Nova geração do SUV compacto foi flagrada em testes no Brasil, trazendo plataforma do Nissan Kicks, opção híbrida de até 140 cv e pacote eletrônico avançado, mas sem confirmação oficial de lançamento pela Renault.
Versões da nova geração do Duster foram flagradas em circulação no país e reacenderam a expectativa de estreia no mercado nacional.
O modelo que roda na Europa desde o fim de 2023 migrou para a plataforma CMF-B — a mesma base do Nissan Kicks —, recebeu pacote eletrônico amplo e oferece um conjunto que inclui motorização híbrida de até 140 cv. A Renault, porém, não confirmou lançamento ou prazos para o Brasil.
Flagrantes no Brasil e o que eles indicam
Registros recentes mostram unidades em testes por aqui, sinalizando que a marca avalia cenários para o SUV compacto.
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A presença dos carros não equivale a anúncio oficial, mas aponta movimentação para validar componentes, calibrações e eventuais adaptações a combustível e vias locais.
Até o momento, a fabricante mantém silêncio sobre cronograma, versões e produção.
De onde parte o Duster vendido hoje
No Brasil, o Duster permanece na mesma geração introduzida no início dos anos 2010. Em 2020, passou por reestilização profunda, ganhou reforços estruturais e evoluiu em conforto e equipamentos, o que prolongou seu ciclo.
Na base, contudo, segue construído sobre a arquitetura A0, concebida no começo dos anos 2000.
O que muda na nova geração europeia
A mudança mais importante está na adoção da plataforma CMF-B, que dá origem a projetos mais recentes da aliança Renault-Nissan.
Além de permitir eletrificação e novos recursos de assistência, a base viabiliza um desenho mais atual, com superfícies retas, volumes definidos e linhas que reforçam a proposta de robustez.
Embora o visual tenha avançado, as dimensões preservam a vocação de aproveitamento interno.
O comprimento caiu levemente para cerca de 4,35 m (o nacional atual tem 4,38 m) e o entre-eixos ficou próximo de 2,66 m (2,67 m no modelo brasileiro).
O porta-malas permanece generoso, com por volta de 472 litros na nova geração, contra 475 litros do carro vendido aqui.
Arquitetura e suspensão
A engenharia evoluiu em soluções de rodagem. As versões 4×4 contam com suspensão traseira multilink, recurso que tende a elevar conforto e controle de carroceria em pisos irregulares.
Já as configurações de tração dianteira mantêm foco em custo-benefício e robustez. A calibração final para o Brasil, caso o veículo seja lançado, não foi detalhada.
Motores: do 1.0 turbo ao híbrido de 140 cv
A gama de propulsores na Europa contempla três caminhos. Na base, há um 1.0 turbo de cerca de 100 cv, com opção para uso com LPG (GNV/GLP) de fábrica.
No meio, surge um 1.2 turbo associado a sistema híbrido-leve de 48 V, com potência na casa de 130 cv.
No topo, aparece o conjunto híbrido pleno 1.6, que entrega pouco mais de 140 cv e opera com câmbio automático.
As demais versões utilizam transmissão manual de seis marchas, inclusive quando equipadas com tração integral. Para o Brasil, não há confirmação de quais motores seriam adotados.
A presença de protótipos em testes indica avaliação de alternativas — de eficiência a desempenho —, mas não define, por si só, a estratégia comercial.
Interior e conectividade
A cabine também passou por reorganização. O novo Duster traz painel de instrumentos digital, integração ampliada e tela multimídia de 10”, além de opções como sistema de som Arkamys 3D e rodas de 18”.
Algumas versões oferecem revestimentos de fácil limpeza, voltados ao uso mais intenso em trilhas ou regiões com poeira e lama.
O conjunto busca entregar acabamento mais moderno do que o ofertado atualmente no Brasil, sem abandonar a proposta de espaço e praticidade que consolidou o modelo.
Pacote de assistentes à condução
No campo da segurança ativa, o SUV europeu incorpora alerta de colisão com frenagem autônoma de emergência, leitor de placas, alerta e assistência de permanência em faixa e monitor de ponto cego.
O controle de cruzeiro adaptativo (ACC) não aparece entre os recursos anunciados para as versões exibidas.
Em caso de produção ou venda no país, a lista local dependerá das exigências regulatórias e do posicionamento de preço.
Como a novidade se encaixa na estratégia local
Trazer o novo Duster ao Brasil exigiria decisões industriais e comerciais. A marca tem, recentemente, priorizado projetos desenvolvidos com identidade própria para a região.
O Kardian nasceu de um redesenho profundo do Stepway para atender preferências locais, e o Boreal adapta o conceito do Bigster a uma abordagem mais alinhada ao portfólio brasileiro.
À luz desses movimentos, a presença do Duster de nova geração em testes pode cumprir papéis distintos: validar o próprio SUV ou servir de base para soluções técnicas que integrem futuros modelos nacionais.
Enquanto isso, o segmento de SUVs compactos segue competitivo e estratégico.
A eventual adoção da plataforma CMF-B facilitaria a padronização de componentes com outros produtos da aliança, como o Kicks, com possíveis ganhos de escala e manutenção.
A eletrificação — seja leve, seja plena — também dialoga com metas de eficiência e legislação de emissões, pontos que pesam nos próximos passos das montadoras no país.
O que falta a Renault dizer
A fabricante não divulgou cronograma, local de produção, configurações nem faixa de preços para o mercado brasileiro.
Também não há confirmação de quais motores e pacotes de segurança seriam priorizados. Até lá, os testes observados indicam apenas que a marca estuda seu posicionamento num dos nichos mais concorridos do país.
Diante de um cenário de avaliação e sem anúncio oficial, qual caminho faria mais sentido para a Renault no Brasil: lançar o Duster híbrido de nova geração ou usar a base CMF-B para um projeto local com perfil mais “abrasileirado”?