteira dentro de um único edifício. Essa característica a torna única e praticamente sem paralelo no mundo moderno.

Whittier é mais do que uma curiosidade do Alasca: é uma prova da capacidade de adaptação humana em condições extremas.

Nascida de uma necessidade militar, a cidade transformou um prédio em um ecossistema social completo, onde 272 moradores vivem sob o mesmo teto, compartilhando serviços, histórias e uma vida que desafia os padrões do que chamamos de “cidade”.

No fim, Whittier mostra que é possível viver de forma compacta, comunitária e funcional, mesmo em meio ao frio glacial e ao isolamento. Talvez por isso tenha se tornado um dos lugares mais fascinantes e comentados do mundo.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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