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A cidade mais seca do Brasil recebe só aproximadamente 300–350 mm de chuva por ano e virou a ‘Roliúde Nordestina’ do cinema

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 06/10/2025 às 11:10
A cidade mais seca do Brasil recebe só aproximadamente 300–350 mm de chuva por ano e virou a ‘Roliúde Nordestina’ do cinema
Cabaceiras, no Cariri paraibano, aparece em estudos acadêmicos com média pluviométrica anual de cerca de 338 mm ao longo de 90 anos de observações.
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Município do Cariri paraibano é frequentemente citado como o mais seco do país e, apesar da escassez hídrica, consolidou um roteiro de locações para filmes e séries nacionais.

Cabaceiras, no Cariri paraibano, aparece em estudos acadêmicos com média pluviométrica anual de cerca de 338 mm ao longo de 90 anos de observações, patamar que sustenta a reputação de “cidade mais seca do Brasil”.

Em registros técnicos do Estado, há menção a um recorde anual mínimo de 278 mm. Esses números ajudam a explicar a paisagem árida que, com o tempo, virou marca registrada e atraiu o audiovisual brasileiro.

A seca convive com um fenômeno cultural e econômico, a “Roliúde Nordestina”. O apelido ganhou corpo quando a cidade passou a receber produções como O Auto da Compadecida e “Cinema, Aspirinas e Urubus”. Em 2025, reportagem registrou mais de 50 produções feitas na região ao longo das últimas décadas, reforçando Cabaceiras como referência em locações no país.

Com pouco mais de 5,3 mil habitantes segundo o Censo 2022, Cabaceiras transformou a desvantagem climática em ativo turístico e de economia criativa. A prefeitura mantém o letreiro oficial “Roliúde Nordestina” e um memorial cinematográfico para visitantes.

Onde chove menos no Brasil? Veja os dados, contexto e por que Cabaceiras se destaca

Cabaceiras está na área delimitada como semiárida. Pelos critérios vigentes, entram nesse recorte municípios com precipitação média anual menor que 800 mm, índice de aridez menor que 0,50 e déficit hídrico diário maior que 60%. É uma zona de altíssimo risco de seca e grande variabilidade de chuvas.

No caso específico de Cabaceiras, um levantamento climatológico com série histórica de 1926 a 2015 indica média de 338,3 mm/ano e deficiência hídrica em todos os meses. O quadro corrobora a fama de “mais seca” e ajuda a entender a vegetação de caatinga e o céu frequentemente limpo.

Registros técnicos estaduais citam ainda o valor mínimo anual de 278 mm observado no município, apontado como menor índice pluviométrico anual já registrado no Brasil. O dado ilustra a severidade dos extremos e os desafios de armazenamento de água.

Da seca ao set de filmagem, como nasceu a “Roliúde Nordestina”

A luz forte, o céu azul quase permanente e os relevos do Lajedo de Pai Mateus criaram um visual inconfundível. Essa estética do sertão árido passou a interessar a diretores e produtoras a partir dos anos 1990.

A prefeitura incorporou o fenômeno cultural ao turismo com o letreiro Roliúde Nordestina e um memorial cinematográfico. O objetivo é preservar, estudar e divulgar o cinema local, além de ordenar o fluxo de visitantes.

Em 2025, a imprensa destacou que Cabaceiras acumula mais de 50 obras filmadas, de longas a séries e campanhas. O Auto da Compadecida segue como cartão de visitas, mas a lista inclui títulos como Cinema, Aspirinas e Urubus e Romance.

Economia criativa, eventos e turismo no semiárido paraibano

A vitrine audiovisual alimenta roteiros de turismo de cinema com visitas a locações, trilhas e museus locais. O circuito inclui o memorial, a réplica de cenários e áreas naturais do entorno.

A cidade também realiza eventos âncora, como a tradicional Festa do Bode Rei, que movimenta hospedagem, gastronomia e comércio. Em 6 a 8 de junho de 2025, o evento voltou a reunir público e contou com apoio do governo estadual.

Com 5.335 moradores e economia modesta, esses fluxos ajudam a diversificar renda e dar visibilidade nacional, desde que acompanhados de planejamento de infraestrutura hídrica e gestão do patrimônio natural.

Mudanças climáticas, gestão da água e perspectivas para Cabaceiras

Estudos recentes analisam tendências de extremos de precipitação em Cabaceiras ao longo de 90 anos, reforçando a necessidade de monitoramento climático e soluções locais de convivência com o semiárido.

A delimitação oficial do semiárido orienta políticas públicas de armazenamento, reúso e dessalinização, além de programas de segurança hídrica que priorizam municípios mais vulneráveis. Dados confiáveis são chave para decisões.

A pesquisa paleoambiental da UFPB sugere que a região já foi muito mais úmida no passado, lembrando que o clima muda no tempo geológico. Para o presente, o foco é fortalecer resiliência local sem perder o potencial do turismo audiovisual.

Você acha que a fama de “Roliúde Nordestina” ajuda ou atrapalha a discussão sobre segurança hídrica em Cabaceiras? O turismo de cinema deveria financiar mais infraestrutura de água e conservação da caatinga? Deixe sua opinião nos comentários.

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Geovane Souza

Especialista em criação de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com atuação focada em crescimento orgânico, performance editorial e estratégias de distribuição. No CPG, cobre temas como empregos, economia, vagas home office, cursos e qualificação profissional, tecnologia, entre outros, sempre com linguagem clara e orientação prática para o leitor. Universitário de Sistemas de Informação no IFBA – Campus Vitória da Conquista. Se você tiver alguma dúvida, quiser corrigir uma informação ou sugerir pauta relacionada aos temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: gspublikar@gmail.com. Importante: não recebemos currículos.

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