Novo compacto elétrico da Volkswagen chega com motor APP290, baterias de 38 kWh e 56 kWh, além de inversor de silício-carbeto. Modelo promete recarga rápida, célula unificada e plataforma MEB+ para padronizar custos e eficiência.
A Volkswagen detalhou no IAA 2025, em Munique, o ID. Polo, novo compacto elétrico da família Electric Urban Car, ao lado dos “irmãos” Cupra Raval e Skoda Epiq.
O destaque é o conjunto de tração com o motor síncrono de ímã permanente APP290 e um inversor de silício-carbeto (SiC) desenvolvido pelo próprio grupo, combinado a duas baterias — 56 kWh (NMC) e 38 kWh (LFP) — com promessa de 10% a 80% em cerca de 25 minutos.
A arquitetura adota a plataforma MEB+ e a nova célula unificada com Cell-to-Pack (CTP), soluções projetadas para reduzir custos e padronizar componentes entre marcas.
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Trem de força e desempenho
O APP290 é um novo PSM instalado no eixo dianteiro, priorizando eficiência e resposta.
A potência chega até 160 kW (218 cv), com torque na casa de 290 Nm, segundo material técnico apresentado a jornalistas.
A refrigeração é simples, por água, e o inversor usa semicondutores SiC para diminuir perdas e aliviar o sistema térmico.
Em modelos maiores, o APP550 segue com refrigeração água-óleo para suportar cargas térmicas superiores e também resfriar o inversor.
Autonomia das baterias
O ID. Polo terá duas opções de bateria.
A NMC de 56 kWh foi dimensionada para atingir até 450 km de autonomia estimada na configuração de hatch.
A LFP de 38 kWh mira cerca de 300 km, voltada ao uso urbano e custo menor.
Em ambos os casos, a fabricante fala em recarga rápida de 10% a 80% em aproximadamente 25 minutos.
Pelo cálculo médio, isso equivale a algo próximo de 1,6 kWh/min no pacote NMC e 1,1 kWh/min no LFP, considerando valores líquidos de energia.
Plataforma MEB+ e célula unificada
Todas as novidades chegam com a MEB+, evolução do conhecido módulo elétrico do grupo.
Além de atualização eletrônica, a base adota a “Einheitszelle”, a célula unificada prismática da PowerCo, companhia de baterias do Grupo VW.
O desenho foi pensado para equipar de forma padronizada diferentes modelos e químicas, com ganhos de escala e menor complexidade industrial.
A produção em série começa por Salzgitter (Alemanha) e será ampliada para Valência (Espanha) e St. Thomas (Canadá), compondo uma cadeia regionalizada de suprimento.
Tecnologia Cell-to-Pack e segurança
A bateria abandona módulos intermediários e passa ao conceito Cell-to-Pack (CTP), que otimiza espaço e densidade energética.
Para a Electric Urban Car Family, a configuração utiliza três fileiras de células (stacks).
Nos modelos maiores do portfólio, como ID.3 e ID.4, o arranjo sobe para quatro stacks.
Outro ponto divulgado é a refrigeração pela parte superior do pack.
A mudança dialoga com a nova célula unificada, que tem válvulas de alívio na base: em caso de evento térmico, a descarga de gases é direcionada para baixo, longe do habitáculo, elevando a segurança.
Como os contatos elétricos ficam nas laterais das células, as trilhas de energia são integradas às longarinas do chassi da bateria.
Inversor de silício-carbeto
O inversor de SiC chega ao segmento de entrada do grupo com foco em eficiência energética.
A arquitetura integra quatro blocos desenvolvidos internamente: chips de SiC em módulos de potência, capacitor de barramento DC (DC-link), filtro de corrente alternada e placa de circuito impresso.
A integração compacta reduz perdas na conversão, favorece a autonomia e simplifica o gerenciamento térmico.
Em paralelo, a VW destaca que o APP290 usa camisa d’água simples, enquanto o APP550 mantém o conjunto água-óleo.
Cadeia de fornecimento
A célula unificada foi pensada para ser fabricada pela PowerCo e também por parceiros especialistas.
O plano industrial prevê que metade do volume venha das fábricas do grupo e a outra metade de fornecedores asiáticos.
Entre os nomes citados estão Samsung SDI, SK On, Gotion, CATL e LG Energy Solution, sempre mantendo formato prismático e interface padronizada.
A padronização facilita a troca de química — LFP, NMC e futuras variantes — sem reengenharia profunda de veículos e packs.
NMC x LFP: qual escolher
Para quem precisa de alcance maior, a NMC de 56 kWh entrega mais densidade energética e autonomia estimada de até 450 km, beneficiando viagens urbanas estendidas e deslocamentos metropolitanos.
Já a LFP de 38 kWh privilegia durabilidade, segurança e custo por kWh inferior, suficiente para rotinas diárias com paradas rápidas em corredores de recarga.
O tempo de carga similar entre as duas versões aproxima a experiência de uso dos compactos elétricos à de carros maiores do grupo, com a vantagem de um pacote mais leve e compacto.
Perspectiva para o mercado brasileiro
A Volkswagen ainda não definiu data de chegada do ID. Polo ao mercado brasileiro.
Contudo, a combinação de MEB+, célula unificada, CTP e inversor SiC indica que os próximos compactos elétricos da marca poderão reunir autonomia competitiva, recarga ágil e soluções de segurança alinhadas ao que está sendo preparado para a Europa.
A padronização de células e packs tende a baratear produção e simplificar logística de componentes, o que pode facilitar futuras estratégias locais de montagem e nacionalização de partes.
A família Electric Urban Car
A ofensiva de compactos elétricos reunirá Volkswagen ID. Polo, Cupra Raval e Skoda Epiq sob a mesma base técnica, com posicionamento de preço voltado ao volume.
De acordo com comunicados corporativos e apresentações na feira, a família estreia na Europa com foco em acessibilidade, tecnologia de baterias e padronização de arquitetura, com promessas de alcances na faixa dos 400–450 km nas versões de maior capacidade.
Como você imagina o uso dessas soluções — célula unificada, CTP e inversor SiC — na realidade de recarga e infraestrutura das cidades brasileiras?
Carro elétrico hoje em dia é a maior roubada. É caro, a bateria dura pouco, quase não tem onde recarregar e se a bateria estragar, de adeus ao carro. Sai mais barato comprar outro.
Então é melhor comprar outro. Ficar refém dessas montadoras sanguessugas, nunca mais.