Hatch compacto volta abaixo de R$ 100 mil com isenção de impostos, reúne equipamentos incomuns em versões de entrada e surpreende pelo consumo próximo de 20 km/l em estrada.
O Chevrolet Onix 1.0 MT virou o ponto de entrada da linha 2026 e o único integrante sem turbo e com câmbio manual de seis marchas.
A estratégia recolocou o hatch abaixo da barreira dos seis dígitos: R$ 99.990, valor viabilizado pela isenção de IPI no âmbito do Programa Carro Sustentável, política que permitiu um reposicionamento de preços nas versões iniciais.
Preço e valorização
Na prática, o Onix voltou a ter uma etiqueta competitiva entre os compactos, porém longe do patamar de lançamento da atual geração.
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Em 2019, a configuração 1.0 manual partia de R$ 48.490.
Hoje, com R$ 99.990, a alta nominal é de cerca de 106%.
Mesmo considerando a inflação do período, a correção de preços foi bem mais intensa do que os índices de custo de vida.
Único aspirado da linha 2026
A versão 1.0 MT segue com o conhecido três-cilindros aspirado flex de até 82 cv e 10,6 kgfm, ligado ao manual de seis marchas.
É a única combinação sem sobrealimentação na gama 2026.
Acima dela, todas migram para o 1.0 turbo.
O conjunto prioriza consumo e manutenção simples, ficando distante do desempenho dos irmãos turbinados.
Consumo de combustível
Nos testes de imprensa com gasolina e ar-condicionado ligado, o Onix 1.0 MT registrou 13,9 km/l na cidade e 19,7 km/l em rodovia.
Com tanque de 44 litros, a autonomia medida nessas condições chega a 661 km no uso urbano e 866 km em pista.
São números que ajudam a explicar por que a marca sustenta a imagem de hatch econômico na família Onix.
Equipamentos de série
Embora simples na proposta, o 1.0 MT reúne itens que costumavam aparecer só em versões intermediárias.
Traz seis airbags, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e acendimento automático dos faróis por sensor crepuscular.
Também há chave presencial com partida por botão, MyLink com tela de 8″ e integração sem fio a Android Auto e Apple CarPlay.
Vidros elétricos nas quatro portas e retrovisores com ajustes elétricos completam o pacote.
Visual e rodas
À primeira vista, as rodas parecem de liga leve, mas o conjunto é de aço aro 15 com calotas esportivas.
É uma solução de custo que mantém o visual atualizado após o leve facelift, preservando o foco em eficiência e preço.
Interior do Onix 1.0 MT
O interior do Onix 1.0 MT privilegia ergonomia básica e operação fácil.
Os comandos de vidros e retrovisores são iluminados, o que ajuda à noite, e a central multimídia emparelha rapidamente o celular.
Ainda assim, o acabamento usa plásticos rígidos e não há mimos no banco traseiro, como saídas de ar ou portas USB dedicadas às fileiras de trás, algo esperado nessa faixa de entrada.
Em avaliações recentes, chamou atenção a ausência de tecidos nas portas e o banco dianteiro inteiriço, que limita regulagens de encosto de cabeça.
Desempenho nas pistas
Quando o assunto é aceleração, o 1.0 aspirado não tem missão simples.
Em medição de pista, o Onix manual precisou de 14,3 s para ir de 0 a 100 km/h.
O escalonamento do câmbio é curto e os engates são leves, o que ajuda na condução urbana e reduz o giro em cruzeiro graças à sexta marcha, mas não transforma o carro em referência de fôlego.
O acerto privilegia uma rodagem econômica e previsível, condizente com a proposta do conjunto.
Dimensões e capacidades
O hatch mede 4,16 m de comprimento, 1,73 m de largura e 1,47 m de altura, com entre-eixos de 2,55 m.
O porta-malas de 303 litros acomoda bem a bagagem do dia a dia, e o tanque de 44 litros conversa com a boa eficiência para viagens longas.
As rodas usam pneus 185/65 R15, e a suspensão combina McPherson na dianteira com eixo de torção atrás, uma receita consagrada na categoria.
Custo/benefício
Em um mercado que empurra SUVs automáticos e motores turbo para faixas de preço cada vez mais altas, o Onix 1.0 MT ocupa um nicho pragmático.
É econômico, vem com um pacote de segurança completo para a base e entrega conectividade atual, ainda que sem o painel de 11″ reservado aos catálogos superiores.
Para quem roda muito e busca previsibilidade de custos, o apelo está justamente na simplicidade mecânica aliada ao consumo baixo.
Por que não custa menos?
A diferença entre o preço de 2019 e o atual não se explica por um único fator.
A cadeia automotiva ainda sente efeitos de insumos mais caros, oscilações cambiais, exigências ambientais e de segurança, além da crise global de semicondutores que reprecificou projetos inteiros.
O resultado é um hatch de entrada a R$ 99.990, mas com conteúdo e segurança que, alguns anos atrás, estavam em patamares acima.
Dado o cenário e a proposta, o Onix 1.0 MT cumpre o que promete: simplicidade, eficiência e um pacote coerente para quem prioriza gasto por quilômetro rodado.
Na sua opinião, esse equilíbrio entre equipamento, consumo e desempenho faz sentido por R$ 99.990?