No interior do estado de Utah, um antigo centro minerador virou ruína após décadas de atividade intensa. A cidade fantasma de Dragon guarda uma história marcada por fogo, perdas humanas e o colapso da economia local.
Em uma área remota e quase inabitada, uma imensa fenda escura começa a se abrir no solo, cortando o silêncio de uma antiga cidade fantasma esquecida pelo tempo.
Entre ruínas desmoronadas e um deserto silencioso, o cenário chama atenção não apenas pela paisagem desolada, mas também pelas cicatrizes deixadas por décadas de mineração intensa e tragédias esquecidas.
No extremo leste do Condado de Uintah, no estado americano de Utah, quase na divisa com o Colorado, fica o que sobrou da cidade de Dragon.
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A localidade nasceu da mineração de gilsonita, um recurso valioso na época, extraído a partir de 1888 na chamada Mina Black Dragon.
A chegada da ferrovia em 1904 impulsionou o crescimento da cidade, que se tornou terminal da Ferrovia Uintah e centro de transporte regional.
Explosões, mortes e decadência
O início do fim veio logo em 1908. Uma explosão em um veio de gilsonita deu início a um incêndio subterrâneo que, segundo registros, permaneceu ativo por anos.
No mesmo ano, um acidente fatal tirou a vida de dois trabalhadores.
Já em 1911, novas jazidas foram descobertas mais ao norte, o que reduziu ainda mais a relevância da mina original.
A construção da ferrovia prosseguiu, e Dragon perdeu sua função como estação terminal.
Desocupação completa em poucas décadas
Em 1920, a cidade tinha 487 moradores. Menos de vinte anos depois, em 1939, restavam apenas 72, a maioria ligada à ferrovia.
No ano seguinte, com o encerramento da Ferrovia Uintah e o avanço da Segunda Guerra Mundial, apenas 10 pessoas ainda viviam na cidade.
Pouco tempo depois, Dragon foi completamente abandonada e se tornou uma cidade fantasma, como tantas outras que tiveram o mesmo destino em regiões mineradoras dos Estados Unidos.
As marcas que ainda estão no solo
Hoje, o que resta de Dragon são ruínas, uma enorme fenda escura e sinais solitários de quem viveu ali.
A rachadura no solo é o traço visível da antiga mineração.
Em 2000, a Sociedade Histórica do Condado de Uintah colocou uma placa no local das ruínas. No antigo cemitério, quase tudo desapareceu.
Três túmulos seguem identificados. Um deles é o de Juan B. Trujillo, o último sepultado ali. A lápide tem um rosário, lembrança de que alguém ainda se recorda do passado.
A história de Dragon foi recentemente relembrada em vídeo pelo canal Outer Range, que explorou o local e mostrou as marcas do tempo e da mineração que ainda atravessam o solo de Utah.