Desde 2011, Mark Zuckerberg vem mudando a paisagem e a rotina de Crescent Park, em Palo Alto, comprando e reformando imóveis vizinhos. Ao longo de 14 anos, o CEO da Meta adquiriu 11 propriedades, gastando mais de US$ 110 milhões e transformando parte delas em um extenso complexo residencial. Essa expansão milionária, no entanto, não agrada a todos e tem gerado conflitos com vizinhos e questionamentos sobre o impacto dessas mudanças no bairro
Moradores de Crescent Park, em Palo Alto, demonstram insatisfação com as ações de Mark Zuckerberg.
O CEO da Meta, de 41 anos, mudou-se para a região em 2011, comprando uma casa de 510 metros quadrados na Edgewood Drive.
Desde então, gastou mais de US$ 110 milhões para adquirir pelo menos 11 imóveis, segundo o The New York Times.
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Cinco dessas casas foram unificadas e transformadas na residência principal de Zuckerberg, sua esposa Priscilla Chan e suas três filhas.
O espaço inclui casas de hóspedes, jardins, quadra de pickleball, piscina com piso hidropiso e até uma estátua de prata de 2,13 metros de Chan.
Sob o complexo, foram construídos 650 metros quadrados descritos nas licenças como porão, mas chamados por vizinhos de “bunker” ou “batcaverna”.
Estrutura e uso das propriedades
Uma das casas serviu como escola particular para 14 crianças, mesmo com a proibição no código municipal. No último ano, seis adultos, incluindo quatro professores, trabalharam no local.
O Times ouviu nove vizinhos, sete deles sob anonimato, que relataram problemas como obras contínuas por oito anos, entradas bloqueadas, entulho e até danos a veículos.
Os moradores também apontam aumento na vigilância, com câmeras e guardas em carros.
Michael Kieschnick, vizinho cuja casa é cercada por três lados por terrenos de Zuckerberg, afirmou: “Nenhum bairro quer ser ocupado, mas foi exatamente isso que fizeram. Eles ocuparam o nosso bairro”.
Conflitos com a cidade e vizinhança
Kieschnick disse que, em 2016, seu próprio pedido para construir um complexo foi negado, mas Zuckerberg conseguiu aprovar 56 licenças ao longo dos anos.
Outra reclamação envolve placas de zona de reboque colocadas pela polícia por cinco horas, supostamente para um churrasco no quintal do bilionário.
Para ele, a situação reflete um padrão: “Bilionários em todos os lugares estão acostumados a fazer suas próprias regras — Zuckerberg e Chan não são únicos, exceto pelo fato de serem nossos vizinhos. Mas é um mistério por que a cidade tem sido tão irresponsável”.
Kieschnick ainda revelou ter recebido uma proposta para vender sua casa, onde mora há mais de 30 anos, mas recusou.
Resposta do casal Zuckerberg
Em nota à PEOPLE, um representante de Zuckerberg afirmou que a família vive em Palo Alto há mais de uma década e valoriza a comunidade local.
Segundo ele, medidas foram tomadas para evitar transtornos, como lembrar equipes e prestadores de minimizar ruídos e incentivar o uso de caronas ou táxis.
Ainda conforme o porta-voz, as obras às vezes ocupam vagas na rua, mas eventos seguem a legislação. Como ajustes, seguranças passaram a usar veículos elétricos silenciosos.
Em momentos de maior incômodo, vizinhos receberam presentes como espumante, chocolates, donuts Krispy Kreme e fones de ouvido com cancelamento de ruído.
Equilíbrio delicado no bairro
A pesar das tentativas de aproximação, o clima permanece tenso. As compras sucessivas, a transformação de imóveis e as alterações na rotina da vizinhança continuam gerando desconforto.
Para parte dos moradores, a convivência com um dos homens mais ricos do mundo trouxe mais complicações do que benefícios.
Zuckerberg, por outro lado, mantém sua estratégia de consolidar propriedades e preservar privacidade. E, mesmo diante das críticas, segue investindo em sua residência e no controle do espaço ao redor.