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Até 2025, 85 milhões de vagas de emprego serão substituídas pela mudança na divisão entre humanos e máquinas e 97 milhões de novos papéis devem ser criados na esteira das inovações tecnológicas

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 07/08/2021 às 12:29
empregos - robôs - mão de obra - vagas - tecnologia - desemprego
Homem e robô disputando uma vaga de emprego / Imagem Google

Milhões de empregos serão destruídos com as novas tecnologias, como por exemplo automação e inteligência artificial e profissionais precisarão se reciclar

A pandemia de covid-19 e suas implicações aceleraram mudanças no mercado de trabalho que já vinham acontecendo em decorrência das rápidas e constantes inovações tecnológicas que dominaram o mundo a partir do início da década passada. De acordo com o mais recente relatório “O futuro do emprego”, publicado em outubro de 2020, pelo Fórum Econômico Mundial, até 2025, 85 milhões de empregos serão substituídos pela mudança na divisão entre humanos e máquinas. Concomitantemente, 97 milhões de novos papéis devem ser criados na esteira das inovações tecnológicas.

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Trata-se de um cenário desafiador para o profissional contemporâneo, que precisa adquirir conhecimento para atualizar-se a fim de se adequar às exigências desse novo mundo. Capacidade de suma importância para quem deseja atravessar esse período com sucesso, valorizando a si mesmo e às empresas onde atua, é a aprendizagem intencional, que pode ser definida como a prática de tratar cada experiência como uma oportunidade para aprender algo.

Instituições de ensino corporativo à distância são importantes instrumentos para profissionais com a capacidade da aprendizagem intencional, pois fornecem conhecimentos úteis às suas profissões e suas vidas, que não encontrarão necessariamente em cursos, faculdades e universidades, representantes do ensino formal.

Milhões de empregos serão destruídos com as novas tecnologias, como automação e inteligência artificial, mas outras oportunidades surgirão na esteira destas transformações

Segundo o documento, O futuro do emprego”, estima-se que, em 2025, 85 milhões de empregos sejam substituídos por uma mudança na divisão de trabalho entre humanos e máquinas, enquanto 97 milhões de novos papéis surjam, por serem mais adaptados à nova divisão de trabalho entre humanos, máquinas e algoritmos.

Para Ricardo Shinyashiki, CEO da Gentelab, startup que desenvolve serviços e conteúdos educacionais corporativos, o cenário atual é desafiador ao profissional do futuro, pois ele precisa adquirir conhecimento para atualizar-se a fim de se adequar às exigências desse novo mundo.

Neste contexto, instituições de ensino corporativo à distância aparecem como peças-chave pois disponibilizam a estes profissionais conhecimentos úteis as suas profissões, mas que não necessariamente conseguem encontrar em cursos, faculdades e universidades – as representantes do ensino formal. Essas instituições oferecem conteúdos que os capacitam para desenvolverem suas funções no trabalho de modo eficiente, mas também os municiam com habilidades emocionais essenciais para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Procura por aprendizagem e formação online quadruplicou

Assim, compreende-se melhor porque, segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, a aprendizagem e a formação online estão aumentando. Conforme o documento, o número de indivíduos que procuram oportunidades de aprendizagem remota por sua própria iniciativa, cresceu quatro vezes em relação ao relatório anterior, realizado em 2018.

As empresas também têm tomado a dianteira no sentido de atualizarem seus profissionais. Segundo o relatório, quintuplicou a oferta por parte do empregador de oportunidades de aprendizagem online para seus trabalhadores. Entre os cursos mais procurados estão desenvolvimento pessoal e aprendizagem de habilidades digitais, como análise de dados, ciência da computação e tecnologia da informação.

De acordo com Shinyashiki, para as empresas, investir na capacitação de seus profissionais tem o potencial de gerar impacto que vai além do aumento da receita. “A confiança gerada no colaborador a partir do investimento da empresa no desenvolvimento de habilidades necessárias para que ele exerça uma nova atividade faz com que o ambiente e clima corporativos fiquem positivos, favorecendo dessa forma a retenção de talentos e atração de funcionários com qualificação”, diz.

A CPO da Gentalab, Luciana Ogusco, acredita que cada vez mais, além de conteúdos direcionados a obtenção de habilidades técnicas, serão necessários treinamentos voltados para a cultura, que permitirão aos colaboradores explorar seus potenciais com conteúdo inédito a eles. “Nesse sentido, as plataformas digitais têm um papel muito importante, que é o de consolidar essas informações e gerar insights poderosos, mas principalmente o de estimular a aprendizagem contínua”, explica.

Um belo exemplo no sentido de instigar os colaboradores a aprenderem sempre mais é a Tech4Teachers, iniciativa elaborada pela Gentelab em conjunto com a Atmo Educação, empresa do setor educacional. Alexandre Abbatepaulo, diretor do Colégio Lourenço Castanho, uma das instituições que compõem a Atmo Educação, explica que a Tech4Teachers foi pensada e desenvolvida para que seus professores aprendam mais, e consequentemente, também ensinem melhor.

“Em parceria com a Gentelab, focamos em desenvolver profissionais do futuro, com formação tecnológica, que tenham amplo conhecimento em ferramentas que dinamizam a interação com seus alunos, e que invistam em si mesmos, tratando cada experiência como uma oportunidade de aprendizagem”, diz Abbatepaulo.

Com a transição tecnológica, aprendizagem intencional se torna peça fundamental para inserção no mercado de trabalho

A aprendizagem intencional é uma capacidade de suma importância para quem deseja atravessar o período atual com sucesso, criando um imenso valor a si mesmo e às empresas onde atua. Esta habilidade pode ser definida como a prática de tratar cada experiência como uma oportunidade para aprender algo. Ou seja, para quem desenvolve essa habilidade, a vontade de aprender nunca fica restrita a situações específicas, como o ensino regular, mas se espalha pela vida como um todo e os diversos momentos que a compõem.

No sentido de adquirir e lapidar essa habilidade que leva a querer aprender constantemente, duas mentalidades são fundamentais: a de crescimento e a da curiosidade. Habilidades, que podem e devem, ser desenvolvidas durante toda a vida.

A mentalidade de crescimento é aquela que faz a pessoa acreditar que está em evolução constante e que pode aprimorar e ampliar sua inteligência e demais habilidades com o passar do tempo. Para quem desenvolve esse tipo de mentalidade não existe perfeição e tampouco falta dela. Erros e falhas, por exemplo, nunca são encarados como limites que não podem ser transpostos, mas como oportunidades para o desenvolvimento.

A curiosidade, por sua vez, é o substrato da aprendizagem ativa, da vontade de aprender a aprender. Ela ajuda a superar o medo de questionar e questionar-se, fazendo com que se trave conhecimento com algo que se ignora. A curiosidade é responsável também pelo desejo de experimentar situações desconhecidas, que podem ser estímulos para novos aprendizados.

94% dos líderes de negócios relatam que esperam que os funcionários adquiram novas habilidades no trabalho e profissionais precisarão se reciclar

Uma das conclusões a que se chegou o relatório do Fórum Econômico Mundial é que, nos próximos cinco anos, as lacunas de competências continuarão a se elevar à medida que as competências exigidas nos empregos se alterem. E para preencher estas lacunas os trabalhadores precisarão se reciclar. Conforme o documento, 94% dos líderes de negócios relatam que esperam que os funcionários adquiram novas habilidades no trabalho.

Entre as principais habilidades e grupo de habilidades que os empregadores acreditam ser importantes para o profissional do futuro estão: pensamento crítico e análise e habilidades em autogestão, como aprendizagem ativa. É por meio dessa capacidade de entender quais são as lacunas de seu aprendizado, qual conhecimento é necessário para aquela ocasião, e por meio do exercício diário da aprendizagem ativa, é que o profissional irá buscar as qualificações que lhe são essenciais.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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