China lança proposta estratégica com apoio de Rússia, Índia e outros países, enquanto EUA e Europa veem risco de perda de influência internacional.
A notícia de que 20 líderes apoiam a Iniciativa de Governança Global (IGG), apresentada pela China em setembro, movimentou o cenário diplomático. Segundo o Correio do Estado, a proposta foi anunciada por Xi Jinping durante encontro da Organização para Cooperação de Xangai Plus (OCX) e reuniu potências como Rússia e Índia, além de discussões sobre a possível entrada da Coreia do Norte.
A iniciativa surge em um momento de tensão crescente entre os Estados Unidos e diversas nações emergentes, marcado pelo aumento de tarifas comerciais e sanções.
Diante desse contexto, a China busca se apresentar como alternativa de liderança global, prometendo um modelo de governança mais inclusivo e multipolar, capaz de desafiar estruturas como OTAN e G7.
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O que a China propõe com a IGG
A proposta de Xi Jinping vai além do discurso diplomático. Ela é descrita como um projeto estratégico para remodelar a ordem mundial. Entre os pontos centrais estão:
- Coexistência pacífica: todos os países, independentemente de poder econômico ou militar, devem ter voz igual em decisões globais.
- Democratização das relações internacionais: dar mais espaço para nações em desenvolvimento em fóruns multilaterais.
- Rejeição ao protecionismo: críticas diretas às sanções econômicas e às barreiras comerciais impostas por Washington.
Em sua fala, Xi destacou que a governança global vive uma “encruzilhada histórica”, comparando o momento atual a períodos de transição após grandes guerras.
O recado militar por trás da diplomacia
Poucos dias depois de apresentar a IGG, a China realizou um desfile militar na Praça da Paz Celestial, em Pequim, celebrando os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
O evento exibiu novas capacidades estratégicas do Exército chinês, incluindo mísseis intercontinentais nucleares, drones submarinos extragrandes, armas a laser e caças stealth de última geração.
Especialistas interpretaram o desfile como um sinal de força combinado à diplomacia, indicando que Pequim pretende sustentar suas propostas globais também com poder bélico de ponta.
O que preocupa EUA e Europa
A adesão de 20 líderes apoiando a iniciativa coloca pressão sobre as instituições tradicionais dominadas pelo Ocidente.
União Europeia e Estados Unidos temem que a IGG se transforme em um “fórum paralelo”, capaz de redefinir padrões de comércio, tecnologia e segurança sem seguir as regras estabelecidas pela ONU, OTAN e G7.
Analistas avaliam que o movimento pode criar um novo eixo de poder global, centrado em China, Rússia e Índia, com impacto direto em cadeias produtivas, investimentos em tecnologia e políticas militares. Para o Ocidente, esse avanço representa risco de perda de protagonismo.
O futuro da Iniciativa de Governança Global
O desafio agora é saber se a IGG terá força prática para se consolidar ou se ficará restrita a declarações políticas.
Para os países que aderiram, a iniciativa simboliza a chance de ganhar mais espaço na tomada de decisões internacionais. Já para críticos, pode ser apenas uma estratégia diplomática sem estrutura institucional sólida.
O fato de que 20 líderes apoiam a proposta da China mostra que há terreno fértil para alternativas ao modelo ocidental de governança. Mas o desfecho ainda é incerto: será que a IGG conseguirá se tornar uma nova ONU paralela ou permanecerá apenas como um fórum de discursos?
E você, acredita que esse movimento pode realmente remodelar a ordem mundial ou é apenas mais um jogo de poder diplomático?
Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir sua análise sobre esse cenário global.