Brasileiros com experiência militar se juntam às tropas ucranianas e enfrentam riscos em troca de salários que podem chegar a R$ 26 mil mensais
Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, ao menos 12 brasileiros perderam a vida no conflito. A guerra já dura mais de três anos e ultrapassa a marca de um milhão de mortos, entre civis e militares dos dois lados.
O presidente russo Vladimir Putin anunciou, na época, o início de uma “operação militar especial”. Desde então, a Ucrânia passou a contar com ajuda de combatentes estrangeiros, vindos de diversas partes do mundo.
Entre eles, estão brasileiros com experiências militares anteriores, alguns inclusive com passagem pela Legião Estrangeira Francesa.
-
Adeus, carimbo! Brasileiros encaram nova triagem com biometria para entrar na Europa a partir deste mês
-
Risco geológico em Santa Catarina: estudos do SGB identificam áreas vulneráveis, deslizamentos costeiros, inundações urbanas, prevenção de desastres e planejamento territorial seguro
-
Levantamentos aerogeofísicos no Brasil começam com mapeamento mineral estratégico, prospecção geológica de alta precisão e calibração aérea
-
Brasil aposta alto na Índia e transforma o tarifaço em oportunidade bilionária para exportações e novos acordos comerciais
Cerca de 300 brasileiros, entre 20 e 50 anos, lutam atualmente a guerra na Ucrânia ao lado das forças ucranianas. Muitos afirmam que foram motivados por um sentimento de justiça, como explicou o paulista Alex, que atua como instrutor de tiro dos militares.
“Muitos eram militares no Brasil ou até fora do Brasil, como tem alguns que faziam parte da Legião Francesa. E o que me motivou foi ver a injustiça tá sendo realizada aqui dentro da Ucrânia pelos soldados russos pelos soldados do Putin”, afirmou Alex.
Além da motivação pessoal, o pagamento atrai. O salário para estrangeiros na guerra varia conforme a função e o risco envolvido. Segundo relatos, combatentes na linha de frente podem receber até US$ 4.500 mensais, cerca de R$ 26 mil.
Já funções administrativas ou fora da zona de combate rendem valores menores, a partir de US$ 500. Em cidades mais afastadas da guerra, como Kiev ou Lviv, os riscos são menores e os ganhos também.
“O salário aqui é variável, por exemplo, ele vai de 500 dólares a 4.500 dólares, ou seja, se você tiver fazendo um trabalho de escritório numa cidade como Kiev, numa cidade como Lviv, que é totalmente longe da linha de combate, o salário é muito mais baixo porque você não corre nenhum risco de vida”, explicou Alex.
Entre os brasileiros mortos no conflito, o caso mais recente é o de Rafael Oliveira, de 22 anos. Ele se alistou de forma voluntária em setembro de 2024 e perdeu a vida em janeiro deste ano. Antes dele, outro brasileiro, um jovem do Pará de somente 19 anos, pereceu em combate no mês de dezembro.
O uso de combatentes estrangeiros não ocorre somente no lado ucraniano. No início de abril, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou que soldados chineses foram capturados lutando ao lado da Rússia. A China negou qualquer envolvimento militar no conflito.
Com informações de Band.UOL.