Artefato de 3,4 toneladas foi lançado ao oceano em 1958 após colisão aérea e permanece sem paradeiro conhecido mais de seis décadas depois
A história da bomba nuclear que desapareceu é um dos episódios mais intrigantes da Guerra Fria. Em 1958, um acidente aéreo levou militares dos Estados Unidos a descartar no mar uma bomba termonuclear de 3,4 toneladas, que nunca mais foi localizada. Mais de sessenta anos depois, o artefato continua submerso em local desconhecido, despertando debates sobre segurança nuclear e riscos ambientais.
Apesar de operações de busca intensas na época e reavaliações posteriores, a arma, conhecida como “bomba de Tybee”, permanece soterrada sob camadas de areia. Autoridades americanas afirmam que o risco de explosão é mínimo, mas o mistério em torno do paradeiro alimenta especulações até hoje.
O acidente que deu origem ao mistério
Na noite de 5 de fevereiro de 1958, durante um exercício de treinamento militar, um bombardeiro B-47 Stratojet colidiu com um caça F-86 Sabre próximo à Ilha de Tybee, na Geórgia.
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O B-47 transportava a bomba nuclear Mark 15, projetada como um artefato termonuclear de grande potência.
Diante do risco de queda sobre áreas povoadas, o piloto do bombardeiro decidiu ejetar a bomba sobre o oceano, na região de Wassaw Sound.
Logo em seguida, a tripulação conseguiu pousar a aeronave avariada em segurança.
A decisão evitou um desastre imediato, mas deu início a um mistério que atravessaria gerações.
A bomba nuclear que desapareceu
O artefato lançado ao mar tinha aproximadamente 3,4 toneladas. Inicialmente, a Força Aérea declarou que a bomba estava “incompleta” e não continha o núcleo de plutônio necessário para uma detonação nuclear.
No entanto, documentos desclassificados anos depois levantaram dúvidas sobre essa versão, indicando que a arma poderia, sim, estar completa.
Durante dez semanas, a Marinha e a Força Aérea mobilizaram navios, mergulhadores e detectores para localizar a bomba.
A área vasculhada ultrapassou 30 km², mas nenhum vestígio foi encontrado.
Estima-se que o artefato esteja enterrado sob metros de sedimentos marinhos, tornando sua recuperação extremamente difícil.
Avaliações de risco e falsos alarmes
Ao longo dos anos, leituras anômalas de radioatividade na costa da Geórgia alimentaram suspeitas de que a bomba poderia estar vazando material radioativo.
No entanto, autoridades atribuíram esses episódios a fontes naturais e descartaram perigo iminente.
Em 2004, a Força Aérea dos Estados Unidos voltou a analisar o caso e concluiu que o risco ambiental ou de explosão é considerado baixo, reforçando que não havia necessidade de novas buscas.
Ainda assim, o mistério nunca deixou de despertar preocupações entre moradores da região e especialistas em segurança nuclear.
Outros casos semelhantes na Guerra Fria
O desaparecimento da bomba de Tybee não foi um caso isolado.
Durante a Guerra Fria, outros acidentes resultaram na perda de armas nucleares:
Em 1961, na Carolina do Norte, dois bombardeiros colidiram, e uma bomba nuclear permaneceu soterrada em um pântano.
Em 1965, um caça americano caiu no mar do Japão com uma bomba nuclear, que nunca foi recuperada.
Em 1968, na Groenlândia, um B-52 caiu carregando quatro bombas, espalhando material radioativo no gelo.
Esses episódios, conhecidos no jargão militar como “Broken Arrows”, reforçam os riscos envolvidos no transporte e manuseio de armamentos nucleares.
O caso da bomba nuclear que desapareceu na costa da Geórgia é um lembrete de como a corrida armamentista da Guerra Fria deixou legados ainda não resolvidos.
Mais de seis décadas depois, a arma continua perdida no fundo do oceano, protegida pelo silêncio das águas e pela inércia política.
E você, acredita que as autoridades deveriam retomar as buscas para localizar a bomba ou considera que o risco é pequeno demais para justificar a operação? Compartilhe sua opinião nos comentários.