Um antigo monumento conhecido como “Roda dos Fantasmas” intrigou os pesquisadores ao se deslocar cerca de 40 metros desde sua construção há 5.000 anos. Essa mudança inesperada levanta novas questões sobre seu possível propósito astronômico e o que os antigos buscavam ao erguer essa estrutura misteriosa.
Uma das mais enigmáticas construções megalíticas do Oriente Médio, a Roda dos Fantasmas, ou Rujm el-Hiri, nas Colinas de Golã, desafia explicações desde sua descoberta em 1968.
Datada de cerca de 5.000 anos, a estrutura imponente foi recentemente alvo de um estudo que descartou a teoria de seu uso como observatório astronômico, trazendo novos mistérios à tona.
Características da estrutura
Rujm el-Hiri é formado por um marco central cercado por múltiplos círculos concêntricos de pedras de basalto, conectados por paredes radiais.
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Com 150 metros de diâmetro e uma circunferência que alcança 500 metros, o monumento impressiona pela complexidade.
Apesar de sua grandiosidade, poucos artefatos foram recuperados no local, dificultando interpretações claras sobre sua finalidade.
Ao longo das décadas, teorias diversas surgiram. Alguns arqueólogos especularam que a estrutura poderia ter sido um forte defensivo, enquanto outros acreditavam que marcava o local de sepultamento de uma figura política ou líder.
Mas, em 1998, uma hipótese ganhou força: a de que a Roda dos Fantasmas seria um observatório astronômico.
Remote Sensing , 2024/
Freikman & Porat,
J. Inst. Archaeol. Tel Aviv Univ ., 2017 )
Teorias astronômicas desafiadas pelo Movimento da Terra
O estudo de 1998 sugeria que os eixos de simetria e as entradas da Roda estavam alinhados com solstícios, equinócios e corpos celestes como Sirius, no céu da Idade do Bronze.
Essa ideia foi amplamente aceita, mas o estudo recente trouxe novos dados que desmontam essa tese.
Pesquisadores analisaram movimentos tectônicos da região em torno do Mar da Galileia nos últimos 150 milhões de anos.
Descobriram que os blocos tectônicos do norte de Israel se movem continuamente em uma trajetória anti-horária a uma taxa de 8 a 15 milímetros por ano.
Essa movimentação resultou em um deslocamento de cerca de 40 metros da estrutura nos últimos 4.000 anos. Isso significa que os alinhamentos observados atualmente não correspondem às posições originais de suas entradas e paredes radiais.
“A análise geofísica integrada da região revela que o sítio de Rujm el-Hiri girou no sentido anti-horário e mudou de sua localização original em dezenas de metros”, afirmam os autores do estudo. Eles concluem que o monumento dificilmente teria sido projetado como um observatório astronômico.
Comparações com outros monumentos misteriosos
A pesquisa reacendeu o mistério em torno da Roda dos Fantasmas. Sua verdadeira função ainda é desconhecida, mas comparações intrigantes surgem.
Em Creta, por exemplo, arqueólogos descobriram um labirinto circular semelhante, atribuído à civilização minoica e datado de um período histórico próximo ao da Roda.
Essa estrutura em Creta, também envolta em mistério, pode ter servido como um espaço cerimonial, onde rituais e festas ocorriam. Será que a Roda dos Fantasmas compartilhava propósito similar?
O que está por vir
A falta de artefatos e a contínua ação dos movimentos tectônicos complicam ainda mais o entendimento sobre o objetivo original de Rujm el-Hiri.
Contudo, a descoberta de que a estrutura “girou” ao longo de milênios destaca a importância de considerar os fatores geológicos ao interpretar sítios arqueológicos antigos.
Por enquanto, a Roda dos Fantasmas mantém seu título de enigma, um labirinto de pedra que gira não apenas fisicamente, mas também em torno das hipóteses que tentam explicar sua criação.
O que parecia uma resposta se transformou em mais perguntas, aprofundando o fascínio em torno deste marco misterioso do passado humano.