Rumo Logística investe R$ 15 bilhões em expansão ferroviária no Mato Grosso. Meta é dobrar transporte de grãos até 2032, apostando na competitividade para exportar ao mercado asiático.
Em meio à crescente demanda global por alimentos e à importância estratégica do agronegócio brasileiro, a Rumo Logística planeja uma nova revolução nos trilhos que cortam o Brasil.
Embora a companhia já tenha presença massiva no transporte ferroviário de grãos, o foco agora é expandir sua malha ferroviária no Mato Grosso, estado que já movimenta 16% do comércio mundial de soja e milho.
Porém, essa ambição vai muito além dos números já conhecidos.
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O que a Rumo está planejando pode transformar completamente a logística de exportação agrícola do país, mas será que esses novos trilhos vão, de fato, colocar o Brasil à frente da competição global?
Investimentos bilionários e números impressionantes
Segundo o vice-presidente comercial da Rumo, Eudis Furtado, a empresa tem um projeto arrojado de expandir sua atuação em Mato Grosso, Goiás e Tocantins, focando nas rotas ferroviárias que escoam grãos para o Porto de Santos.
“Estamos posicionados em uma das regiões mais estratégicas para o comércio mundial de grãos. Hoje, Mato Grosso representa 16% do trade global de soja e milho, e somando Goiás, esse número sobe para 21%”, afirmou Furtado ao portal AgFeed.
A Rumo já movimenta cerca de 75 milhões de toneladas de carga por ano, sendo que 32 milhões de toneladas vêm apenas de grãos cultivados em Mato Grosso e Goiás.
A ambição da empresa é dobrar esse número nos próximos anos, apostando em investimentos bilionários em ferrovias.
A meta é transportar até 60 milhões de toneladas de grãos até 2032, conforme os cálculos da companhia.
Expansão ferroviária no Mato Grosso: uma aposta no futuro
O foco principal desse investimento está no Mato Grosso, estado que tem se mostrado uma potência agrícola e que, segundo especialistas, pode triplicar sua produção sem desmatar uma única árvore.
Atualmente, a Rumo opera a partir de Rondonópolis, no sul do Mato Grosso, e leva grãos para o Porto de Santos através de um complexo sistema ferroviário.
Agora, a empresa está construindo uma nova ferrovia que irá se estender ao norte do estado, passando por polos importantes como Campo Verde, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde.
Essa expansão está sendo realizada em parceria com o governo do Mato Grosso, e o investimento previsto é de cerca de R$ 15 bilhões, de acordo com a Rumo.
O projeto vai adicionar mais 750 quilômetros de trilhos à malha ferroviária da empresa, e já está em sua fase inicial de construção.
A expectativa é que a obra gere uma economia significativa nos custos de transporte de grãos e reduza as emissões de CO2, se comparada ao transporte rodoviário.
Comparação com o Arco Norte e a competitividade no mercado asiático
Um dos grandes argumentos da Rumo para esse investimento está na competitividade das rotas que levam a produção agrícola do Mato Grosso ao mercado asiático, principal destino dos grãos brasileiros.
Os cálculos da empresa indicam que o custo de exportação pelo Porto de Santos é menor do que pelo Arco Norte, rota que inclui o transporte de grãos até Barcarena, no Pará.
Segundo dados fornecidos pela Rumo, no segundo trimestre de 2023, o custo de exportar soja do Mato Grosso por Barcarena foi de R$ 552 por tonelada, enquanto pelo Porto de Santos, o custo foi de R$ 538 por tonelada.
Além disso, a distância marítima entre Santos e os mercados asiáticos é 16% menor do que a rota pelo Arco Norte, o que torna Santos uma opção mais competitiva para atender à crescente demanda da Ásia por grãos.
A importância estratégica do Porto de Santos
O Porto de Santos é um dos principais pontos de escoamento da produção agrícola brasileira.
Furtado destacou que o porto está estrategicamente posicionado para atender ao mercado asiático, que tem sido o principal destino dos grãos brasileiros nas últimas duas décadas.
“Toda a expansão do agronegócio brasileiro está ancorada na Ásia, e Santos é a melhor porta de saída para essa produção”, afirmou Furtado ao AgFeed.
Os investimentos da Rumo não se limitam ao Mato Grosso.
A empresa também está apostando em novos trechos ferroviários, como uma possível extensão que ligaria o oeste da Bahia à malha ferroviária de Tocantins, além de melhorias no Porto de Santos, que segue como o principal hub de exportação para o mercado asiático.
Crescimento robusto e planos para 2024
Em 2023, os grãos representaram 70% do volume movimentado pela Rumo, e a tendência é que esse número continue crescendo nos próximos anos.
A empresa registrou um recorde de movimentação em setembro de 2023, com 7,4 bilhões de TKUs (toneladas por quilômetro útil), e prevê um crescimento ainda maior para 2024.
Apesar dos desafios climáticos enfrentados pelo agronegócio, como as chuvas intensas no Rio Grande do Sul que afetaram a produção de soja, a Rumo segue confiante em sua capacidade de expansão.
O que esperar do futuro da Rumo Logística?
A Rumo já domina o transporte de grãos no Brasil, mas a empresa não pretende parar por aí.
Com investimentos bilionários em novas ferrovias e a expansão de sua malha ferroviária, a companhia planeja dobrar sua capacidade de transporte até 2032, apostando em eficiência, competitividade e sustentabilidade.
Mas será que essa estratégia será suficiente para enfrentar a concorrência e manter o Brasil como líder global no comércio de grãos?
Você acredita que os investimentos da Rumo Logística serão suficientes para transformar a infraestrutura ferroviária do Brasil? Compartilhe sua opinião nos comentários!