Um trem histórico parte do coração de São Paulo e percorre a Serra do Mar até uma vila inglesa preservada, unindo arquitetura, cultura e natureza em um dos passeios turísticos mais singulares do estado.
O Expresso Turístico Paranapiacaba parte do centro de São Paulo e percorre 48 quilômetros até a histórica vila de Santo André em carros de aço reformados, tracionados por uma locomotiva ALCO RS-3 de 1952.
A viagem ocorre, em geral, aos fins de semana e feriados, com saída às 8h30 da Estação da Luz e retorno às 16h30, em esquema bate-volta.
Os bilhetes são vendidos exclusivamente on-line e custam a partir de R$ 50 (ida e volta), com opções de desconto progressivo para acompanhantes.
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Como é a viagem no trem histórico
A composição parte de plataformas da Estação da Luz e segue pela Linha 10-Turquesa até Paranapiacaba.
O percurso, de cerca de 1h30, evidencia estações remanescentes do período britânico da ferrovia paulista e dá ao passageiro a oportunidade de observar trechos de Mata Atlântica ao longo do trajeto.
Em algumas saídas, há monitores que compartilham curiosidades e contexto histórico durante a viagem.
Ao desembarcar, o visitante encontra uma vila planejada no século 19, originalmente erguida para abrigar trabalhadores e estruturas de operação da São Paulo Railway (SPR).
O conjunto preserva arquitetura, traçado urbano e referências britânicas, que fazem de Paranapiacaba um laboratório vivo da história ferroviária paulista.
Horários, tarifas e compra de ingressos
Os horários operacionais informados pela CPTM preveem embarque a partir das 8h e partida às 8h30, com retorno da vila às 16h30 e chegada a São Paulo por volta de 18h30.
A venda é feita pela plataforma oficial contratada pela companhia, e os valores praticados atualmente são R$ 50 para um passageiro e tarifas reduzidas quando há acompanhantes na mesma compra.
O site da CPTM também indica política de meia-entrada conforme a legislação federal para públicos específicos.
Além de sair da Luz, o serviço admite, em datas específicas, embarque alternativo na Estação Prefeito Celso Daniel – Santo André, o que facilita o acesso para quem está no ABC.
A capacidade total do trem é de 352 assentos, com espaço para cadeira de rodas e ancoragem, reforçando o caráter acessível da operação.
O que ver na vila inglesa
O visitante pode percorrer pontos emblemáticos como a Torre do Relógio, inspirada nos relógios públicos ingleses, o Museu Castelinho e áreas do pátio ferroviário, que ajudam a compreender o funcionamento do antigo sistema de funicular que vencia a Serra do Mar.
A visita rende boas imagens mesmo em dias de neblina, frequentes na região serrana, e permite observar elementos construtivos e de paisagem que remetem aos séculos 19 e 20.
Para completar a experiência, a própria viagem em equipamento histórico reforça a conexão com a época: a locomotiva dos anos 1950 puxa carros de passageiros de aço inoxidável restaurados, característicos da evolução do transporte sobre trilhos em São Paulo.
Em ritmo mais lento que o dos trens metropolitanos, o passeio favorece a observação do entorno e o reconhecimento de marcos da ferrovia.
Natureza e trilhas no Parque Nascentes
Quem deseja contato com a Mata Atlântica encontra, a poucos minutos do centro da vila, o Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba, uma unidade de conservação de 426 hectares.
O acesso às trilhas é obrigatoriamente acompanhado por monitores ambientais credenciados, segundo a Prefeitura de Santo André.
A orientação oficial é procurar o Centro de Visitantes para informações e agendamento, respeitando os níveis de dificuldade e as restrições de segurança.
A área faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar e protege nascentes que alimentam o sistema hídrico da região, o que exige regras rígidas de visitação.
Em dias de céu aberto, mirantes revelam trechos da serra e, ocasionalmente, a linha do litoral.
Em condições de alta umidade, a neblina compõe a paisagem típica da vila.
Operação, conforto e serviços
De acordo com a CPTM, o trem do Expresso Turístico conta com assentos marcados e áreas acessíveis.
Em viagens selecionadas, há serviço de bordo pago, além de informações históricas transmitidas ao longo do trajeto, o que amplia a contextualização da experiência para quem não conhece a história ferroviária paulista.
Para viajantes que preferem personalizar o dia, é possível explorar Paranapiacaba a pé e visitar museus, centros culturais e áreas naturais conforme os horários de funcionamento locais.
Em épocas de maior movimento, como festivais e temporadas de inverno, a recomendação é programar a visita com antecedência e conferir a abertura de atrações.
Datas temáticas e edições especiais
Além das saídas regulares, a agenda recente tem incluído viagens temáticas operadas por parceiros com saída da Estação da Luz rumo a Paranapiacaba.
Em outubro de 2025, por exemplo, foram anunciadas edições inspiradas em Star Wars voltadas ao público familiar, com ambientação e personagens, e trens de Halloween em diferentes formatos ao longo da temporada.
A programação e as condições variam conforme o organizador de cada viagem especial.
Como planejar a visita
Para assegurar lugar, a orientação é comprar o bilhete on-line e checar o calendário oficial divulgado pela CPTM.
Vale também acompanhar eventuais ajustes de plataforma na Luz por necessidade operacional e a previsão do tempo na serra, que influencia a sensação térmica e a visibilidade na vila.
Por fim, quem pretende fazer trilhas deve buscar previamente monitores credenciados no Centro de Visitantes e verificar regras de acesso antes de se deslocar.
Pronto para embarcar em uma viagem histórica de 48 quilômetros por trilhos centenários e descobrir, de perto, como uma vila inglesa foi erguida no coração da Serra do Mar?