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Unesco alerta: uso excessivo de água ameaça patrimônio milenar, fazendo o solo do Irã afundar 25 cm por ano

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 15/10/2025 às 10:48
O Irã sofre afundamento do solo de até 25 cm por ano, colocando em risco sítios históricos como Persépolis. Especialistas da Unesco reforçam a urgência de manejo sustentável das águas subterrâneas.
O Irã sofre afundamento do solo de até 25 cm por ano, colocando em risco sítios históricos como Persépolis. Especialistas da Unesco reforçam a urgência de manejo sustentável das águas subterrâneas. Imagem: Globo Repórter
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O Irã sofre afundamento do solo de até 25 cm por ano, colocando em risco sítios históricos como Persépolis. Especialistas da Unesco reforçam a urgência de manejo sustentável das águas subterrâneas.

O Irã, conhecido por sua herança milenar e civilizações que remontam a 2800 a.C., enfrenta um problema ambiental crescente: o afundamento acelerado do solo. Algumas regiões apresentam subsidência de até 25 centímetros por ano, comprometendo estruturas arqueológicas valiosas, incluindo as ruínas de Persépolis.

Segundo a Revista Fórum, especialistas da Unesco alertam que, se não forem adotadas medidas imediatas, o patrimônio histórico corre risco de danos irreversíveis.

Pesquisas recentes mostram que a planície de Marvdasht, local que concentra sítios arqueológicos importantes, registra rachaduras visíveis no solo e afundamento entre 20 e 30 centímetros anuais.

Técnicas de sensoriamento remoto permitem monitorar o aquífero da província de Fars, que fornece água para a região, demonstrando a relação direta entre a retirada intensiva de água e o desgaste do solo.

Afundamento do solo: Extração intensa de águas subterrâneas

O uso excessivo das reservas hídricas subterrâneas é apontado como a principal causa do problema.

Historicamente, o Irã utilizava qanats, túneis que conduziam água das montanhas até vilas e plantações de forma natural e sustentável.

Desde a década de 1960, o emprego de bombas motorizadas substituiu esses sistemas, permitindo retirada quase ilimitada de água, sobrecarregando os aquíferos e acelerando a subsidência do solo.

O Centro Internacional de Avaliação de Recursos Aquíferos (IGRAC) indica que cerca de 90% da água do país é destinada à agricultura.

Embora o uso intensivo contribua para a produtividade, ele compromete a recarga natural dos aquíferos, provocando erosão, desertificação e fragilidade do solo, com impactos diretos sobre sítios históricos e comunidades locais.

Consequências ambientais e culturais

O impacto do afundamento vai além da agricultura, afetando diretamente o patrimônio cultural.

Persépolis e outras construções antigas estão ameaçadas devido à compactação do solo e à erosão causada por práticas de irrigação inadequadas, como canais superficiais abertos, que desperdiçam grande parte da água.

O fenômeno aumenta o risco de danos estruturais graves às ruínas milenares.

Amir Karamzadeh, diretor do Centro de Herança Cultural de Isfahan, destaca que “é essencial adotar uma abordagem nacional para preservar tanto o patrimônio histórico quanto a sustentabilidade ambiental do país”.

O alerta reforça a necessidade de políticas públicas integradas que unam proteção histórica e conservação ambiental.

Políticas de manejo e ações da Unesco

Para enfrentar o problema, autoridades iranianas e o Ministério do Patrimônio Cultural estudam estratégias de manejo sustentável das águas subterrâneas.

A Unesco, por meio de seu Programa Internacional de Hidrologia e Gestão de Aquíferos, fornece orientação técnica, buscando soluções que preservem tanto os recursos hídricos quanto os sítios arqueológicos.

Pesquisadores alertam que, sem mudanças imediatas, a retirada excessiva de água continuará acelerando o afundamento do solo, colocando em risco séculos de história e a estabilidade ambiental do país.

Estratégias incluem regulação da irrigação, fiscalização de poços e conscientização sobre práticas agrícolas sustentáveis.

A situação do Irã evidencia como a exploração descontrolada de recursos naturais pode ameaçar não apenas o meio ambiente, mas também o patrimônio cultural.

Sem intervenções efetivas, monumentos históricos, solos férteis e aquíferos vitais podem ser comprometidos, transformando um legado milenar em uma memória cada vez mais vulnerável.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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