A China revelou um plano ambicioso para se tornar o maior exportador nuclear do mundo, apostando na construção de 100 novos reatores nucleares nos próximos 10 anos. O plano da China não apenas busca consolidar o país como líder em energia nuclear, mas também fortalecer sua posição no cenário geopolítico e ampliar sua influência em mercados em desenvolvimento.
A meta da China é clara: construir 10 novos reatores por ano, totalizando 100 até 2035. Essa estratégia, considerada “realista” pelo vice-secretário-geral da Corporação Nuclear Nacional da China, Tian Jiashu, já começou a ser colocada em prática. Somente em 2024, o país aprovou a construção de 11 reatores, quebrando recordes de aprovação e dando o tom para a próxima década.
Se o ritmo for mantido, a capacidade nuclear da China poderá quadruplicar para 200 gigawatts, representando 10% da demanda doméstica de eletricidade até 2035. A longo prazo, o objetivo é atingir 400 gigawatts até 2060.
Competição global: China ultrapassando França e EUA
O plano da China não é apenas sobre quantidade. Com essa expansão, Pequim deixaria para trás potências tradicionais como França e Estados Unidos, assumindo o topo como maior operador de energia nuclear. Esse avanço complementa a liderança chinesa já consolidada em energias renováveis, como solar e eólica.
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Embora a energia nuclear represente apenas uma fração da matriz energética do país, ela é fundamental para os objetivos de descarbonização da China. Ao contrário das energias renováveis intermitentes, como solar e eólica, a energia nuclear oferece uma fonte estável e confiável, livre de emissões de CO2.
Exportação de tecnologia: uma nova revolução
Inspirado pelo sucesso nas indústrias de energia solar e eólica, o plano da China inclui a exportação de tecnologia nuclear. O país já é um dos poucos fornecedores de tecnologia nuclear no mundo, mas quer se firmar como o maior exportador nuclear do mundo, oferecendo soluções acessíveis e eficientes para países em desenvolvimento.
Um exemplo notável dessa liderança é o reator HTR-PM, considerado uma das tecnologias nucleares mais seguras do mundo. Com design inovador que evita fusões, ele é o único reator SMR operacional globalmente. Essa tecnologia, aliada ao baixo custo de produção, coloca a China em posição de vantagem frente a seus concorrentes.
Desafios no horizonte
Apesar da força do setor estatal chinês, que lidera o desenvolvimento nuclear do país por meio de empresas como China National Nuclear Power Co. e State Power Investment Corp., a expansão exigirá mais do que apoio governamental. Para manter o ritmo, será necessário atrair investimentos privados, que atualmente representam apenas 20% do setor. A meta é dobrar essa participação para 50%.
Desafios como padrões de segurança rigorosos, questões logísticas e escassez de locais costeiros adequados podem dificultar a implementação do plano. Nas regiões interiores, a gestão de recursos hídricos também se apresenta como um obstáculo.
O futuro da energia nuclear na liderança global
Com uma estratégia bem definida, o plano da China não é apenas uma promessa, mas um caminho calculado para redefinir o mercado global de energia nuclear. A meta de se tornar o maior exportador nuclear do mundo reforça a ambição do país em liderar não só a transição energética, mas também a geopolítica da energia no século 21.
Aqueles que criticam a China ou qualquer outro país que desafie a egemonia dos EUA e seu grupo do G7, devo dizer que tal grupo compreende os países mais desenvolvidos do mundo , acostumem se a ver uma China cada vez mais avançada em todas as áreas científicas, tecnológicas, militar e até espacial, não digo que a China irá superar os EUA em tudo más será um rival capaz de competir e muitas vezes superar a grande potência Americana.