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A cidade que foi soterrada e virou outra: o Brasil tem seu próprio ‘Pompeia’? Poucos sabem, mas há um município brasileiro que praticamente renasceu das cinzas

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 15/05/2025 às 20:00
Atualizado em 16/05/2025 às 00:23
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Poucos sabem, mas há um município brasileiro que praticamente renasceu das cinzas após um desastre natural — e hoje guarda vestígios de uma cidade esquecida sob a terra.

Você provavelmente já ouviu falar sobre Pompeia, a cidade romana soterrada por uma erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C.

Mas o que muita gente não sabe é que o Brasil tem sua própria “Pompeia tropical” — e ela guarda uma história tão surpreendente quanto a da famosa cidade italiana.

Em pleno interior do Nordeste, há um município que precisou ser completamente reconstruído após ser engolido pela força da natureza.

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Estamos falando de Remanso, na Bahia — uma cidade que hoje está literalmente construída sobre suas próprias ruínas.

E sim, isso é mais real do que parece ficção.


Tudo começou com a chegada das águas

A cidade de Remanso foi uma das tantas que sofreram as consequências diretas da construção da gigantesca Usina Hidrelétrica de Sobradinho, nos anos 1970.

Para erguer o reservatório da usina, foi necessário alagar centenas de quilômetros de terra, incluindo cidades inteiras, vilarejos e áreas rurais.

Remanso, com sua população ribeirinha e prédios históricos, foi completamente submersa.

A população foi transferida para um novo local, em uma área mais alta e seca, e uma nova Remanso foi construída do zero, com novas ruas, novos bairros e nova vida.

Mas o que ficou debaixo d’água nunca foi completamente esquecido — especialmente em épocas de seca, quando parte da cidade antiga reaparece entre as margens do lago.

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Ruínas visíveis e o mistério submerso

Em anos de estiagem severa, como em 2014 e mais recentemente em 2021, o nível da represa de Sobradinho cai tanto que é possível ver parte das casas antigas, igrejas, praças e até o calçamento original da velha Remanso.

Pessoas que viveram ali e foram obrigadas a se mudar voltam para visitar os escombros de suas antigas casas, agora cobertas de limo, areia e silêncios.

É como visitar um passado engolido — uma memória que ressuscita em meio à seca.

A semelhança com Pompeia vai além da questão visual: assim como a cidade italiana, Remanso se tornou um sítio arqueológico involuntário, um registro congelado de uma era que não existe mais.


Turismo da nostalgia: um atrativo pouco explorado

O fenômeno da antiga cidade ressurgindo do lago atrai curiosos, ex-moradores e turistas.

Mas ainda é um tipo de turismo subestimado no Brasil, ao contrário de Pompeia, que é explorada comercialmente e atrai milhões de visitantes por ano.

Algumas propostas de criar uma espécie de museu a céu aberto foram cogitadas, mas enfrentam barreiras logísticas e ambientais.

Ainda assim, a cidade reconstruída mantém viva a memória da antiga Remanso, com relatos, fotos antigas e uma cultura que nunca se apagou.


Outros casos parecidos no Brasil

Remanso não é um caso isolado.

Petrolândia (PE), Carmo (RJ) e até distritos de Três Marias (MG) também tiveram áreas inteiras submersas por barragens.

Mas o caso de Remanso é um dos mais emblemáticos porque a cidade original está praticamente intacta sob o espelho d’água.

A “Pompeia brasileira” é, portanto, mais do que uma metáfora: é uma realidade escondida entre as águas calmas do Sertão.

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Por que isso fascina tanto?

Histórias como a de Remanso ativam um gatilho poderoso: o do mistério sob nossos pés.

Saber que existe uma cidade inteira submersa, com casas, igrejas, ruas e histórias humanas, provoca curiosidade, nostalgia e um certo desconforto existencial.

É a sensação de que algo foi deixado para trás, mas nunca completamente esquecido.

Como Pompeia, Remanso guarda o retrato de um tempo interrompido — um lembrete de que a natureza, ou o progresso, podem mudar tudo em questão de dias.


E você? Você conhecia essa história da “Pompeia brasileira”? Acha que cidades submersas como Remanso deveriam ser mais exploradas como atrações históricas e culturais?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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