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Um risco de US$ 50 trilhões: Especialistas revelam como conflito geopolíticos podem afetar o transporte marítimo e prejudicar o comércio global

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 15/10/2024 às 18:14
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Foto: Reprodução

Especialistas alertam para um risco de US$ 50 trilhões no comércio global, caso conflitos extremos afetem o transporte marítimo. Entenda como essa crise pode prejudicar as cadeias de suprimentos em todo o mundo e o impacto no comércio internacional!

Nos últimos anos, o setor de transporte marítimo tem se adaptado a interrupções geopolíticas sérias, que têm sido cada vez mais frequentes. Desde a invasão da Ucrânia até os ataques russos a embarcações, passando pelo bloqueio imposto pelos houthis no Mar Vermelho, a possibilidade de um grande conflito já é considerada em todas as projeções da indústria.

No entanto, faltava uma métrica clara sobre o impacto financeiro que esses conflitos poderiam causar. A empresa de seguros Lloyd’s trouxe uma nova visão ao divulgar um relatório com estimativas surpreendentes.

O impacto econômico de um conflito geopolítico no transporte marítimo

Em sua mais recente série sobre riscos sistêmicos, a Lloyd’s examinou um cenário hipotético de conflito regional que provocaria uma enorme disrupção nas cadeias globais de comércio. Considerando que cerca de 80% das importações e exportações mundiais estão em navios no mar a qualquer momento, a interrupção dessas rotas representa um dos maiores riscos econômicos em potencial.

No cenário considerado, uma superpotência invade uma grande economia, interrompendo padrões de comércio e fornecimento globais. Essa invasão incluiria ataques a alvos militares, além de um bloqueio físico nas rotas comerciais, cyberataques contra infraestruturas críticas e interrupções nos transportes, energia e comunicações.

Em resposta, outra superpotência e seus aliados intervêm, apoiando a economia invadida e iniciando um regime de sanções e confrontos, que fecharia as rotas marítimas mais próximas da zona de conflito.

Esse confronto escalaria para uma ação militar entre as forças opostas, afetando as cadeias globais de fornecimento de matérias-primas, microchips, alimentos e outros produtos. Segundo o relatório da Lloyd’s, “indústrias dependentes de materiais críticos, como semicondutores e minerais raros – nos setores de saúde, tecnologia e automotivo – enfrentariam escassez crônica e atrasos“.

Os efeitos em cascata das interrupções nas rotas marítimas gerariam inflação em diversas economias e até mesmo escassez de alimentos em algumas regiões.

Perdas econômicas não somente para o setor de transporte marítmo

As estimativas da Lloyd’s sobre as perdas econômicas decorrentes desse tipo de conflito são impressionantes. O impacto global em um período de cinco anos poderia variar de 8 a 50 trilhões de dólares, representando uma perda de até 7% do PIB mundial.

O cenário mais provável projetado pela seguradora aponta para um prejuízo de 15 trilhões de dólares. Em um cenário extremo, com um impacto de 50 trilhões, a probabilidade de ocorrência seria de apenas 0,5%.

Entre os países mais afetados, a China lideraria as perdas, dada sua grande integração com o comércio global. Europa e Ásia-Pacífico também sofreriam impactos severos, enquanto a América do Norte, embora menos prejudicada, poderia perder até 5 trilhões de dólares em cinco anos, o equivalente a 10% do impacto global total.

As conclusões do estudo da Lloyd’s revelam o quão vulnerável o sistema global de comércio está às tensões geopolíticas.

Com a crescente instabilidade internacional, o setor de transporte marítimo, assim como as cadeias globais de suprimentos, precisará desenvolver novas estratégias para enfrentar esses desafios e mitigar os potenciais danos econômicos que uma grande guerra regional poderia causar.

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Fabio Lucas Carvalho

Sou jornalista atuante desde 2015, especializado em uma ampla gama de temas, incluindo política, economia, empregos e tecnologia. Ao longo dos anos, publiquei mais de 10 artigos em portais de renome, trazendo análises aprofundadas e informações relevantes para os leitores. Além da minha carreira no jornalismo, sou formado em Gestão em Tecnologia da Informação pela Facape, o que me permite integrar uma visão técnica em muitas das minhas publicações. Caso tenha dúvidas, sugestões de pauta ou queira reportar algum erro, sinta-se à vontade para me contatar através do e-mail flclucas@hotmail.com. Por gentileza, note que não aceitamos currículos.

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