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A China solta milhões de peixes no deserto do Taklamakan e um ano depois o que acontece surpreende o mundo inteiro e desafia tudo o que a ciência previa. Como isso foi possível?

Escrito por Felipe Alves da Silva
Publicado em 24/06/2025 às 10:42
Pescadores chineses trabalhando em tanques de peixes no deserto do Taklamakan
Inovação chinesa transforma o deserto do Taklamakan em um centro de produção de peixes em larga escala
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Na província de Xinjiang, noroeste da China, milhões de peixes foram soltos em áreas desérticas do Taklamakan em 2023. Após um ano, o experimento resultou em uma transformação sem precedentes, impulsionando a economia local e abrindo um novo capítulo na aquicultura global.

Localizado no extremo oeste da China, Xinjiang é uma região marcada por montanhas, planícies secas e o implacável deserto do Taklamakan, considerado um dos mais inóspitos do mundo. Com menos de 10% de área habitável e nenhuma saída para o mar, a região abriga a cidade de Urumqi, conhecida como a mais distante de qualquer oceano do planeta.

Apesar das condições extremas, a China iniciou em 2023 um projeto experimental de aquicultura no deserto. A iniciativa envolveu a soltura de 100 mil alevinos marinhos em tanques especialmente construídos em áreas salinas e alcalinas, onde a água era considerada anteriormente imprópria para qualquer tipo de cultivo.

O diferencial da operação foi a adaptação da água local. Cientistas chineses desenvolveram uma solução contendo íons de cálcio, magnésio e potássio que transformaram a água salina em um ambiente semelhante ao do mar. O resultado: sobrevivência de 99% dos peixes e crescimento acelerado de várias espécies marinhas.

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Do solo árido ao berço de crustáceos e pérolas

Além de peixes como dourada e robalo, os tanques passaram a abrigar caranguejos verdes, camarões e até ostras perlíferas. Em 2023, o lago Bostan bateu recorde com mais de 4 mil toneladas de caranguejos colhidas. No mesmo ano, 2 milhões de ostras foram introduzidas com sucesso para cultivo de pérolas, aproveitando o clima extremo e a luminosidade intensa da região.

Hoje, seis cooperativas estão envolvidas na produção de frutos do mar no deserto. Só em 2023, Xinjiang produziu 184 mil toneladas de pescado, movimentando US$ 530 milhões. A expectativa oficial é que o setor alcance um valor de US$ 3 bilhões até 2025, com crescimento contínuo de exportações e vendas online.

Mesmo com o clima seco, Xinjiang possui mais de 2 mil milhas quadradas de corpos d’água, incluindo lagos e reservatórios com organismos naturais capazes de alimentar os peixes. Esse fator reduziu custos operacionais e aumentou a eficiência da produção.

Resultados econômicos e projeções para o futuro

A transformação econômica também impactou a renda dos moradores locais. Dados de 2016 já mostravam que pescadores da região ganhavam, em média, o equivalente a R$ 2.300, superando os ganhos de muitos trabalhadores rurais. A expansão do setor segue gerando milhares de empregos e ampliando o comércio eletrônico de pescados.

As vendas digitais de frutos do mar cresceram 106% em 2023, atingindo a marca de US$ 54 milhões. Os produtos agora abastecem restaurantes em diversas províncias da China e até mercados internacionais, evidenciando o potencial logístico da região mesmo diante da distância dos oceanos.

A informação foi detalhada em um conteúdo do canal Floresta Superior, com base em dados de órgãos oficiais chineses e reportagens locais sobre inovação em aquicultura. O material destacou o pioneirismo do projeto e os desdobramentos técnicos que tornaram possível criar vida marinha no coração do deserto.

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Felipe Alves da Silva

Profissional com formação militar pelo Exército Brasileiro e experiência em gestão administrativa e logística no setor industrial. Escreve sobre defesa, segurança, geopolítica, indústria automotiva, ciência e tecnologia. Sugestões de pauta: fa06279@gmail.com

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