A GBU-57 Massive Ordnance Penetrator foi projetada para destruir instalações subterrâneas como as de Fordo no Irã e é considerada a mais poderosa bomba convencional da atualidade
A GBU-57 é a bomba mais poderosa do arsenal convencional dos Estados Unidos não é uma explosão qualquer. Trata-se da conhecida Massive Ordnance Penetrator (MOP), uma arma de 30 mil libras, cerca de 14 mil kg, que pode penetrar até 61 metros de concreto reforçado ou solo antes de explodir. Utilizada exclusivamente pelo bombardeiro furtivo B-2 Spirit, esta bomba é considerada a única capaz de destruir instalações altamente protegidas como a instalação nuclear subterrânea de Fordo, no Irã. Veja a seguir um vídeo demonstrativo da bomba explodindo:
O interesse por essa super arma cresceu recentemente após Israel pressionar os Estados Unidos para usá-la em uma possível ofensiva contra o programa nuclear iraniano. De acordo com dados técnicos da US Air Force, a GBU-57 é uma combinação letal de peso, precisão e tecnologia.
A bomba de 14 mil kg que penetra o solo como nenhuma outra arma convencional
Desenvolvida após 2003, a GBU-57A/B foi a resposta do Pentágono à constatação de que armas existentes não conseguiam atingir alvos subterrâneos com eficiência. Projetada pela Boeing com apoio do Air Force Research Laboratory, a MOP tem 6,2 metros de comprimento, 80% do seu peso concentrado no corpo de aço especial e carrega 5.342 lb de explosivos AFX-757 e PBXN-114, otimizados para detonação controlada em ambientes fechados.
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Seu poder está na combinação entre massa, aerodinâmica e guiagem precisa por GPS militar. O bombardeio ocorre a partir de grandes altitudes para garantir que a bomba acumule energia cinética suficiente e atinja velocidades altíssimas ao descer, permitindo que penetre estruturas enterradas.
A ogiva entra no solo e explode apenas depois de atingir a profundidade desejada, regulada por um sistema de fusíveis inteligentes chamados LPSF (Large Penetrator Smart Fuze), que adaptam o tempo da explosão à resistência do material.
Apenas o bombardeiro B-2 Spirit, com capacidade de carga de até 18 mil kg, pode transportá-la, levando duas GBU-57 por missão. Israel, mesmo com sua força aérea avançada, não possui aviões aptos para operá-la, o que reforça a dependência estratégica dos EUA.
Como funciona a super bomba que pode colapsar um prédio de 20 andares enterrado
O processo de uso da GBU-57 envolve cinco etapas cruciais. Primeiro, o bombardeiro B-2 voa em alta altitude até a zona-alvo. Depois, o artefato é liberado, caindo em queda livre guiada por quatro aletas em treliça, que ajustam a trajetória conforme os dados do GPS e sistema inercial embarcado.
Na terceira etapa, esses sistemas corrigem a rota da bomba em tempo real, mesmo sem propulsores, apenas com controle aerodinâmico. Na quarta, a bomba impacta com força extrema, penetrando camadas de concreto e solo com sua estrutura de ferro-cobalto de alta densidade.
A última etapa é a explosão, acionada por fusíveis duplos que combinam sensores de impacto e temporizadores, permitindo máxima destruição no interior do alvo. O efeito é semelhante a um miniterremoto, com capacidade de enterrar ou desintegrar bunkers a 60 metros abaixo da superfície.
Comparativamente, outras bombas como a GBU-28 penetram cerca de 20 pés (6 metros) e a BLU-109 apenas 5 pés (1,8 metro). A MOP é incomparável.
A única bomba capaz de destruir Fordo, a instalação nuclear secreta do Irã
A instalação de Fordo, localizada sob uma montanha a 80 metros de profundidade, representa o maior desafio militar para quem deseja interromper o programa nuclear iraniano. Fortificada contra ataques convencionais, a base só pode ser atingida por algo como a GBU-57, devido à sua profundidade e blindagem natural.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Fordo vem enriquecendo urânio U-235 a 83,7%, quase no limiar de uso para armas nucleares. A destruição dessa instalação é considerada essencial por Israel para acabar com a ameaça nuclear iraniana.
Mesmo que a bomba seja convencional, o impacto em uma instalação nuclear como essa pode causar contaminação localizada, segundo a AIEA. Esse foi o caso de um ataque anterior a Natanz, onde o efeito foi contido no local.
Por estar em território altamente vigiado, com sistemas de mísseis antiaéreos russos e iranianos, Fordo exige uma missão de precisão absoluta, com alta capacidade de penetração e alcance — atributos centrais da GBU-57A/B.
Diferença entre a GBU-57 MOP e a MOAB, a “mãe de todas as bombas”
Muitos confundem a GBU-57 com a GBU-43/B MOAB (Massive Ordnance Air Blast). Embora ambas sejam colossais, seus propósitos são completamente diferentes. A MOAB é projetada para explosões em superfície e pesa 21.600 lb (9.800 kg), sendo lançada por um C-130 com sistema de pallet e paraquedas.
Ela explode no ar com uma enorme onda de choque, devastando áreas abertas como cavernas ou instalações de superfície. Em contraste, a MOP é feita para enterrar-se profundamente antes de explodir, destruindo instalações subterrâneas sem contato visual.
Além disso, a MOAB não possui sistema de penetração ou fusível inteligente como a GBU-57. Seu uso em 2017, contra túneis do Talibã no Afeganistão, causou grande impacto, mas não atingiu alvos enterrados como a MOP faria.
Em termos de custo, a MOAB vale cerca de US$ 170 mil por unidade, enquanto a GBU-57 chega a US$ 3,5 milhões, com custo de desenvolvimento estimado entre US$ 400 e US$ 500 milhões.
Futuro da arma: o próximo penetrador e os planos do B-21 Raider
Com a chegada do bombardeiro B-21 Raider, a USAF planeja ampliar as capacidades de transporte da GBU-57 ou desenvolver uma nova geração de bombas penetradoras menores, como o projeto Next Generation Penetrator.
A ideia é criar armas mais leves com o mesmo efeito destrutivo, permitindo uso em aviões mais acessíveis. Alguns estudos indicam o uso de propulsão auxiliar para aumentar a velocidade no impacto, como as antigas bombas Disney da Segunda Guerra Mundial.
Outra limitação atual da GBU-57 é a ausência de um fusível de detecção de cavidade, o que significa que ela detona apenas quando para de se mover, mesmo que tenha passado do ponto ideal.
Mesmo assim, a GBU-57 MOP continua sendo a principal arma convencional dos EUA contra ameaças enterradas, com capacidade comprovada de destruir alvos inacessíveis por qualquer outro meio.