As vagas mais procuradas estão em aviação, cruzeiros, enfermagem itinerante, ensino de inglês e hotelaria, com seleção contínua. O turismo move 10% do PIB mundial e sustenta 357 milhões de empregos.
Viajar o mundo enquanto trabalha deixou de ser fantasia e virou tendência concreta e em 2025 está em alta. A combinação de turismo aquecido, contratações sazonais e avanço do trabalho remoto abriu espaço para carreiras que pagam para você “viver na estrada”.
Os números confirmam o momento positivo: o setor global de Viagens e Turismo respondeu por 10 por cento do PIB mundial e sustentou 357 milhões de empregos em 2024, um em cada dez postos de trabalho.
Por que os empregos que pagam para viajar estão em alta
O movimento começou com a recuperação do turismo e ganhou tração com políticas públicas e novos produtos. Relatórios recentes mostram que o ecossistema de viagens voltou a gerar US$ 10,9 trilhões em 2024, superando o pico pré-pandemia, com criação de vagas em toda a cadeia, do transporte aéreo à hospitalidade.
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Para quem busca trabalhos que pagam para viajar, isso significa mais processos seletivos, inclusive para iniciantes com treinamento curto.
Outro empurrão veio dos vistos para nômades digitais, que permitem trabalhar online a partir de outros países. Levantamentos apontam cerca de 66 países com programas ativos ou equivalentes, ampliando a mobilidade para profissionais remotos que querem viver temporadas fora. Planejamento tributário, seguro saúde e comprovação de renda seguem sendo pré-requisitos.
No turismo marítimo, a indústria de cruzeiros prevê 37,7 milhões de passageiros em 2025 e 310 navios em operação, o que sustenta contratações a bordo e em terra nos portos. Confira 7 profissões que pagam para você viver viajando.
1. Comissário de bordo: rotina, formação e salário
No Brasil, comissário de bordo é a porta de entrada mais clássica para trabalhos que pagam para viajar. A profissão é regulada pela ANAC e exige 18 anos, ensino médio completo, português fluente e CMA de 2ª classe válido. Após o treinamento inicial aprovado pela Agência, o candidato passa por experiência prática mínima e avaliação de competência, finalizando com o CHT Digital que comprova a habilitação. De acordo com a ANAC e o RBAC 63, o processo foi simplificado nos últimos anos.
Uma mudança importante é que o RBAC 63 atualizado reduziu barreiras regulatórias, tornando mais ágil a obtenção da licença de comissário, sem prejuízo à segurança. Em linhas gerais, o candidato precisa cumprir o programa de treinamento aprovado, realizar as horas de prática e estar apto no exame médico.
Quanto à remuneração, o piso definido na Convenção Coletiva 2024–2025 gira em torno de R$ 2.694,79 como referência inicial. Dados do CAGED compilados pelo Portal Salario indicam média nacional próxima de R$ 2,9 mil de salário base, podendo variar por cidade e companhia aérea. Diárias, horas de voo e benefícios elevam a remuneração total mensal.
2. Trabalhar em cruzeiros: funções, seleção e temporada
A vida a bordo combina ritmo intenso, convivência multicultural e remuneração com moradia e alimentação inclusas. Há vagas para alimentos e bebidas, camarotes, entretenimento, spa, lojas, excursões e TI embarcada.
O fluxo de passageiros previsto para 2025 sustenta seleções contínuas por companhias e agências credenciadas. Inglês obrigatório, passaporte válido e eventuais certificações marítimas são a base.
Para se destacar, prepare um portfólio simples com fotos e certificados, organize referências e esteja pronto para entrevistas on-line em horário internacional. Experiência em hotelaria ou restaurantes conta muito.
3. Enfermagem itinerante: o que é travel nurse e quanto paga
A chamada enfermagem itinerante acontece principalmente por plantões extras, contratos temporários e remanejamentos entre unidades em redes públicas, filantrópicas e privadas. O essencial é estar regular no Coren e com a documentação atualizada, conforme normas administrativas do sistema Cofen/Conselhos Regionais.
A remuneração parte do Piso Nacional da Enfermagem e pode crescer com adicionais, diárias de deslocamento e benefícios previstos em edital ou acordo coletivo. A lei do piso fixou R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos e R$ 2.375 para auxiliares, valores proporcionais à carga horária, com assistência financeira da União para o setor público e entidades filantrópicas.
Para quem deseja atuar viajando entre cidades ou estados, vale manter certificações atualizadas em áreas de alta demanda como UTI e emergência, organizar documentação para credenciamentos rápidos e alinhar previamente escala, diárias e logística com o contratante. Em 2025, o orçamento federal prevê recursos para sustentar o piso na rede pública, o que tende a manter contratações temporárias e coberturas sazonais em diversas regiões.
4. Professor de inglês no exterior: demanda, TEFL e destinos
Dar aula de inglês no exterior continua sendo uma das formas mais acessíveis de começar a trabalhar e viajar. Relatórios e guias de 2025 apontam procura aquecida em diversos mercados, com vantagem para quem possui certificação TEFL e bom portfólio de aula. Em paralelo, análises do British Council indicam que o inglês seguirá como língua global na próxima década, sustentando a demanda por professores qualificados.
Regras mudam conforme o país, mas a tríade comum é: certificação TEFL, nível de inglês avançado e documentação para visto de trabalho. Plataformas especializadas e redes de escolas publicam editais regularmente.
5. Guia de turismo e líder de excursões: trabalho de campo em destinos
Para quem prefere a rua ao escritório, guias de turismo e líderes de excursões acompanham grupos em destinos urbanos, naturais e culturais. Exigem idiomas, conhecimento local, primeiros socorros e capacidade de resolver imprevistos. O aquecimento do setor ajuda a manter a oferta de roteiros, sobretudo em alta temporada. Boa comunicação e logística são diferenciais.
Comece com cursos técnicos reconhecidos, busque credenciamento municipal quando aplicável e ofereça experiências de nicho, como gastronomia, trilhas ou patrimônio histórico.
6. Hotelaria e resorts: porta de entrada com mobilidade global
Redes hoteleiras e resorts em destinos de praia e montanha contratam posições operacionais e de gestão. A vantagem é a possibilidade de transferência interna para outras unidades e países. Quem inicia em recepção, alimentos e bebidas ou eventos pode migrar para áreas comerciais com viagens frequentes. Inglês e excelência em atendimento pesam mais que formação longa.
Mapeie vagas nas páginas de carreiras das redes, ajuste o currículo para métricas de desempenho e esteja aberto a contratos sazonais que aceleram a experiência.
7. Consultores e técnicos que viajam: TI, implantação e eventos
Empresas buscam consultores de implantação, engenheiros de campo, técnicos de broadcast e produtores de eventos que rodam por projetos. É uma trilha com viagens curtas e intensas, ideal para perfis organizados e com certificações. Monte portfólio com casos concisos, domine ferramentas de gestão e alinhe expectativas de deslocamento.
Vistos para trabalhar viajando: nômade digital e cuidados
Se a ideia é manter o emprego remoto enquanto vive fora, os vistos de nômade digital ampliam as opções em dezenas de países. Antes de aplicar, avalie três pontos: tributação internacional, tempo máximo de permanência e exigência de renda mínima.
O número de programas vem crescendo, hoje estimado em cerca de 66 conforme mapeamentos de mercado. Consulte fontes oficiais do país escolhido antes de decidir.
Onde encontrar vagas e como se preparar
Organize um plano de ação em três frentes. Primeiro, qualificações: TEFL para ensino de inglês, cursos de hospitalidade, treinamentos de primeiros socorros e certificações específicas da aviação ou marítimas, quando aplicável. Segundo, idiomas: pelo menos inglês funcional para entrevistas e rotina de trabalho. Terceiro, documentos: passaporte válido, vacinas, comprovantes de renda e reservas financeiras para a chegada.
Busque vagas nos sites oficiais de companhias aéreas e de cruzeiros, páginas de carreiras de redes hoteleiras e plataformas setoriais. O aquecimento do turismo e a retomada de cruzeiros indicam janela favorável para candidaturas ao longo de 2025.