1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / A casa mais cara do Brasil vai abaixo, mas o terreno não perde valor: em breve, um condomínio de R$ 360 milhões tomará seu lugar
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 2 comentários

A casa mais cara do Brasil vai abaixo, mas o terreno não perde valor: em breve, um condomínio de R$ 360 milhões tomará seu lugar

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 10/10/2025 às 17:48
Imagem ilustrativa criada digitalmente para fins editoriais
  • Reação
Uma pessoa reagiu a isso.
Reagir ao artigo

A mansão mais cara do Brasil, avaliada em R$ 220 milhões, será demolida no Leblon. Em seu lugar, nascerá o condomínio Estância Pernambuco, com oito casas de até R$ 50 milhões

No coração do Leblon, bairro onde o metro quadrado é mais caro do país, uma mansão histórica está prestes a desaparecer. Avaliada em cerca de R$ 220 milhões, a propriedade será demolida para dar lugar a um empreendimento ainda mais ambicioso: o condomínio Estância Pernambuco, formado por oito mansões de alto padrão e valor total estimado em R$ 360 milhões.

É o fim de um símbolo e o nascimento de outro — ambos marcando o topo da escala do luxo carioca.

Um ícone do Leblon que será reescrito

Construída na década de 1980, a antiga casa se tornou uma lenda no mercado imobiliário do Rio. Localizada na Rua Jardim Pernambuco, ocupava um terreno de 11 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol, e tinha 2,5 mil metros quadrados de área construída.
Entre suas características, estavam seis suítes, dezoito banheiros, quinze vagas de garagem, biblioteca, piscina semiolímpica, sauna, heliponto e jardim projetado por Roberto Burle Marx — um retrato fiel do auge econômico dos anos 80.

Mansão construída em 1986 no Jardim Pernambuco, Leblon (RJ), avaliada em cerca de R$ 220 milhões. Com 11 mil m² de terreno, heliponto, piscina semiolímpica e paisagismo de Burle Marx, o imóvel será demolido para dar lugar ao condomínio Estância Pernambuco, avaliado em R$ 360 milhões

Mesmo com todo esse aparato, a casa permaneceu encalhada no mercado por anos. Segundo corretores especializados, o formato de uma residência única, gigantesca e isolada, já não seduz o público de altíssimo poder aquisitivo. Hoje, o desejo é outro: exclusividade personalizada, tecnologia invisível e privacidade absoluta.

Interior da antiga mansão no Leblon, com salas amplas, acabamentos em mármore e vista para os jardins. Para muitos, demolir um imóvel desse porte parece impensável, mas no mercado imobiliário de luxo é uma estratégia comum para valorizar terrenos exclusivos

O novo capítulo: Estância Pernambuco

No mesmo endereço, nasce agora um projeto que promete redefinir o padrão de luxo no Brasil. A Estância Pernambuco será composta por oito casas exclusivas, erguidas em lotes que variam entre 1.120 e 4.000 metros quadrados.
Cada uma poderá ter entre 944 e 1.120 metros quadrados de área construída, com projeto sob medida — do layout interno ao paisagismo.

Os preços de cada unidade devem variar entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões, dependendo das escolhas de personalização.
O conjunto tem lançamento comercial previsto para o início de 2025, e as obras devem começar em janeiro de 2026.

O desenho arquitetônico leva a assinatura do escritório Bernardes Arquitetura, comandado por Thiago Bernardes, conhecido por obras emblemáticas como o Museu de Arte do Rio. Já o paisagismo ficará por conta de Daniel Nunes, responsável por harmonizar vegetação tropical e estrutura moderna.

O projeto ainda prevê passagens subterrâneas que interligam as casas, garantindo privacidade visual e acústica total. Nenhum carro circulará em frente à residência alheia, e cada mansão terá garagem subterrânea independente, com elevador interno, spa e áreas de lazer integradas.

YouTube Video
Vídeo institucional do Estância Pernambuco, condomínio de luxo no Leblon com oito mansões personalizáveis entre 944 m² e 1.120 m², lotes de até 4.000 m² e projeto assinado por Thiago Bernardes, com paisagismo de Daniel Nunes e VGV estimado em R$ 360 milhões

Quando o luxo se torna um investimento

Mais do que uma operação imobiliária, o projeto reflete a forma como o mercado de alto padrão está se reinventando. A ideia é transformar um único ativo de alto valor em várias propriedades igualmente exclusivas, multiplicando o potencial de retorno.

Segundo um corretor do bairro ouvido pela Exame, “a tendência é criar luxo sob medida — menos ostentação, mais design e eficiência”.

Essa estratégia já vem sendo replicada em cidades como São Paulo, Florianópolis e Balneário Camboriú, onde antigas mansões vêm sendo substituídas por condomínios horizontais de alto padrão, adaptados ao novo perfil do comprador bilionário brasileiro.

Um espelho das transformações urbanas

O caso da Estância Pernambuco ilustra como o Rio de Janeiro tenta equilibrar tradição e modernidade. Ao mesmo tempo em que apaga um símbolo histórico da elite carioca, o projeto traz um novo modelo de ocupação — mais planejado, sustentável e lucrativo.

De acordo com dados do Sinduscon-Rio, as vendas de imóveis acima de R$ 5 milhões cresceram 18% apenas no primeiro semestre de 2025.

A escassez de terrenos grandes na Zona Sul e o aumento da demanda por segurança e personalização explicam por que empreendimentos desse tipo se tornaram o “novo normal” do mercado premium.

Mansões dúplex da Estância Pernambuco, no Leblon, projetadas pela Bernardes Arquitetura para integrar luxo e natureza. Cada unidade, entre 700 m² e 2.000 m², é totalmente personalizável e cercada por um bosque privativo de 8 mil m² de mata nativa

O fim de uma era e o início de outra

A demolição da casa mais cara do Brasil é simbólica. Representa não apenas o encerramento de um ciclo de ostentação à moda antiga, mas o início de uma nova fase do luxo brasileiro — mais discreto, mais tecnológico e ainda mais caro.

O Leblon, que já foi palco de algumas das maiores fortunas do país, se prepara agora para abrigar o condomínio mais caro do Brasil.
No mesmo terreno onde uma mansão reinou por décadas, surgirão oito.
E todas, sem exceção, destinadas a repetir a mesma história: a de um endereço que nunca sai de moda — apenas se reinventa.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
2 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Cynthia Reis
Cynthia Reis
10/10/2025 19:01

Que horrível destruir essa mansão linda . Deve ter tantas histórias !

Fonte
Noel Budeguer

Sou jornalista argentino, vivendo no Rio de Janeiro, especializado em temas militares, tecnologia, energia e geopolítica. Escrevo artigos sobre temas complexos em uma linguagem acessível, mantendo rigor jornalístico e foco no impacto social e econômico

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x