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Usina Haru Oni inicia a produção de gasolina sintética sem petróleo em Magalhães, no extremo sul do Chile

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 23/12/2022 às 10:00
Atualizado em 02/02/2023 às 19:19
A gasolina sintética sem petróleo é a nova aposta para o futuro do mercado de combustíveis global, visando suprir a alta demanda do produto. A usina de produção do recurso, chamada de Haru Oni, já iniciou as operações e funciona a todo vapor.
Foto: HIF Globa/AFP

A gasolina sintética sem petróleo é a nova aposta para o futuro do mercado de combustíveis global, visando suprir a alta demanda do produto. A usina de produção do recurso, chamada de Haru Oni, já iniciou as operações e funciona a todo vapor.

A busca por alternativas aos combustíveis com petróleo continua sendo um dos principais objetivos do setor energético global. Nos últimos anos, um projeto de gasolina sintética sem petróleo começou a tomar forma, mas não havia sido viabilizado, até o momento. Na última terça-feira, (20/12), foi iniciada a produção do combustível sintético no extremo sul do Chile, em Magalhães, na usina batizada de Haru Oni. Agora, o mercado global assiste a uma alternativa às altas demandas de gasolina nos próximos anos.

Projeto da gasolina sintética sem petróleo foi finalizado e produção do recurso já está acontecendo na usina chilena Haru Oni

Há alguns anos, um projeto de uma possível gasolina sintética sem a utilização de petróleo havia começado a se formar, mas estava apenas em fases experimentais, sem muitas previsões para o início da produção em massa.

No entanto, o ano de 2022 trouxe grandes avanços para o projeto e, nesta semana, a usina Haru Oni, localizada no extremo sul do Chile, deu início à produção do recurso, que promete ser o futuro do mercado energético.

A planta combina energia elétrica, água e CO2 para gerar e-Metanol e, por fim, gasolina neutra em carbono a partir da eletricidade.

Dessa forma, os combustíveis gerados na usina Haru Oni estão sendo chamados pelo mercado internacional de eletro combustíveis ou combustíveis elétricos (e-Fuels).

Para a sintetização da gasolina sem petróleo, a base utilizada é o hidrogênio, produzido em um eletrolisador com a energia elétrica das turbinas eólicas. Essas tecnologias foram fornecidas à usina Haru Oni pela companhia Siemens.

Ela é uma das participantes do projeto. Para a viabilização da produção da gasolina sintética, as companhias Siemens Energy, Porsche, HIF Global, e outras do setor energético se uniram em um consórcio.

A empresa automobilística Porsche já havia anunciado a sua iniciativa de utilização futura de combustíveis sintéticos, e agora faz parte da produção da gasolina sem petróleo.

Usina Haru Oni deve atingir 130 mil litros de produção do combustível sintético sem petróleo durante a fase piloto, ao longo de 2023

Segundo as companhias do consórcio da Haru Oni, a planta deve chegar a uma produção de 130 mil litros de combustível sintético por ano ainda em 2023, durante o período de fase piloto do projeto.

Passado esse primeiro ano, as empresas esperam que a produção continue crescendo, de forma exponencial, até chegar à marca de 55 milhões de litros por ano na metade da década, um grande resultado para os primeiros anos de funcionamento.

Dois anos após isso, por volta do ano de 2027, as expectativas para a capacidade produtiva de gasolina sintética estão bastante altas. As empresas projetam cerca de 550 milhões de litros por ano na planta Haru Oni.

A título de comparação, de acordo com a projeção de demanda do combustível no Brasil da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil irá necessitar de 38,1 bilhões de litros somente em 2023.

Dessa forma, a nova iniciativa de combustível sintético sem petróleo poderia ser uma alternativa viável para suprir parte dessa demanda.

Embora ainda esteja na fase inicial, a usina Haru Oni pode contribuir fortemente para minimizar os impactos do crescimento da demanda por gasolina ao longo da próxima década.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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