Maduro confirma adesão à iniciativa de Xi Jinping que promete redefinir a ordem internacional com base na soberania dos Estados e no multilateralismo real
A Venezuela oficializou nesta segunda-feira, 1º de julho de 2025, sua adesão à Iniciativa de Governança Global. A proposta foi apresentada pela China, no âmbito da Organização para Cooperação de Xangai (OCX).
A confirmação foi feita pelo presidente Nicolás Maduro. Ele falou em coletiva de imprensa transmitida pela Telesur, com base em comunicado da Presidência da República Bolivariana.
Segundo Maduro, a assinatura do documento representa compromisso com um novo modelo de governança internacional. Além disso, esse modelo se apoia no respeito mútuo, soberania e cooperação multilateral.
-
China exibe drones furtivos e mísseis hipersônicos em desfile com 10 mil soldados e tecnologia de ponta
-
SIATT e Edge avançam em projeto de mísseis e inauguram nova unidade tecnológica no Brasil
-
EUA iniciam operação no Caribe: em 2 de setembro, Trump e secretário Marco Rubio anunciam “ataque letal” a barco que partiu da Venezuela
-
China, Rússia e Índia avançam com a OCX e pressionam o Brasil a escolher seu lado na nova geopolítica
“Assinarei o documento oficial de adesão à nova governança global que dezenas de países ao redor do mundo estão assinando”, declarou Maduro diante da imprensa internacional.
A proposta chinesa, conduzida por Xi Jinping, busca criar uma nova ordem mundial. Portanto, o objetivo central é promover equilíbrio, paz, desenvolvimento e harmonia entre os Estados.
Alinhamento político projeta Caracas em cenário multipolar
De acordo com o governo venezuelano, a decisão reflete alinhamento diplomático com os princípios da OCX e da China. Além disso, reforça a posição de Caracas em uma agenda multipolar emergente.
A Venezuela destacou apoio aos principais pontos da proposta:
- Igualdade soberana entre as nações
- Respeito incondicional ao direito internacional
- Combate a ameaças e imposições unilaterais
- Promoção de uma governança global inclusiva
- Foco genuíno no bem-estar dos povos
Segundo o comunicado oficial, a adesão confirma o compromisso com um multilateralismo autêntico. Ao mesmo tempo, rejeita sanções coercitivas e intervenções externas que limitam a soberania nacional.
Maduro reforçou que a proposta é alternativa legítima frente às estruturas hegemônicas. Nesse sentido, ele ressaltou que essas estruturas enfraquecem o diálogo e produzem dependência entre as nações.
América Latina como zona de paz é prioridade estratégica
O governo de Caracas também afirmou que a iniciativa chinesa fortalece a visão da América Latina e do Caribe como Zona de Paz.
Esse posicionamento busca consolidar a região como espaço livre de conflitos militares, sanções arbitrárias e ingerência externa. Portanto, ele reafirma compromissos firmados em cúpulas regionais anteriores.
Nos últimos anos, a Venezuela foi alvo de sanções unilaterais impostas por países ocidentais, especialmente pelos Estados Unidos.
Por isso, a proposta de Xi Jinping surge como contraponto direto às práticas que violam o princípio da não intervenção e da soberania nacional.
“A Venezuela reafirma seu apoio aos princípios que inspiram esta proposta, como a igualdade soberana dos Estados e o foco no bem-estar do povo”, afirmou o comunicado oficial.
Proximidade com Pequim impulsiona nova diplomacia venezuelana
A adesão venezuelana também marca um avanço estratégico nas relações bilaterais com a China. Além disso, fortalece parcerias comerciais, tecnológicas e energéticas firmadas ao longo da última década.
Segundo analistas políticos, o gesto amplia ainda mais os laços diplomáticos entre a China e seus aliados latino-americanos. Ao mesmo tempo, projeta a Venezuela como voz ativa nos fóruns de governança internacional.
Especialistas em geopolítica destacam que o distanciamento de estruturas dominadas pelo Ocidente abre espaço para maior influência venezuelana em eixos alternativos. Nesse sentido, Caracas fortalece alianças no eixo sul-sul.
Maduro reforçou que uma nova ordem mundial exige o fim das imposições unilaterais. Além disso, deve respeitar a diversidade cultural, política e econômica dos blocos emergentes.
O que esperar do novo papel da Venezuela no mundo?
Com a adesão registrada em 1º de julho de 2025, o país se junta a um grupo que busca reformar o sistema internacional. O foco está em soberania e cooperação.
Esse passo marca um reposicionamento estratégico significativo. Portanto, o governo pretende usar esse espaço para defender interesses regionais, sociais e ambientais.
A gestão Maduro aposta que a medida facilitará negociações comerciais e atrairá investimentos estratégicos. Além disso, ampliará a presença venezuelana em debates sobre governança digital, energética e climática.
Contudo, analistas alertam que o sucesso dependerá de ações práticas, transparência e compromisso real com os princípios defendidos pela iniciativa.
A pergunta que fica é: a adesão à proposta da China será suficiente para devolver à Venezuela influência internacional e estabilidade regional?