A mansão mais cara do Brasil, avaliada em R$ 220 milhões, será demolida no Leblon. Em seu lugar, nascerá o condomínio Estância Pernambuco, com oito casas de até R$ 50 milhões
No coração do Leblon, bairro onde o metro quadrado é mais caro do país, uma mansão histórica está prestes a desaparecer. Avaliada em cerca de R$ 220 milhões, a propriedade será demolida para dar lugar a um empreendimento ainda mais ambicioso: o condomínio Estância Pernambuco, formado por oito mansões de alto padrão e valor total estimado em R$ 360 milhões.
É o fim de um símbolo e o nascimento de outro — ambos marcando o topo da escala do luxo carioca.
Um ícone do Leblon que será reescrito
Construída na década de 1980, a antiga casa se tornou uma lenda no mercado imobiliário do Rio. Localizada na Rua Jardim Pernambuco, ocupava um terreno de 11 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol, e tinha 2,5 mil metros quadrados de área construída.
Entre suas características, estavam seis suítes, dezoito banheiros, quinze vagas de garagem, biblioteca, piscina semiolímpica, sauna, heliponto e jardim projetado por Roberto Burle Marx — um retrato fiel do auge econômico dos anos 80.
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Mesmo com todo esse aparato, a casa permaneceu encalhada no mercado por anos. Segundo corretores especializados, o formato de uma residência única, gigantesca e isolada, já não seduz o público de altíssimo poder aquisitivo. Hoje, o desejo é outro: exclusividade personalizada, tecnologia invisível e privacidade absoluta.
O novo capítulo: Estância Pernambuco
No mesmo endereço, nasce agora um projeto que promete redefinir o padrão de luxo no Brasil. A Estância Pernambuco será composta por oito casas exclusivas, erguidas em lotes que variam entre 1.120 e 4.000 metros quadrados.
Cada uma poderá ter entre 944 e 1.120 metros quadrados de área construída, com projeto sob medida — do layout interno ao paisagismo.
Os preços de cada unidade devem variar entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões, dependendo das escolhas de personalização.
O conjunto tem lançamento comercial previsto para o início de 2025, e as obras devem começar em janeiro de 2026.
O desenho arquitetônico leva a assinatura do escritório Bernardes Arquitetura, comandado por Thiago Bernardes, conhecido por obras emblemáticas como o Museu de Arte do Rio. Já o paisagismo ficará por conta de Daniel Nunes, responsável por harmonizar vegetação tropical e estrutura moderna.
O projeto ainda prevê passagens subterrâneas que interligam as casas, garantindo privacidade visual e acústica total. Nenhum carro circulará em frente à residência alheia, e cada mansão terá garagem subterrânea independente, com elevador interno, spa e áreas de lazer integradas.
Quando o luxo se torna um investimento
Mais do que uma operação imobiliária, o projeto reflete a forma como o mercado de alto padrão está se reinventando. A ideia é transformar um único ativo de alto valor em várias propriedades igualmente exclusivas, multiplicando o potencial de retorno.
Segundo um corretor do bairro ouvido pela Exame, “a tendência é criar luxo sob medida — menos ostentação, mais design e eficiência”.
Essa estratégia já vem sendo replicada em cidades como São Paulo, Florianópolis e Balneário Camboriú, onde antigas mansões vêm sendo substituídas por condomínios horizontais de alto padrão, adaptados ao novo perfil do comprador bilionário brasileiro.
Um espelho das transformações urbanas
O caso da Estância Pernambuco ilustra como o Rio de Janeiro tenta equilibrar tradição e modernidade. Ao mesmo tempo em que apaga um símbolo histórico da elite carioca, o projeto traz um novo modelo de ocupação — mais planejado, sustentável e lucrativo.
De acordo com dados do Sinduscon-Rio, as vendas de imóveis acima de R$ 5 milhões cresceram 18% apenas no primeiro semestre de 2025.
A escassez de terrenos grandes na Zona Sul e o aumento da demanda por segurança e personalização explicam por que empreendimentos desse tipo se tornaram o “novo normal” do mercado premium.
O fim de uma era e o início de outra
A demolição da casa mais cara do Brasil é simbólica. Representa não apenas o encerramento de um ciclo de ostentação à moda antiga, mas o início de uma nova fase do luxo brasileiro — mais discreto, mais tecnológico e ainda mais caro.
O Leblon, que já foi palco de algumas das maiores fortunas do país, se prepara agora para abrigar o condomínio mais caro do Brasil.
No mesmo terreno onde uma mansão reinou por décadas, surgirão oito.
E todas, sem exceção, destinadas a repetir a mesma história: a de um endereço que nunca sai de moda — apenas se reinventa.
Que horrível destruir essa mansão linda . Deve ter tantas histórias !
Também penso o mesmo. É triste ver uma construção com tanta história desaparecer, mas infelizmente, no mercado imobiliário, o valor do terreno costuma falar mais alto que a memória das construções