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Uma viagem ‘insana’ até o centro da Terra: 6.370 km de rocha, magma e calor igual ao Sol

Publicado em 27/10/2025 às 18:24
Uma jornada científica ao centro da Terra revela o núcleo em chamas, o magma em movimento, o calor extremo e a profundidade que sustenta a vida.
Uma jornada científica ao centro da Terra revela o núcleo em chamas, o magma em movimento, o calor extremo e a profundidade que sustenta a vida.
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Uma viagem ‘insana’ até o centro da Terra: 6.370 km de rocha, magma e calor igual ao Sol

O centro da Terra é o limite extremo da curiosidade humana: um ponto a 6.370 quilômetros de profundidade, sob pressão um milhão de vezes maior que a da superfície e calor comparável ao do Sol, onde ferro e níquel formam uma esfera sólida que mantém o campo magnético do planeta e a vida possível na superfície.

Explorar o interior do planeta é um exercício de imaginação científica e de dados precisos. O centro da Terra está além do alcance humano e tecnológico atual, mas seus segredos vêm sendo revelados por sismógrafos, simulações de laboratório e modelos geofísicos. Essa viagem hipotética até o âmago do planeta permite compreender o que sustenta continentes, oceanos e o escudo invisível que protege a biosfera da radiação cósmica.

A primeira parada: a crosta terrestre

A jornada começa na crosta, uma camada fina que corresponde à “casca” do planeta. Sua espessura varia de 5 quilômetros nos oceanos a 70 quilômetros sob as montanhas.

É nela que estão todos os minerais, rochas e metais utilizados pela humanidade, com idade média de 2 bilhões de anos.

A crosta é dividida em duas partes principais: a oceânica, formada por rochas basálticas mais densas e jovens, e a continental, composta por granitos e minerais ricos em silício, alumínio e oxigênio.

É também nessa faixa que ocorrem as atividades humanas, as florestas e as raízes mais profundas das árvores, algumas alcançando 120 metros no solo africano.

A transição para o manto e o calor crescente

Logo abaixo da crosta está o manto, a camada mais espessa da Terra, com quase 3 mil quilômetros de profundidade.

Apesar de ser sólido, o manto flui lentamente, como uma massa viscosa, responsável pelo movimento das placas tectônicas e pela formação dos vulcões.

É nessa região que o calor radioativo de elementos como urânio, tório e potássio mantém a Terra geologicamente viva. A temperatura pode ultrapassar os 2.000 °C, e bolsões de magma ascendem, criando novas crostas oceânicas nas dorsais submarinas.

A partir de 700 quilômetros, os terremotos já não alcançam a superfície, e o ambiente se torna denso o suficiente para fundir minerais e gerar diamantes.

O núcleo externo: o mar de metal líquido

Ao atingir cerca de 2.900 quilômetros de profundidade, a rocha cede lugar a uma mistura de ferro e níquel em estado líquido, compondo o núcleo externo.

Essa camada é responsável por gerar o campo magnético da Terra, graças às correntes de convecção do metal fundido.

Sem esse campo, a radiação solar destruiria a atmosfera e inviabilizaria a vida como conhecemos. O núcleo externo também é palco de eventos raros, como a inversão dos polos magnéticos um fenômeno que ocorre em intervalos de centenas de milhares de anos e que inverte o norte e o sul geográficos.

O núcleo interno: o coração sólido do planeta

A cerca de 6.370 quilômetros, chega-se ao centro da Terra, uma esfera sólida de aproximadamente 1.200 quilômetros de raio, composta por 80% de ferro e 20% de níquel. A temperatura atinge 6.000 °C, praticamente igual à da superfície do Sol.

Apesar disso, o núcleo permanece sólido por causa da pressão extrema, um milhão de vezes superior à pressão atmosférica.

Estudos recentes indicam que o núcleo interno é relativamente jovem com idade entre 500 milhões e 1 bilhão de anos e pode ser formado por cristais de ferro gigantes, que se fundem gradualmente a partir das bordas.

Esse “núcleo de cristal” é a base magnética e térmica do planeta, sustentando sua rotação e estabilidade gravitacional.

Um destino impossível, mas essencial para a vida

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Nenhum ser humano chegou sequer perto dessas profundezas: a perfuração mais profunda da história, o poço de Kola, na Rússia, atingiu apenas 12,3 quilômetros.

Mesmo assim, compreender o interior do planeta é essencial para prever terremotos, mapear recursos minerais e entender como a Terra mantém seu equilíbrio térmico e magnético.

Se fosse possível construir um túnel direto até o núcleo, a viagem levaria cerca de 18 minutos de queda livre.

Mas, enquanto isso não se torna realidade, a exploração científica continua sendo nossa única forma de chegar ao centro da Terra sem derreter no caminho.

Você toparia embarcar em uma jornada até o núcleo do planeta se a tecnologia tornasse isso possível, mesmo com o risco extremo de calor e pressão?

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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