Uma pesquisa recente revelou que mais de 80% das indústrias estabelecidas no Brasil estão implementando ações para reduzir resíduos, consumo de energia e uso de água. Isso demonstra um comprometimento significativo com a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento sustentável do país.
É necessário compreender que a iniciativa é uma medida que complementa outras agendas verdes, tais como o aumento da utilização de energias renováveis, o reforço da política nacional de biocombustíveis e, acima de tudo, a diminuição do desmatamento ilegal.
A autorização de um mercado controlado de carbono, discutida na Câmara dos Deputados, é vista como algo ‘importante ou muito importante’ por 78% dos participantes da pesquisa.
“A criação de um mercado regulado de carbono que inclua, por exemplo, a participação das empresas na tomada de decisões e não incorpore punições e multas excessivas, vai ajudar o país a alcançar as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris a longo prazo”, declarou o diretor de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Roberto Muniz.
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Interesse em tecnologias sustentáveis nas fábricas
Quando se trata de produção sustentável em instalações industriais, 75% das empresas expressaram interesse em obter linhas de crédito para implementar novas tecnologias verdes.
Outros 66% afirmaram a necessidade de adquirir novas tecnologias de baixo carbono, enquanto 59% manifestaram interesse em modernizar seus equipamentos para alcançar as metas de descarbonização.
Nesse sentido, a maioria das empresas (88%) consideram a atuação do poder público insuficiente, pois acreditam que há falta de incentivos tributários para promover esse tipo de transição.
O financiamento privado mostrou-se mais viável para os empresários: 24% o procuraram e 15% obtiveram. Para 62% dos entrevistados, obter financiamento para empreendimentos sustentáveis é considerado difícil ou muito difícil.
A dificuldade de acesso a crédito ou financiamento é listada como a terceira maior barreira para a implementação de ações sustentáveis (citada por 22%), ficando atrás apenas da falta de incentivo do governo (51%) e da ausência de uma cultura de sustentabilidade no mercado consumidor (39%).**
Fontes como Biomassa (5%), energia eólica (3%) e hidrogênio de baixo carbono (1%) são objeto de estudo por empresas em busca de alternativas sustentáveis.
Segundo a análise da CNI, é fundamental ampliar o acesso das indústrias a opções de financiamento, com o intuito de impulsionar a economia de baixo carbono e promover a escalada de tecnologias verdes.
Embora 67% dos entrevistados tenham manifestado interesse em obter linhas de crédito com esse propósito, nem todos concretizaram essa intenção. Apenas 16% procuraram algum tipo de apoio de crédito público para projetos sustentáveis, e apenas 6% obtiveram sucesso nesse sentido.
A fonte de energia solar é a que desperta o maior interesse entre os empresários industriais, de acordo com uma pesquisa. Na amostra geral, 75% dos entrevistados demonstraram ter muito ou algum interesse em adotar esse tipo de fonte energética.
Em segundo lugar, o interesse recai sobre o hidrogênio verde ou de baixo carbono, com 19% de interesse, seguido pela energia eólica, com 13% de interesse.
A pesquisa revela ainda que mais da metade das indústrias, ou seja, 53%, já têm projetos relacionados ao uso de fontes renováveis de energia, sendo a energia solar a mais destacada, respondendo por 91% dos projetos em andamento.
Ricardo Alban destaca a liderança da indústria brasileira em sustentabilidade
De acordo com o presidente da CNI, Ricardo Alban, a indústria do Brasil está à frente de outros países em termos de iniciativas relacionadas à sustentabilidade e adaptação às mudanças climáticas.
Ele ressalta que “nossa indústria, especialmente aquelas que consomem muita energia, como a de cimento, por exemplo, já fez sua parte e tem muito a compartilhar com o mundo. As emissões de gases de efeito estufa das fábricas de cimento no país são 10% menores que a média global. No setor de alumínio, cerca de 60% de todos os materiais consumidos no país são reciclados”, como exemplo.
Além das estratégias em andamento para melhorar o consumo de energia, nove em cada dez (89%) estão focadas em reduzir a geração de resíduos sólidos, enquanto 83% estão implementando medidas para conservar o uso da água.
Essas ações são as três principais em uma lista de nove medidas identificadas no levantamento. Dentre as indústrias que participaram da pesquisa, 36% estão adotando entre 5 a 6 ações, e 22% estão implementando entre 7 a 8. Apenas 3% das empresas industriais não estão tomando nenhuma medida relacionada à sustentabilidade.
É notável o esforço das empresas em investir em práticas sustentáveis, buscando não apenas reduzir custos, mas também contribuir para a preservação do meio ambiente.
Quando questionados sobre as ações mais importantes para que a indústria contribua com a descarbonização do país, os líderes empresariais listaram a modernização de equipamentos (27%), a utilização de fontes de energia renováveis (23%) e o investimento em tecnologias de baixo carbono (19%).
Outras medidas mencionadas incluíram investimento em inovação (14%) e acesso a financiamento (10%).
A pesquisa consultou 1.004 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande porte em todas as unidades federativas do país. O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem, da FSB Holding, entre os dias 3 e 20 de novembro.
Um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresários de todo o país constatou que 86% dos grupos industriais implementam ações para tornar mais eficiente o uso de energia.
Para os próximos dois anos, a prioridade de investimento é o aproveitamento de fontes de energia renovável, mencionado por 42% dos entrevistados, seguido pela atualização de equipamentos (36%) e a implementação de medidas para otimizar o consumo de energia (32%).
Esses dados indicam uma preocupação crescente do setor industrial com a eficiência energética e a busca por alternativas mais sustentáveis em suas operações.
Fonte: EPBR